O PT DE LULA E PALLOCI...(* 1)
SERVIÇO PÚBLICO DE ESCLARECIMENTO A TODOS DA NAÇÃO BRASILEIRA QUE JÁ VIVEU A ERA PETISTA!!!
Palocci com Lula no auge da era petista no poder: negócios na
superfície e nas sombras
04.10.19
Quarenta dias depois, policiais federais voltaram na manhã desta
quinta-feira, 3, à sede do BTG Pactual, no 14º andar de um moderno
edifício espelhado na avenida Faria Lima, centro financeiro de São
Paulo. Estavam atrás de novos documentos que possam elucidar
mais uma suspeita envolvendo o banco fundado por André Esteves.
Desta vez, o vazamento de informações privilegiadas do Comitê de
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Política Monetária do Banco Central, o Copom, entre os anos de
2010 e 2012, no governo Dilma Rousseff. Como na ação realizada
no fim de agosto, que também bateu na casa do banqueiro, a nova
investida da Lava Jato está baseada na delação premiada do exministro petista Antonio Palocci, com quem Esteves mantinha uma
relação de proximidade desde 2005, no governo Lula. Segundo o
delator, o controlador do BTG “grampeou” o BC para conseguir de
forma antecipada as alterações da taxa básica de juros, a Selic, e
lucrar com operações financeiras. Seu informante, diz Palocci, era o
então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A lista de malfeitos atribuídos por Palocci a André Esteves é tão
extensa que o banqueiro “ganhou” um capítulo exclusivo na delação
de Palocci. Crusoé teve acesso aos 39 anexos entregues aos
investigadores em que o ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa
Civil de Dilma elenca uma série de pagamentos ilícitos feitos a ele,
ao ex-presidente petista e a campanhas do partido. Os repasses
eram feitos por empresários beneficiados com medidas do governo
ou contratos de bancos públicos e estatais. Em um dos capítulos,
precisamente o de número 9, Palocci narra suas práticas espúrias
com o banqueiro ao longo de quase dez anos e detalha como
iniciou a trama dentro do Palácio do Planalto para que o Banco
Central pudesse ajudar na campanha de Dilma em 2010. Ele conta
que, para o esquema dar certo, era preciso tirar Henrique Meirelles
do comando do BC e colocar alguém que pudesse vazar as
informações ao PT. Há detalhes. Palocci diz que em 2009, quando
era deputado federal, recebeu de Lula, em uma reunião à noite no
Palácio da Alvorada, um pedido para comunicar Meirelles que ele
seria demitido. O posto seria ocupado pelo economista Luiz
Gonzaga Belluzzo. No encontro estavam presentes Mantega e o
pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. O delator disse ter se
manifestado contra a ideia, mas que daria o recado a Meirelles, seu
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indicado para o cargo em 2003.
Palocci afirma que dias após o encontro conseguiu convencer Lula
a manter Meirelles até o fim do governo. Por isso, viria a ser cobrado
por Mantega mais tarde, em uma reunião na sede da Caixa
Econômica Federal. Era 2010. Naquele ano, André Esteves, que já
havia se livrado de uma punição no Conselho de Recursos do
Sistema Financeiro Nacional em 2005 com a ajuda de Palocci em
troca de uma doação de 4 milhões de reais para a campanha à
reeleição de Lula em 2006, procurou novamente o ex-ministro.
Ofereceu dinheiro para a campanha de Dilma. A ideia era resgatar o
plano frustrado do BC no ano anterior e “ser um grande parceiro”
no próximo mandato petista. Segundo o delator, 7 milhões de reais
do BTG abasteceram a vitoriosa campanha presidencial, dos quais 5
milhões de reais por fora. Em 1º de janeiro de 2011, Alexandre
Tombini assumiu o comando do Banco Central e a trama arquitetada
por Mantega e Esteves finalmente se desenrolou, conta Palocci.
O caso mais emblemático ocorreu em agosto do ano seguinte, 2011.
Segundo Palocci, Tombini informou Mantega e Dilma em uma
reunião que, após dois anos de alta, o BC iria reduzir a taxa Selic de
12,5% para 12%. Mantega, então, teria repassado a informação
privilegiada para Esteves, antes da divulgação da decisão pelo
Copom. De acordo com a delação, o BTG realizou nos dias
seguintes uma série de operações no mercado financeiro obtendo
lucros muito acima da média. Após as operações, o patrimônio do
Fundo Bintang, administrado pelo BTG, cresceu de 20 milhões para
38 milhões de reais em menos de três meses. O ex-ministro diz que
a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, chegou a abrir uma
investigação para apurar o caso, mas não constatou irregularidades.
