O JUNCO

Para alguém muito especial!

Dobra-se o junco um tanto desgostoso

Ao assoprar da rude ventania:

Não é por medo, é por sabedoria,

Inda que seja o ato doloroso.

Látego de fogo, é o vento ousado;

E o junco enverga pra não ser quebrado.

Dói em meu peito o açoite da procela,

Uma paixão mordente e caprichosa,

A dor na alma é feia e amargosa

Rasgando o coração como sovela.

Tem cura para dor, mas não pra esta

Eu sei que é dor que vou morrer com ela!

Ah! Cupido, o teu dardo machuca,

Não vem de arco, vem é de bazuca,

A dor que causa é sempre fatal!

Não sou junco na procela bruta;

Inda que erga estou machucado,

A dor que sinto é de apaixonado,

Só ela pode me curar do mal.

Manhuaçu (MG), 24 de fevereiro de 2.015, às 14:37.