Sobre A POMBA, de Patrick Süskind

Lemos um livro sensacional, de um determinado autor, e logo ficamos com vontade de conhecer outras obras dele. Foi assim, comigo, ao ler García Marquez, Ítalo Calvino, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Hermann Hesse, Franz Kafka e Nelson Rodrigues, principalmente.

Depois de ler O PERFUME, de Patrick Süskind, também transformado em um excelente filme, busquei conhecer outras obras suas. Após muito procurar nas livrarias, acabei encontrando no Sebo www.estantevirtual.com.br o livro A POMBA, do mesmo autor.

A frustração sempre é proporcional à expectativa. Para começar, diria que a obra é uma Novela, e não um Romance, segundo a classificação brasileira: apenas um personagem central, um drama, narrativa linear, poucas páginas, final abrupto. Mas esse não é o problema. Drama psicológico por drama psicológico, Clarice Lispector foi muito mais feliz em A PAIXÃO SEGUNDO GH... e muito menos famosa internacionalmente. Igualmente, Graciliano Ramos, em ANGÚSTIA.

A POMBA é uma história óbvia, quase caricata, de um homem que vive isolado e que se choca com a intromissão de um invasor - no caso, uma pomba - em seu mundinho, provocando um verdadeiro "surto psicótico". Livro para se ler em um final de semana (se muito!) e que não provoca grandes suspresas. Bem elaborado e escrito, sim, pois vem das mãos de um dos mais conceituados escritores da atualidade, mas que pouco acrescenta ao universo literário.

Esse é o nosso grande defeito como leitores: acharmos que os grandes autores têm que ser gênios, sempre! Esquecemos que são humanos, como nós, cheios de altos e baixos, acertos e erros, e que devemos "perdoarmo-nos" por sermos tão exigentes... sempre!

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