Em contrapartida pela informação privilegiada, Esteves teria doado
9,5 milhões de reais para a campanha à reeleição de Dilma, em
2014, e repassado 10% dos lucros obtidos pelo Bintang a Lula.
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André Esteves chegou a ser preso pela Lava Jato em novembro de
2015, acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró — nesse caso, ele foi absolvido no ano
passado. As novas suspeitas envolvendo o banqueiro vão muito
além das operações no mercado financeiro. Na operação
deflagrada em agosto, a Lava Jato investiga pagamento de 15
milhões de dólares por meio de um fundo que seria reservado a Lula
em troca de benefícios ao BTG nos contratos das sondas do présal, caso também delatado por Palocci. Esteves também teria
distribuído propina, segundo o delator, para retardar a aprovação de
um projeto que permitia a compra de hospitais por empresas
estrangeiras até que ele fechasse a aquisição da Rede D’Or, do
ramo hospitalar. Feito o negócio, depois ele mesmo pressionou para
que a proposta fosse aprovada em 2015. A ideia era vender a rede
com lucro bem maior a um grupo canadense.
O BTG não é o único banco mencionado por Palocci no acordo de
colaboração, que foi fechado com a Polícia Federal — o Ministério
Público Federal rejeitou a proposta do ex-ministro alegando
fragilidade das provas. Instituições como Banco do Brasil, Bradesco,
Itaú, Safra e Santander também são citadas em supostos
pagamentos ilícitos a agentes públicos e ao PT em troca de favores
dentro do governo. No caso do Safra, Palocci relata ter sido
procurado, em 2008, por Joseph Safra, o dono do banco. Na
conversa, o ex-ministro ouviu que o empresário havia recebido uma
oferta superior a 3 bilhões de reais para o Safra vender sua
participação na empresa Aracruz Celulose ao Grupo Votorantim.
Apesar de Palocci ter estimulado o negócio, Safra não quis vender
sua parte naquele momento. Mais tarde, por causa da crise
financeira internacional de 2008, a Aracruz teve um prejuízo
bilionário e Safra pediu ajuda de Palocci, que conseguiu um
empréstimo de 2,4 bilhões do BNDES para o Votorantim comprar a
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parte do banco. Em contrapartida, Safra fez doações de 2,5 milhões
de reais ao PT, em 2010, e de 5 milhões de reais, em 2014, além de
repasses ao Instituto Lula.
Em outro anexo, Palocci aborda o que ele classifica como “batalha
de grande porte” dos bancos para evitar perdas com ações na
Justiça impetradas por cidadãos que se sentiram lesados com os
planos econômicos brasileiros — entre eles, o Real. Quando esses
casos começavam a chegar nas cortes superiores de Brasília, o
banqueiro Pedro Moreira Salles, da família acionista do Unibanco,
segundo Palocci, o procurou para tratar de uma ação de cerca de
400 milhões reais. O caso estava relacionado com ação movida pelo
banco Multiplic contra o Unibanco.
Segundo o relato do ex-ministro, o banqueiro pedia a intervenção
dele junto ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque o
caso se transformaria numa contestação ao próprio plano Real.
Palocci diz ter conversado com Lula, que indicou o então secretário
para assuntos Jurídicos da Casa Civil, o atual presidente do STF,
Dias Toffoli, para atuar junto com Palocci em favor dos interesses do
Unibanco. “Alguns dias depois, Pedro Moreira Salles envia um longo
fax para a casa de Palocci, o qual repassa o documento para Dias
Toffoli que, por sua vez, vai ao STF debater a questão com os
ministros, em especial com Sepúlveda Pertence, então relator da
ação”, diz trecho do anexo entregue por Palocci. De acordo com ele,
Pertence, após esse encontro com Dias Toffoli, suspendeu a
tramitação desse processo e de vários outros relacionados ao
mesmo tema. “Representou uma importante vitória para o
Unibanco”, diz o anexo. Dias depois da conquista, Fernando Salles,
irmão de Pedro, diz o ex-ministro, fez um convite para ele palestrar
em uma das empresas da família. Antes da palestra começar, conta
Palocci, Fernando disse: “Nosso convite é uma contrapartida que
estamos lhe dando pelo que você fez por nossa família junto ao STF.
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Queremos chamá-lo aqui durante algum tempo, em
agradecimento”.
Como mostrou Crusoé, a primeira busca realizada pela PF no BTG
rendeu uma volume tão absurdo de informações que foram
necessários sete dias para baixá-los nos sistemas dos
investigadores. Agora, a íntegra dos anexos do ex-todo poderoso da
área econômica nos governos do PT mostra que as investigações
abertas podem criar embaraços não só para o banco, mas para
outros gigantes do setor, bem como para vários personagens
importantes da cena política. Resumimos, a seguir, o que disse
Palocci nos principais capítulos de sua delação.