O acróstico obsoleto da gaveta

Inimiga de minha sensatez e sanidade

Nem mesmo um deus converte obsessivo minhas vontades

Na carne quente, sou réu confesso

Antes fosse perpetuar toda esta noite

Yin Yang, dedos leves, por vezes o açoite

E com a garganta ferida me despeço

Falar me cansa e como um louco embriagado

Encho meu peito com fogo e tão cansado

Rogando ao nada o fim da dor dormente

Nefasta hora em que o acaso e a flauta doce

Achou no peito a carne que antes fosse

Navalha fria ou ferro quente

Deixei para trás meus lamentos ancestrais

Amei sem volta, rompi e nunca mais!

Bruno Sousa
Enviado por Bruno Sousa em 17/12/2020
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