O Universo e o Átomo: Dois Universos Infinitos?

Desde os milésios, há no homem a preocupação de achar o princípio de tudo, a partícula fundamental, primordial, a ARCHÉ de tudo que existe na natureza. Foram os primeiros filósofos, que não se satisfaziam com a cosmologia mítica.

Os pré-socráticos propuseram vários elementos:

Tales propôs a água. Anaximandro, o APEÍRON (o infinito). Anaxímenes : O ar. Xenófanes de Cólofon : A terra. Heráclito de Éfeso: O fogo (símbolo da dinâmica das coisas). Pitágoras de Samos : O número. Empédocles de Agrigento : a terra, o ar, o fogo e a água.

Parmênides (não foi precisamente uma arché que propôs) garantia: “Toda a mutação é ilusória”, pensando opostamente a Heráclito. Enquanto este afirmava que é impossível “uma mesma pessoa tomar banho duas vezes no mesmo rio”, Parmênides defendia a unidade e a imobilidade do Ser. Foi o primeiro empirista, porquanto afirmava ser o mundo sensível uma ilusão, já que os órgãos do sentido não são confiáveis.

Demócrito de Abdera : Os átomos: Partículas fundamentais, não divisíveis , os “tijolos” de tudo que existe. Foi contemporâneo de Sócrates. Assim é incorreto considerá-lo pré-socrático. Além disso, sua preocupação filosófica não foi apenas o PHYSES, mas precipuamente a ética.

Vendo assim, parece risível o pensamento desses filósofos. Não era bem assim. Cada um deles sustentava suas teses de forma bastante convincente.

Demócrito propôs o nome e este permanece até o dias de hoje. Constatou-se, porém, não ser o átomo indivisível.

Quanto mais se estuda, mais se encontra componenentes menores nele: As partículas subatômicas.

Dalton, no século XIX, retoma as ideias de Demócrito e cria o seu modelo atômico, como partícula indivisível.

Thomson cria um modelo diferente, basedo na divisibilidade do átomo, com prótons e elétrons: Reconhece-se ter a matéria uma natureza elétrica.

Rutherford ( já no séc. XX) descobre o nêutron. Niels Bohr aprimora a teoria de Rutherford propondo um modelo, onde os elétrons orbitam o núcleo num número limitado de órbitas estacionárias. Quando os elétrons se movem nelas, não emitem nem absorve energia. Porém, ao saltar de uma órbita para outra, emite ou absorve energia: o quantum.

Na esteira da Teoria de Bohr, surgiram o Princípio da Dualidade(Loius De Bröglie) e o da Incerteza de Heizemberg e se descobriram várias outras subpartículas.

Então, estamos com a mesma precupação dos pré-socráticos: O que é, afinal, o constituinte primordial, elementar da matéria?

A Física Quântica espera responder quando acharem, e se acharem, o Boson de Higgs, a popular “Partícula de Deus”, previsto no Modelo Padrão.

Na Europa, foi criado um grande acelerador de partícula: O LHC (Grande Colisor de Hádrons), cuja finalidade principal é procurá-lo.

Se o gregos antigos, perspicazes como eram, tivessem o tal acelador de partícula, talvez tivessem já respondido o que é hoje a maior “curiosidade” científica.

Em síntese, o “universo do nada” é tão pequeno e difícil de se desvendar que parece ser infinitamente pequeno e labiríntico. Da mesma forma, o “Universo do Tudo” é tão grande, que parece ser infinito em extensão (e quiçá em tempo de existência). A Teoria do Big Bang, com a ideia de que ainda hoje o universo de expande, depois duma “explosão” de uma bolinha de massa extremamente densa há vários bilhões de anos, só nos deixa mais perplexos.

Pergunto: Será que esse tal de Big Bang não é a “Partícula de Deus” que explodiu A vários milhões de anos no futuro?

Tudo está ficando tão relativo, duvidoso e incerto, que de nada mais duvido!

Será que toda essa preocupação e toda essa “especulação” e ansiedade dos cientistas atuais não nos farão parecer, no futuro, tais quais nos parecem hoje os pré-socráticos? Ou seja: Bastantes engenhosos e talentosos, mas muito longe da verdade no cohecimento das coisas que nos “circundam”?

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 09/01/2012
Reeditado em 11/01/2012
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