Cartas a mi mamá

É a menina que sente toda a dor de ser rejeitada por seus parentes... É a menina que consegue ver os absurdos que cercam a sua vida e a de outras pessoas... É a menina que consegue se divertir das atitudes tolas de pessoas adultas que a cercam... . É a menina que percebe o mundo e suas convenções conforme suas subjetividades e experiências. É a menina que sente saudades de sua mamá e gostaria de estar morta com ela

Sua mamá está morta... mas ela não está. Está viva... e teve de ir morar com a tia e as primas, que não gostam dela. Estão o tempo todo a lembrar-lhe de que sua cor deveria ser 'disfarçada'... necessário seria que ela se parecesse mais com uma pessoa branca.

A história expõe o problema do racismo na sociedade cubana da atualidade - que, convenhamos, existe desde sempre e em todo lugar.

A menina diz que houve muito que se 'deve apurar a raça'... o que exatamente isso significa? Branquear as gerações... Branquear tststst

Me pergunto: quem tem a mente tão pequena que consegue pensar isso... dizer isso a uma criança - ou a qualquer pessoa?

Sou branca. Vim do pó. E você, caro leitor... qual a sua cor... a sua raça... Veio de onde?

Bom, eu vou voltar ao pó.

Simples assim... não sou mais... nem menos do que ninguém. Minha cor não me define. Minha raça também não me define.

CÁRDENAS, Teresa. Cartas para a minha mãe. Ed. Pallas. 2010. 120 p.

Obs.: O livro nasceu com o título 'Cartas al cielo'... em uma determinada tradução virou Cartas a mi mamá.