RONSARD / SUR LA MORT DE MARIE ( SOBRE A MORTE DE MARIA )

DEUS SEJA LOUVADO !

“HÁ NO AMOR DE CRISTO PARA TI LUGAR !

ALMA DOLORIDA, OH, VEM DESCANSAR !"

“DEIXA O SOL EM TI NASCER !”

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OREMOS PELOS QUE ESTÃO EM SOFRIMENTO !

CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA TEL. 188

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DEUS SEJA LOUVADO!

RONSARD escreveu muito para as três mulheres que marcaram a sua vida: MARIE, CASSANDRE e HÉLÈNE!

E seus poemas eram sobre seu sentimento e a fuga do Tempo

Um de seus belos poemas , já o vimos aqui, para HÉLÈNE

O poema “ SOBRE A MORTE DE MARIE” CUJO VERSO inicial é “ COMO SE VÊ NO GALHO... “ de PIERRE RONSARD, foi escrito a pedido do REI HENRI III, cuja amante,MARIE DE CLÈVES havia morrido.

O poema traça um paralelo com a vida do poeta , cuja mulher Marie Dupin, também havia morrido.

É um soneto em alexandrinos

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SUR LA MORT DE MARIE

Comme on voit sur la branche au mois de Mai la rose

En sa belle jeunesse, en sa première fleur

Rendre le ciel jaloux de sa vive couleur,

Quand l’Aube de ses pleurs au point du jour l’arrose :

La grâce dans sa feuille, et l’amour se repose,

Embaumant les jardins et les arbres d’odeur :

Mais battue ou de pluie, ou d’excessive ardeur,

Languissante elle meurt feuille à feuille déclose :

Ainsi en ta première et jeune nouveauté,

Quand la terre et le ciel honoraient ta beauté,

La Parque t’a tuée, et cendres, tu reposes.

Pour obsèques reçois mes larmes et mes pleurs,

Ce vase plein de lait, ce panier plein de fleurs,

Afin que vif, et mort, ton corps ne soit que roses.

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PIERRE DE RONSARD, "SUR LA MORT DE MARIE"

TRADUÇÃO / ESTHER LESSA

Como se vê no galho, no mês de Maio a rosa

Em sua bela juventude, em sua primeira flor

Tornar o céu ciumento de sua viva cor

Quando a Aurora, em lágrimas,ao amanhecer, a umedece

A graça em sua folha ; e o amor repousa

Ungindo os jardins e as árvores com aromas:

Mas batida ou por chuva ou excessivo ardor

Lânguida ela morre, folha a folha desatada...solta

Assim, em tua primeira e jovem novidade

Quando a terra e o céu honravam tua beleza

A PARQUE te matou e em cinzas, repousas

Como exéquias, recebe minhas lágrimas e meus prantos,

Este vaso cheio de leite,este cesto cheio de flores,

Para que, vivo, e, morto, teu corpo não seja senão rosas!

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LA PARQUE é, na mitologia Romana ,uma das deusas infernais , que cortavam o fio de vida dos humanos

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A temática preferida de Ronsard aparece aqui ,mais uma vez: A precariedade da vida.

Os dois quartetos falam da vida e morte da ROSA, símbolo que ele utiliza pra acentuar o tema.

No primeiro terceto, ele já evoca a vida e morte de Marie, comparada, por metáfora, à rosa.

No terceto último, faz oferendas à mulher falecida.

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Como a rosa é símbolo de beleza, a primeira estrofe, se detém em termos positivos... mês de Maio, mês da Primavera na França...primeira flor...juventude...céu ciumento...viva cor...aurora.

Até o verso 6 do soneto, a atmosfera é de harmonia, calma e Natureza: aroma agradável, galhos, flor, céu ,jardins, graça ... repousa.

Mas, já nos dois últimos versos do segundo quarteto, a Morte se apresenta.

O simbolismo das oferendas é muito claro. É a tentativa de substituir os sinais de tristeza e morte, por vida. Em lugar de lágrimas, prantos,tristeza, há ofertas de vida. Um vaso cheio de leite e um cesto cheio de flores.

O leite é símbolo de pureza e vida,enquanto as flores ,se comparam à rosa

Observe-se que a morte da rosa e a morte de Marie, têm duração, diferente uma da outra. Enquanto , a rosa, fenece vagarosamente, se desfolhando, folha a folha... e lânguida vai se acabando... a crueza da morte é repentina para Marie.(verso 11)

E começando o soneto, por COMO, termo de comparação, depois de perpassar todos os sinais favoráveis, ele vem no verso 9, dar a continuidade do pensamento com ASSIM...

E joga o contraste da primeira beleza com a crueza da Morte que logo chega! Pela deusa infernal na Mitologia Romana, La PARQUE.( VERSO 11)

Mais rápido que um raio, Marie se torna cinzas.

Todavia, faz aparecer um eufemismo, ao final do mesmo verso 11, REPOUSA , a dizer que ela não está morta de todo. Marca com isso, a ideia da eternidade na poesia! Graças à poesia, Ronsard confere a MARIA, a imortalidade.

Ainda confirmando no último verso do soneto , que seu corpo descanse e seja apenas rosas.

CONCLUSÃO

Através de um soneto de texto pagão, o poeta presta homenagem a MARIE DE CLÈVES E MARIE DUPIN

Demonstra o anseio de encontrar a imortalidade para as duas mulheres.

E da maneira que sabe reivindicar: COM POESIA!

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Sites de estudos de Literatura Francesa

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“Pierre de Ronsard (11 de dezembro de 1524 — 27 de dezembro de 1585) foi um poeta renascentista francês nascido no castelo de La Possonnière, condado de Vendôme, é o principal representante da La Pléiade, grupo de poetas cujos principais modelos foram os líricos greco-romanos e italianos, de grande importância na renovação da literatura francesa.”

Wikipédia / enciclopédia livre

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OUÇA A DECLAMAÇÂO DO SONETO EM FRANCÊS E SUA TRADUÇÃO!

OBRIGADA!

COMENTÁRIO EM DESTAQUE / ELIGIO MOURA

Que maravilha de soneto...Quanto de amor se faz presente na ausência sentida das duas marias... Quanto amor se derrama em cada estrofe cuidadosamente cerzida para imortalizar em flor a maria e a rosa...Ou a rosa em maria... O poema começa na beleza da rosa e na das marias com o belo da primavera local, com os ciúmes do céu... Com a aurora umedecendo a rosa... Mas a morte dela se faz presente exatamente quando o céu e a terra enalteciam suas belezas... Mas para o poeta elas não morreram...seus corpos se tornaram rosas... Seja vivo... seja morto, pois as oferendas são para as rosas / marias! Brilhante estudo do poema. Interpretação inteligente. Bela declamação dos dois poetas... Parabéns, poetisa Esther.

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 08/03/2021
Reeditado em 08/03/2021
Código do texto: T7201983
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