OS EFEITOS DA VIOLÊNCIA NO COMPORTAMENTO HUMANO

O triste quadro com que nos deparamos, quando temos acesso a notícias de guerras abrangendo tantos países, tende a se deteriorar.

Sem dúvida, a proliferação de conflitos bélicos envolvendo nações em vários continentes, tem causado a disseminação da miséria.

Em conseqüência das guerras, os cidadãos são forçados a abandonar seus lares, atravessando fronteiras, em busca da sobrevivência.

Fugindo dos conflitos, encontram abrigo em barracas improvisadas de lona, deixando para trás bens que a tanto custo conquistaram.

E as perdas que tiveram, muitas vezes de entes queridos, geram revolta que se propaga, dando origem à violência que se degenera.

Imediatamente após a deflagração de uma guerra, exterioriza-se o desejo de vingança entre os oponentes, causando o ódio mortal.

Tenho convicção que os homens-bomba que surgiram quando da carnificina no Iraque, possuem características comuns a todos nós.

O ódio gerado pelo bombardeio da casa e dos filhos do ditador, e em seguida seu enforcamento, ainda repercute em todo o mundo.

Sempre que uma grande violência é perpetrada contra seres humanos, dissemina-se o ódio, que pode eclodir em qualquer região.

Da mesma forma, as mortes de crianças, como as acontecidas na Palestina, além de configurar uma tragédia, gerarão mais revoltas.

Assiste-se a uma verdadeira selvageria, no confronto entre israelitas e palestinos, com a injustificável matança de civis inocentes.

Verifica-se que essa guerra atual é resultante de intransigências e atrocidades praticadas por governantes, exacerbando a violência.

Inocentes são diariamente mortos pelos mísseis, denotando a falta de religião de povos que habitam o solo sagrado que Jesus pisou.

O ódio gerado nas regiões em conflito vai se disseminando por todo o Planeta, sobretudo entre os povos diretamente envolvidos.

Lógico então é concluir que, tendo ultrapassado a fase primitiva, onde até antropofagia foi praticada, o homem volta ao primórdio.

E, em conseqüência, assistimos hodiernamente crimes absolutamente bárbaros, praticados por humanos sem quaisquer escrúpulos.

Numa associação de idéias, ao analisar as causas da violência em nosso País, concluo tratar-se de simples reflexo dessas guerras.

Como conseqüência do detestável comportamento de nações belicosas, os bandidos praticam assassinatos cada vez mais bárbaros.

Inteiramente dissociados da religião ou de comportamentos éticos, os marginais agora estão se tornando cada vez mais agressivos.

A banalização da vida humana, como se observa, poderá gerar um conflito com uso de armas nucleares, de proporções catastróficas.

Na mesma linha de raciocínio, concluímos que crimes bárbaros, desumanos, são assimilados através de práticas oriundas de guerras.

Os casos dos Nardoni, do índio Galdino e do garoto Boldrini ultrapassaram os limites da maldade que somos capazes de assimilar.

Como reflexo do barbarismo que se dissemina entre nós, os marginais brasileiros estão se aperfeiçoando em violentos assassinatos.

O caso da matança de presos na Penitenciária de Carandiru revelou ao mundo nossa capacidade de extrema maldade , injustificável.

Metralhar homens confinados em uma cela, sem chance de defesa, constituiu crime hediondo, e praticado por policiais brasileiros.

Por mais violentos que sejam as barbaridades que citamos, serão sempre superadas pelos negócios escusos envolvendo governantes.

O dinheiro arrecadado é gasto nas contratações de correligionários para cargos públicos, em detrimento dos interesses dos cidadãos.

Revoltante, sob todos os aspectos, mas praticado em nosso País,são as subtrações de verbas da saúde pública, segurança e educação.

Trata-se de crime bárbaro, assim entendo, o lastimável estado a que é relegada a saúde pública no País, nas unidades hospitalares.

As tristes cenas que cotidianamente são expostas, com doentes em macas ou até mesmo no chão dos corredores, é um desrespeito.

Morre mais gente por falta de assistência médica entre nós que nas guerras, entretanto temos estádios de futebol no padrão FIFA.

Enquanto isso, fico a imaginar o que passa pela cabeça do indivíduo que prende bombas à cintura e as detona para causar mortes.

Não consigo atinar com o motivo de tanto ódio, simplesmente porque minha revolta não alcança o alto nível dos homens-bomba.

Tanto dinheiro gasto com supérfluos, tanto companheiro contratado para cargos graciosos, tanto mensaleiro, e o povo na miséria.

O momento é propício à reflexão, quando escolheremos, dentre tantas promessas, aquela que melhore nossa qualidade de vida.

Haverá um momento, diante da urna, em que decidirmos acreditar que é possível mudar essa injustiça, que sufragaremos a melhor.

Uma pessoa comprometida com os anseios do povo, decidida a reduzir ministérios inoperantes e colocar na cadeia os delinqüentes,

Moralizar a Justiça, inclusive na mais alta Corte, reiniciar as obras de transposição das águas do São Francisco e tantos outros rios.

Aparelhar as unidades de saúde, dotando-as de meios para melhor atender os necessitados, para reduzir as suas dores e angústias.

Na esteira desses benefícios, incluir entre suas ações a recuperação da malha viária, visando reduzir mortes trágicas por acidentes.

O aumento das verbas destinadas à Educação, permitirá que nos nivelemos aos países desenvolvidos, reduzindo essa violência.

João Augusto Maia Gaspar

Em 22.08.2014