Quase um Minuto de Amor

Lá estava eu, sóbrio, com minha lucidez utópica, esforçava-me para decifrar o que dizia aquele belo par de olhos azuis que mirava-me, e o tempo implacável como ele só me envolvia a cada segundo privando-me de apreciar o momento mágico a que fui submetido quando por golpe do destino nossos olhos se cruzaram, e quanto mais mirava-a maior era o desejo de ir ao encontro dela e dizer-lhe algo louco insanamente vulgar diria;

quero beijar-te tal como um estuprador beija sua pobre vítima; quero chupar-te os seios tal como um bebê faminto pelo leite materno;

quero ainda violar-te a vulva desprovida de pêlos tal como um ginecologista insano maníaco. Mas não, não poderia eu deichar-me dominar pelo meu ímpio ardor devasso, teria que apresentar-me como um fiel amante de coisas amáveis como por exemplo elogiar teus belos olhos azuis comparando-os com a imensidão do mar ou coisas do tipo. Más se acaso ela fosse uma ninfomaníaca e retribuíste minha primeira aproximação para com ela.

Oh! Meu Deus! O que fazer! O tempo continua a castigar-me levando embora junto com os segundos a chance de conhecer aquela que estremeceu meu mais íntimo e obscuro desejo já há muito tempo adormecido. Eu tinha que tomar alguma providencia não poderia deixar que ela se fosse como todas as outras, e o tempo insistia em pressionar-me, já havia passado quarenta e dois segundos desde que nossos olhos entraram em fuso. Agora era tarde demais minhas esperanças esvairaram-se quando um belo rapaz aproximou-se dela tomou-a em um beijo ardente e levou embora do foco de meu olhos.

roge
Enviado por roge em 05/02/2007
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