O CORTIÇO, de Aluísio Azevedo

INTRODUÇÃO

A presente análise de "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, propõe-se a explorar as significativas contribuições do autor, desvendando os principais conceitos e argumentos que permeiam a obra. Importante salientar que, embora esta exploração busque elucidar aspectos importantes, não substitui a riqueza encontrada na leitura detalhada do livro.

O objetivo é despertar o interesse por uma incursão própria na obra, promovendo reflexão sobre os temas abordados.
Esta Análise de Obra é particularmente útil para alunos em preparação para o ENEM, vestibulares e outros exames educacionais, fornecendo uma base sobre a qual podem construir sua compreensão e apreciação do texto.

Ao final, serão apresentadas QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA para treinar e preparar o leitor para provas que possam incluir referências a esta obra significativa.

 

O AUTOR

Aluísio Azevedo, nascido em 1857, foi um dos precursores do Naturalismo no Brasil.

Além de "O Cortiço", sua obra inclui títulos como "O Mulato" e "Casa de Pensão", que criticam a sociedade da época, abordando temas como o racismo, a exploração e as desigualdades sociais. Azevedo destaca-se por sua habilidade em retratar as camadas mais populares e os ambientes menos favorecidos da sociedade brasileira do século XIX.

 

A OBRA: UMA VISÃO ANÁLITICA E SINTÓPICA

Comparação entre "O CORTIÇO" de Aluísio Azevedo e "Casa de Pensão" de Aluísio Azevedo

Adotando as ideias de Mortimer Adler sobre os níveis de leitura, esta análise oferece uma abordagem analítica e sintópica de "O Cortiço".

Comparando-a com "Casa de Pensão", também de Azevedo, observa-se uma consistência temática na crítica social, embora "O Cortiço" se destaque por sua profunda exploração das dinâmicas comunitárias e dos impactos do ambiente sobre o indivíduo. A obra é um estudo sobre a vida em um cortiço no Rio de Janeiro, representando a luta pela sobrevivência, as relações de poder e a ascensão social em um contexto de intensa exploração e degradação humana.

 

RESUMINDO

Para ilustrar a beleza intrínseca da obra e despertar no leitor o desejo de aprofundar-se em sua leitura, transcrever-se-á a seguir o primeiro parágrafo de "O Cortiço". Esta escolha visa não apenas destacar a habilidade narrativa do autor e a riqueza de sua linguagem, mas também proporcionar uma amostra que deixe o leitor com um "gostinho de quero mais", incentivando a exploração pessoal do texto em sua totalidade. Através desta breve exposição, espera-se capturar a essência da obra, convidando todos a mergulhar em suas páginas e descobrir por si mesmos os tesouros literários que ela reserva:

 

“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.” [...]

 

Este parágrafo inicial já sugere a densidade e a complexidade da vida no cortiço, introduzindo o leitor ao ambiente que será explorado ao longo da obra. O resumo da obra revela a trajetória de João Romão, um ambicioso português que se torna proprietário do cortiço e de outras propriedades, explorando os moradores e manipulando-os para alcançar seus objetivos. A narrativa também acompanha a vida de Bertoleza, escrava alforriada que vive uma ilusão de liberdade, e outros personagens que compõem o mosaico social do cortiço.

 

A obra é composta por 23 capítulos, sendo que a IDEIA CENTRAL de cada um deles, dentre outras formas, pode ser expressada da seguinte maneira:

