Encontro com a Amiga e Conterrânea  Poetisa Graziela Vieira (Natural de Avidagos - Mirandela) 

Durante os anos que eu vivi em Angola (quase onze) eu conheci muitos amigos e amigas, que me entusiasmaram a escrever e guardar no baú eventos que marcaram a minha juventude até aos 25 anos de idade.
Muitos anos depois eu conheci a minha Querida Amiga Poetisa Graziela Vieira que me descreveu o que é ser Transmontano:


"Ser Transmontano é ser mais forte!
É ir além do sonho humano!
É transcender-se como ninguém.
É ter no peito o amor à terra sua raiz!
Render-lhe preito, e orgulhar-se do seu País.
Ser Transmontano é um estatuto, religioso,
De homem lhano, que sai de tudo vitorioso,
É quase um mito de humildade!
Firme! Sem preço!
Como o granito inabalável que faz seu berço.
Ser Transmontano, é ser amigo do seu amigo.
Leal e ufano da valentia perante o perigo.
Bom Lusitano, divide o pão p'los seus iguais!
Ser Transmontano, é tudo isso, e muito mais!"
(do livro "VERTENTES DA VIDA" de

 Graziela Vieira) 

Para além deste presente que ela me deu - o livro e tudo o que nele poderemos ler, a Amiga Graziela foi uma das grandes incentivadoras que me trouxeram de volta ao meio literário ao me perguntar porque na nossa região se diz... "andas de lado c'umós de crabelas".
A minha explicação como natural de Caravelas (porém poucos pronunciam da mesma forma que se escreve) foi dada com base nas minhas observações enquanto criança eu vivi em Caravelas de Mirandela (0u simplesmente "crabelas) e há até um livro Publicado a quatro mãos, pelos Amigos Escritores; Jorge Lage, Jorge Golias, Helder Rodrigues e João Rocha no qual foi incluída tal explicação.
Em tempos já bem remotos os naturais de Caravelas eram conhecidos por "telheiros" que fabricavam e vendiam telhas pelas aldeias da vizinhança! As telhas eram carregadas no lombo dos burros, e estes eram tocados com uma vara. Quando a vara os atingia na garupa com força o animal tinha a tendência em andar mais depressa mas de lado devido ao peso da outra parte do lombo. Enfim... apenas teorias.  
Por hoje deixo-vos aqui mais algumas quadras que eu dediquei à Minha Aldeia Transmontana e extensivas a outras Aldeias de Trás Os Montes:
 

Nas voltas que o Rio Tua dá,
Na pureza das suas águas...
Lembranças que eu tenho de lá,
Saudades que me dão tantas mágoas!
 
O Rio Tua leva as Minhas Mágoas,
E as penas do meu triste penar...
Escondo as lágrimas nas águas,
Pelas saudades que tenho de lá voltar!
 
E Nas voltas que o Rio Tua dá,
Ao passar por Mirandela...
Os olmos deste lado de cá,
Tornam a margem mais bela!
 
Daqui das margens do Tua,
Eu vejo a Serra da Minha Aldeia...
O meu pensamento voa e flutua,
Em noites de Lua Cheia.

 
(do livro de “POESIAS SOLTAS”)
Autor: Silvino Potêncio

 


 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 22/12/2018
Reeditado em 24/10/2019
Código do texto: T6533425
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