AS DIMENSÕES DA LEITURA
A leitura: Leitura é aprendizado: a diferença entre ensino e descoberta
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32) MC, tens mais alguma coisa que gostarias de acrescentar para ajudar nosso raciocínio em relação a este tema?
Resp.: Fico feliz que você tenha perguntado. Pensar é apenas parte integrante da leitura. Faz-se necessário que os sentidos e a imaginação assumam os seus postos, é necessário observar e lembrar, caso isso não possa ocorrer, a imaginação deverá assumir o leme construindo a informação. Porém, há uma tendência de superestimar o papel destas atividades em detrimento do aprendizado pela leitura ou audição. Neste sentido, muitas pessoas acham que, embora o poeta tenha de usar a imaginação para escrever um poema, elas não precisaram usá-la para lê-lo. Ledo engano, arte de ler engloba todas a habilidades que são utilizadas na descoberta sem auxílio, afinal ler também é descobrir, com ajuda é verdade. (Página 35, 2º Parágrafo, Linhas 1 - 11)
RESUMO
De entrada, MC nos informou que o aprendizado pode ser classificado em aprender e entender. Essa diferenciação é importante para percebermos que ler muito, ou seja, ter uma biblioteca em casa, não significa ler bem. Uma leitura informativa não levará ao conhecimento dos fatos, se nosso objetivo é esclarecer faz-se necessário um esforço maior na leitura, buscando esmiuçá-la, detalhá-la, se aprofundar nas informações, entender o que o autor quis dizer e por que quis dizer o que disse. Muitas pessoas que leem muito são na verdade ignorantes doutorais, livrescos estúpidos, literatos ignorantes, conforme Montaigne e Alexander Poppe, e integram a lista dos sofomanistas, como eram denominados pelo gregos. MC também expôs a diferença entre ensinar e descobrir, no primeiro há o auxílio de outra pessoa, que faz uso da oralidade e/ou da escrita, no segundo ocorre por meio de pesquisas, e de nossas reflexões, sem ajuda de ninguém. Nisto consiste a leitura ativa, cujo o objetivo vai além de simplesmente obter o conhecimento dos fatos expostos, busca entender a mensagem transmitida pelo autor e se nivelar à ele em relação ao objeto da leitura. O pensamento tem função digamos vital neste processo, afinal de contas todas as atividades envolvidas exigem a ação do pensamento. Mas, por incrível que pareça algumas pessoas apregoam ser a leitura e a audição, atividades menos exigentes e por conseguinte mais fáceis, estando o pensamento predominantemente vinculado às atividades de pesquisa. Isso talvez encontre certa coerência nas leituras informativas e de diversão, mas não ecoa para as leituras ativas, que buscam o entendimento, impondo ao leitor um esforço contínuo, buscando em suas reflexões, imaginações, elementos que lhe permitam evoluir ao nível do autor.
DICIONÁRIO / PERSONALIDADES:
Fonte:
ADLER, J. Mortimer; DOREN, Van Charles. Como ler livros: O guia clássico para a leitura inteligente. 3. Ed. São Paulo: É Realizações, 1972.