As Winx são uma série italiana muito próxima do mangá e do animê shoujo, com a clássica equipe de cinco heroínas como em Sailor Moon, Tokyo Mew Mew e Witch.

CLUBE DAS WINX volume 1: a chegada de Bloom

Miguel Carqueija

Entre as heroínas que surgiram nas últimas décadas, na linha de fantasia não violenta e idealista, destacam-se as Winx, de origem italiana (winx significa magia de fadas). São o clássico grupo de cinco amigas que fazem tudo umas pelas outras.

Parece haver alguma influência do Harry Potter: há um universo paralelo, Magix, e nele existem escolas de magia: a das fadas em Alfea, a dos Especialistas de Fonte Vermelha, e a das bruxas da Torre Nebulosa. Então a história começa com a Bloom, uma garota de cabelos vermelhos e que é da Terra mas, convidada pela Stella, vai estudar em Alfea para se tornar uma fada. Para isso é preciso atravessar um portal para chegar na outra dimensão. Entretanto, sem Bloom saber a Stella faz uso de uma trapaça para introduzi-la, porque não costumavam receber terrestres; aliás na Terra já não existiam fadas e Stella a introduz com a identidade de Varanda, Princesa de Callisto (local da dimensão de Magix), que havia desistido, coisa que não agrada muito a Bloom, e que acaba sendo descoberta (mesmo assim Bloom é aceita por demonstrar ter poderes mágicos).

Aparecem personagens bem interessantes, como a Inspetora Griselda, com seus óculos e sua personalidade implicante, enquanto a diretora, Faragonda, é mais bem-humorada e tolerante. Também aparecem vilões: o Knut, que é um ogro, e as três bruxas Icy, Stormy e Darcy. E o enredo prende a atenção, inclusive com humor, e as heroínas são simpáticas: o grupo completo inclui, além de Bloom e Stella, a Flora, a Tecna e a Musa.

O incidente da planta e do coelho. Felizmente era uma planta mágica mas não canibal, ela apenas reagiu a uma mordida.

Resenha da revista Clube das Winx, nº 1, “O castelo”. Editora Panini, Barieri-SP, junho de 2005. Capa e desenhos: Giulia Mart. Criação de Iginio Straffi. Argumento: Francesco Artibani. Roteiro: Giorgio Pezzin. Raibow S.l.r., Itália, 2005.

As vilãs se revelam. E eu nunca vi três bruxas tão mal vestidas.

“Fiquem bem longe das bruxas da Torre Nebulosa!”

(Diretora Faragonda; Stella diz a mesma coisa por arremedo, adivinhando o que a diretora ia dizer em seguida)

“Aqui em Magix a magia não é evidente! Fica dentro de tudo o que você vê! Aqui, tudo é mágico!”

(Stella)

“Não posso desistir! Tenho que ter coragem e agir como uma fada de verdade!”

(Bloom)

Bloom parte para a briga. Ela de saída revela o quanto vale.

A história é muito jovial. A Bloom tem um coelho de estimação, o Kiko, que se vê em encrenca ao morder a folha de uma planta mágica da Flora, que reage agarrando-o. Felizmente a Flora contorna a situação dando umas cenouras mágicas para o Kiko. Fica claro que as cinco garotas são bondosas, embora possam ter diferenças de personalidade.

O primeiro caso sério é a tentativa das três bruxas de roubar o cetro usado pela Stella. Bloom, novata no local, acaba confrontando as vilãs e revelando um poder ainda desconhecido. Fica uma questão: como ela pode ser fada se, como diz Griselda, elas desaparecerem da Terra há séculos? Qual será a verdadeira origem de Bloom, que tem pai e mãe na Terra?

Note-se que o visual dessas fadas é o de garotas modernas — até decotadas às vezes, mas o desenho é muito anarquizado para ser erótico. Apesar desses exageros a linha da história é bastante inocente.

Rio de Janeiro, 14 e 15 de julho de 2023.

Aprisionada numa barreira de cristal, Bloom arrebenta o obstáculo ao realizar uma transformação espantosa. Vendo falhado o feitiço as três bruxas batem em retirada, sem conseguir levar o cetro de Stella.

Como diria o Mestre Yoda, "A guerra entre as fadas e as bruxas começada está".

Nota: apesar da característica de mangá shoujo, trata-se de uma revista e tem várias sessões de variedades em torno das protagonistas; infelizmente tem até horóscopo, embora um fictício horóscopo de fadas, com "signos" diferentes. Mas a única coisa que realmente interessa é a história em quadrinhos.