Urina

A urina é o canalizador do narcisismo, pois é urinando que o narciso se declara em posse do objeto urinado, marcando ali seu território, o limite a ser respeitado, se preciso for, à força. A urina emana o cheiro do urinador, sua essência, tornando-o conhecido pelas redondezas e fazendo com que todos à sua volta percebam que o objeto urinado lhe pertence. Quem carrega o cheiro da urina está preso ao urinador, amarrado a uma corrente invisível e cercado por uma barreira de feromônios. Ao urinado, submisso, imerso nas profundezas do ser possuído, resta apenas acatar a urina como perfume natural.