Capítulo 1: A construção do cortiço e a descrição de seu crescimento como um organismo vivo, refletindo a ambição de João Romão.
Capítulo 2: A introdução de Bertoleza e a exploração de sua força de trabalho por João Romão, simbolizando a opressão dos mais fracos pelos ambiciosos.
Capítulo 3: A chegada de Jerônimo ao cortiço, marcando o início de sua transformação sob a influência do ambiente.
Capítulo 4: O desenvolvimento da relação entre Jerônimo e Rita Baiana, destacando a sensualidade e a liberdade de costumes no cortiço.
Capítulo 5: A festa de São João, um retrato da cultura popular e da mistura de etnias e tradições no cortiço.
Capítulo 6: A decadência moral de Jerônimo, que se afasta cada vez mais de sua esposa Piedade, simbolizando a corrupção do indivíduo pelo ambiente.
Capítulo 7: A luta entre Jerônimo e Firmo, refletindo as tensões sociais e pessoais dentro do cortiço.
Capítulo 8: A morte de Firmo e a ascensão de Jerônimo como figura de poder no cortiço, mostrando a lei do mais forte.
Capítulo 9: A vida de Pombinha e sua busca por educação e ascensão social, contrastando com a realidade opressiva do cortiço.
Capítulo 10: A exploração de trabalhadores na pedreira de João Romão, destacando a ganância e a falta de humanidade do capitalismo emergente.
Capítulo 11: A relação entre João Romão e Zulmira, uma crítica à hipocrisia social e ao casamento por interesse.
Capítulo 12: A transformação de Pombinha, que cede às pressões sociais e pessoais, perdendo sua inocência.
Capítulo 13: A revelação do passado de Bertoleza e a traição de João Romão, evidenciando a crueldade e o egoísmo humanos.
Capítulo 14: A construção da nova casa de João Romão, simbolizando sua ascensão social e o abandono de suas origens.
Capítulo 15: O casamento de Pombinha e a representação da perda de esperança e da resignação às convenções sociais.
Capítulo 16: A decadência física e moral de Jerônimo, que completa sua transformação e perda de identidade.
Capítulo 17: A festa de inauguração da nova casa de João Romão, marcando seu triunfo sobre os moradores do cortiço.
Capítulo 18: O suicídio de Bertoleza, um ato de desespero e resistência contra a opressão sofrida.
Capítulo 19: A reação dos moradores do cortiço ao suicídio de Bertoleza, revelando a solidariedade e a impotência das classes oprimidas.
Capítulo 20: A consolidação do poder de João Romão e sua completa alienação dos valores humanos básicos.
Capítulo 21: A partida de Jerônimo para Portugal, abandonando o cortiço e buscando redenção.
Capítulo 22: A ascensão de Pombinha, que deixa o cortiço em busca de uma nova vida, simbolizando a possibilidade de mudança e esperança.
Capítulo 23: O incêndio no cortiço, uma metáfora da destruição e renovação, encerrando a obra com uma nota de incerteza e reflexão sobre o futuro.

 

CONCLUSÃO

Esta análise de "O Cortiço" visa ser um recurso valioso tanto para entusiastas da leitura quanto para estudantes que se preparam para o ENEM, vestibulares e outros exames. Além de oferecer um aprofundamento cultural e intelectual, a análise é seguida de QUESTÕES que revisam pontos importantes da obra e servem como prática para provas, auxiliando no desenvolvimento de habilidades analíticas e críticas essenciais para um bom desempenho em avaliações. Espera-se que este material contribua para o sucesso acadêmico e pessoal dos leitores.

 

QUESTÕES PARA CONCURSOS

1. Considerando o aspecto Interpretação de Texto, assinale a alternativa CORRETA:
   Qual das seguintes afirmações melhor representa a crítica social presente em "O Cortiço" de Aluísio Azevedo?
    a) A obra celebra o progresso e a modernização do Rio de Janeiro no final do século XIX.
    b) "O Cortiço" é uma narrativa que se concentra exclusivamente nas histórias de amor entre os personagens.
    c) A obra destaca a luta pela sobrevivência em um ambiente marcado pela exploração e desigualdade social.
    d) Aluísio Azevedo propõe uma solução otimista para os problemas sociais apresentados no livro.

 

2. Analisando o aspecto Gramática assinale a alternativa CORRETA:
   Em "O Cortiço", Aluísio Azevedo faz uso de diversas figuras de linguagem para construir a ambientação e os personagens. Qual das opções abaixo apresenta um exemplo de metáfora encontrada na obra?
    a) Descrições detalhadas das festas realizadas pelos moradores do cortiço.
    b) O cortiço é comparado a um "organismo vivo", que cresce e se transforma.
    c) Diálogos entre João Romão e Bertoleza sobre seus planos futuros.
    d) A narração dos conflitos entre os personagens principais.

 

3. Observando Aspectos Literários assinale a alternativa CORRETA:
   Qual das seguintes características NÃO se aplica ao Naturalismo, movimento literário ao qual "O Cortiço" é frequentemente associado?
    a) A representação objetiva da realidade, muitas vezes com um olhar crítico sobre as instituições sociais.
    b) A ênfase em histórias que envolvem elementos sobrenaturais ou fantásticos como forma de escapismo.
    c) A exploração de temas como hereditariedade, ambiente e suas influências sobre o comportamento humano.
    d) A utilização de uma linguagem científica e a observação detalhada dos aspectos mais sórdidos da sociedade.

 

GABARITO

1. c) A obra destaca a luta pela sobrevivência em um ambiente marcado pela exploração e desigualdade social.
2. b) O cortiço é comparado a um "organismo vivo", que cresce e se transforma.
3. b) A ênfase em histórias que envolvem elementos sobrenaturais ou fantásticos como forma de escapismo.

 

REFERÊNCIA

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Coleção Ler é Aprender nº 16. Klick Editora. Estadão. Agosto de 1997.

Oscar Francisco Alves Junior
Enviado por Oscar Francisco Alves Junior em 07/05/2024
Reeditado em 12/05/2024
Código do texto: T8058319
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