A ação usurpadora de patrões para o êxito econômico dos próprios, em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, a partir de visões de diversos sociólogos.

“É errôneo servir-se de meios imorais para alcançar objetivos morais”

1. KING, M. Luther.

Neste ensaio, serão retratadas vertentes históricas defendidas por ilustres sociólogos os quais nos ajudam a desvendar a ação imoral praticada por indivíduos que desejam a ascensão econômica e social em detrimento de toda uma massa proletária envolta em uma sistematização capitalista impregnada na história de todos os países, mesmo que tardiamente.

A realidade vivida no Brasil no século desenvolvimentista brasileiro nos permite uma comparação entre o contexto histórico e os retratos não explicitamente idealizados por Aluísio Azevedo. Século XX, país começa a ressurgir economicamente a partir de um modelo agrário fortemente sustentado pela exportação cafeeira assim como de cacau, borracha e algodão.

Partindo de um argumento, agora político, a imagem do avanço brasileiro se mostra presente em governos como: de Getúlio Vargas, na “Era Vargas” (1930-1945); de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951); de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961). Este último merece uma resalva pela incisiva importância para o Brasil como um todo.

JK buscou instituir o chamado Plano de Metas, o qual se pautava em condicionar o país a um novo nível, sendo ele educacional e industrial, afinal tais Metas buscam o incentivo a indústria de base, assim como de setores de transporte e energia, com destaque ao progresso do setor automobilístico.

“A burguesia rasgou o véu de emoção e de sentimentalismo das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária”

2. KARL, M.

Ao estabelecer um comparativo entre relações monetárias e familiares, Marx propõe um parâmetro limitante a cerca da proximidade entre o conjunto burguesia-proletariado, afinal os interesses desses polos se repelem, porém atraem-se à medida que há a necessidade de coexistência entre eles.

Ainda relacionando os polos sociais, o capitalismo apresenta duas fases: a crise e a expansão. A última podemos tratar como um fenômeno denominado Globalização. Milton Santos trata a Globalização como perversa, no sentido de que esta perversidade por parte de elevadas classes sociais implica na “perda da ética e também da política”³, no tocante ao significado de “política”, que se refere a uma ciência governamental dedicada ao interesse público, e não provendo privilégios a uma classe tirânica.

“Da força à injustiça há só um passo”

4. Confúcio.

Aluísio Azevedo busca em sua obra, O Cortiço, retratar como a sociedade vigente no Brasil do final do século XIX estava organizada e a via que resultou em um meio social como o narrado no livro.

Na incumbência de retratar fielmente a maneira de vivência em um meio social do proletariado, Azevedo revela o progresso da vida econômica de João Romão (protagonista) em um ambiente de fácil distinção de caráter entre os personagens diversos, com as mais variadas culturas e tradições, sendo obrigadas a se fundirem no interior de um cortiço; local este inicialmente muito desorganizado e miserável.

Aluísio buscou projetar em sua obra uma ideia, como a já antes citada, de coexistência entre as classes sociais. Contudo, esta é uma análise simplória de todo o significado o qual compõe essa ideia. Assumindo a coexistência e a diferenciação dos interesses, podemos concluir que para a ascensão de João Romão, houve, obrigatoriamente, algum modo de exploração se distinguindo em explorador e explorado, ou, respectivamente, o patrão e o funcionário de um estabelecimento por exemplo.

Um importante desdobramento a ser tangenciado, é o fator denominado status social. A ostentação provinda do superior gera um reconhecimento mesmo que falacioso da alta sociedade, relacionando fatores econômicos com virtuosos. Este seguimento foi outro objeto de estudo de Azevedo na obra O Cortiço, partindo do mesmo personagem já citado, o autor revela que no instante da percepção de Romão quanto à causa do progresso, este também nota o quão rigidamente entrelaçado aos indícios peculiares de cada indivíduo esta o exibicionismo social.

Esta crítica extremamente explícita na obra não faz referência a apenas à conjuntura vigente ainda hoje no Brasil, mas também à situação europeia desde o surgimento de qualquer separação desigual do trabalho para o favorecimento de um determinado grupo, seja ele qual for independente de raça, religião, sexo, etc. A situação análoga proporcionada historicamente pelos indivíduos apesar agrava os problemas como de escravização desde os tempos na Grécia em que havia um grande contingente populacional escravista, e a medida com que a população mundial cresceu em demasia, o número parcial de escravos se equivale proporcionalmente ao aumento ocorrido.

Referências bibliográficas

1- Citação de Martin Luther King Jr.

2- Citação de Karl Marx.

3- SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2015.

4- Citação de Confúcio.

ArtGrossi
Enviado por ArtGrossi em 05/12/2018
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