O dia em que li Anne Frank
Lembro-me como se fosse hoje, peguei o livro emprestado com uma colega de turma.
O trem estava lotado, seriam duas horas de viagem...um tremendo tédio.
Realmente seria, se eu não tivesse começado a ler algo tão magnifico e ao mesmo tempo triste.
Fiquei tão envolvida, que passei a estação mais de uma vez...simplesmente me perdi, e o que seria um tédio transformou-se em uma aventura...me vi lá.
Foram seis dias, e só houve um ao qual não passei do meu destino.
Nos últimos capítulos, estava tão eufórica...mas infelizmente, chorei!
Chorei não por conta do livro...era sensacional, mas sim por conta de Anne. Como uma sociedade inteira, maltrata tanto o seu povo?
Como pode uma criança cheia de sonhos e expectativas, viver pressionada pelo medo, escondida por tanto tempo, como se sua vida não tivesse importância alguma.
Pobre Anne, tinha certeza que se veria em liberdade, que teria a sua vida de volta...a cada dia a sua felicidade ia se perdendo. Ela sonhava com o seu amor, que a felicidade se voltaria a si.
Infelizmente não foi assim, os sonhos foram destruídos todos, quando o esconderijo foi descoberto...naquele momento ela teve a certeza que nunca mais veria, o sol em seu rosto.
Separados e humilhada...acabou morrendo juntamente com a irmã, no campo de concentração, por conta de uma doença chamado: tifo. Elas foram jogadas em uma vala.
A história dela não teria mexido tanto comigo se não fosse pelo pai de Anne, que sobreviveu e publicou o diário da filha.
Me pergunto: quantas outras Annes, e quantas outras histórias devem haver escondidas na realidade escura da humanidade?