Era uma vez um João

Acorda cedo, faz a barba, toma banho, delicia se com o café da manha reforçado preparado com carinho pela esposa, passa no quarto e beija com um imenso amor a testa dos filhos que dormem e pede a Deus que os abençoe.

Sai de casa feliz como faz todos os dias, pega o ônibus lotado, desce no ponto final e segue a pé até o trabalho, fala com os amigos, os patrões e cumpri com zelo o seu dever como o funcionário exemplar que é.

Deixa seu local de trabalho já cansado com a labuta do dia, imaginando o abraço bem apertado que recebe dos filhos que quase sempre já estão indo dormi quando ele chega.

De repente é surpreendido por dois indivíduos mascarados que gritam

_ Passa o dinheiro, o dinheiro!!!

João gela, seu corpo paralisa se diante do que ver, mal acredita no que esta acontecendo, em sua cabeça a imagem da esposa e dos filhos surge e ele em um ato de bravura e desespero se ataca com dos meliantes.

O barulho soa cortando os sonhos de João, ele cai, olha fixo para um ponto, agarra firme a terra de tanta dor que sente, seu sangue espalha se pelo chão e o povo se amontoa se ao seu redor para ver seu corpo estendido no chão como o de um cão.

_Nossa ele era trabalhador, nunca fez mal a uma mosca.

João, brasileiro, casado, pai, homem de bem, de bom coração não voltara mais pra casa, seus filhos jamais poderão sentir seu carinho de novo, sua esposa ficou viúva e no final tudo terminara em pizza.

Era uma vez um João.

Raquel Freitas
Enviado por Raquel Freitas em 15/03/2008
Código do texto: T901470
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