MAI, A GAROTA SENSITIVA, volume 2: o monstro e o paladino

Miguel Carqueija

Na sequência a perseguição continua primeiramente através da passagem estreitíssima entre montanhas, a “Trilha da Formiga”, onde o monstro humano Tsukiro derruba o Shuishi Kuju, pai de Mai, e ele próprio cai quando o poder telecinético da garota provoca um desabamento de parte da ponte.

Ela acaba sendo socorrida por um inesperado excursionista, um rapaz fortíssimo que tem o apelido de Intetsu (de origem hindu) na república de estudantes onde mora. Ele é um tipo muito aberto e cavalheiro, mas o segredo de Mai acaba sendo conhecido pelo bando de garotos adolescentes.

Resenha do volume 2 do mangá “Mai, a garota sensitiva”, de Kazuya Kudo (roteiro) e Ryoichi Ikegami (desenho). Editora Abril, São Paulo-SP, 1992. Ikegami Shokukan, Japão, 1988. Inclui trechos de uma entrevista com o desenhista Ryoichi Ikegami ao semanário japonês Shonen Sunday. Neste volume, as partes 7 a 13 da história.

“Faz só cinco dias que deixei a escola, mas parece um milhão de anos.”

(Mai Kuju)

“Eu não posso ligar para elas. De jeito nenhum... não posso envolver as duas neste pesadelo...”

(Mai Kuju)

Essas histórias são muito angustiantes ao versarem sobre organizações secretas impiedosas que mandam até nas autoridades constituídas e exercem censura prévia na mídia, de modo a impor silêncio sobre muitos fatos. No caso, por exemplo, o assassinato dos monges de Togakushi e a presença do monstro Tsukiro, que acaba ficando com o braço esquerdo inutilizado. A propósito nada foi esclarecido sobre a origem do monstro, que é muito maior que o gigante Golias.

Eu estou achando a série muito pesada e sombria, e as tentativas de fazer humor — inclusive com o inesperado rapaz samaritano que ajuda Mai — são toscas. Entretanto há um fio de interesse no enredo.

Rio de Janeiro, 24 de abril de 2023.