A EVOLUÇÃO DA IMPRENSA E A CRIAÇÃO DO PAPEL

A EVOLUÇÃO DA IMPRENSA E A CRIAÇÃO DO PAPEL

“O dilema me levava ao caminho da paixão, no reflexo esperava amainar meu coração sofrido e calejado. Almejando esperanças com desejo ultrajado ansiava por bonanças. Reflexo na grande dor buscava superação, na escalada do amor encontrava a solução. O amor é eterno e nos leva a conhecer a vida melhor, sermos mais humanos e felizes.” (Antonio Paiva Rodrigues).

O papel depois de sua invenção tornou-se de suma importância para a vida do homem. Por volta do ano 105 D.C., os chineses deram um suporte fundamental para o desenvolvimento da imprensa. Na antiguidade segundo a história, os registros pré-históricos de desenhos e sinais esculpidos ou desenhados nas pedras e cavernas desenvolveu uma forma de utilizar o junco ou papiro, ensopando-o com água e sovando até obter uma forma de pergaminho, com espessura semelhante a um tecido. Representa e retrata a cultura e os hábitos de cada sociedade. Existem muitas formas ou “Modus Operandi” para obtenção do papel.

É certo que sua origem é chinesa. Na pátria de origem de molhados, eram batidos até que se formassem uma pasta. Com essa pasta, as peneiras as recebiam para o escorrimento da água. Logo após a secagem transformava-se em folha de papel. O papel tem em sua composição milhões de fiapos oriundos de plantas, chamados de fibras. De estrutura porosa, semelhante à pedra pome, dando-lhes características especiais, onde se difere dos tecidos de algodão. Em alguns países o papel é fabricado com trapos de algodão e linho, são resistentes, como o papel moeda.

O papel é largamente utilizado no mundo inteiro e corresponde a aproximadamente 20% dos resíduos produzidos pelo brasileiro. Os árabes assimilaram a técnica e a espalharam na Península Ibérica, quando a conquistaram lá pelos idos de 1300. Os demais países europeus só a conheceram por volta dos séculos XIII e XIV. Graças ao trabalho de copiar manuscritos, na Idade Média, em formas artesanais de papel, foi possível conservar os mais importantes registros da história da humanidade até então. Com a invenção da "imprensa", permitindo a impressão por linotipos em papel, a disseminação da informação passou a ser muito mais veloz e acessível a todos, e a Revolução Industrial impulsionou ainda mais essas mudanças; hoje o papel talvez seja o produto mais utilizado e corriqueiro.

Em 59 A.C., por vontade e ordem do imperador Júlio César, surge em Roma as Acta Diurna, folhas de notícias da vida romana afixadas em toda a cidade. Segundo estudiosos, para ficar branquinho o papel passa por um branqueamento químico muito poluente e prejudicial ao meio ambiente. O Papel Ecograph, que é clareado a oxigênio e as folhas ficam com coloração creme. No século VIII (ano 751), os chineses foram derrotados pelos árabes. Dentre os prisioneiros que caíram nas mãos dos árabes, estavam fabricantes de papel, que levados a Samarkanda, a mais velha cidade da Ásia, transmitiram seus conhecimentos aos árabes.

Gutenberg inventa em Estrasburgo na França, a tipografia, processo de impressão a partir de tipos em relevo. Veloz, para quem até então só dispunha dos manuscritos, a reprodução topográfica permite a edição de cadernos de até 16 páginas, isso aconteceu no ano de 1436. A técnica de fabricar papel evoluiu em curto espaço de tempo com o uso de amido derivado da farinha de trigo, para a colagem das fibras no papel e o uso de sobras de linho, cânhamo e outras fibras encontradas com facilidade, para a preparação da pasta.

Já em 1455, a Bíblia, de Gutenberg é o primeiro livro imprenso em tipografia. A Bíblia de Gutenberg é o incunábulo impresso da tradução em latim da Bíblia, por Johann Gutenberg, em Mogúncia, também conhecida em português como Mogúncia, Alemanha. A produção da Bíblia começou em 1450, tendo Gutenberg usado uma prensa de tipos móveis. Calcula-se que tenha terminado em 1455. Essa Bíblia é considerada o incunábulo mais importante, pois marca o início da produção em massa de livros no Ocidente. Uma cópia completa desta Bíblia possui 1282 páginas, com texto em duas colunas; a maioria era encadernada em dois volumes. De 1789 a 100, a Revolução Francesa dá impulso extraordinário à imprensa. Nesses onze anos, são publicados mais de 1.500 títulos novos, duas vezes mais que nos 150 anos precedentes. A Bíblia de Gutenberg era uma obra em dois volumes, medindo cerca de 30,5 cm por 40,5 cm de altura, com um total de 1.282 páginas. A maioria dos exemplares foi impressa em papel de trapos e aproximadamente um quarto da tiragem foi impressa em vellum. Das 180 cópias originais estimadas, sabe-se que existem hoje apenas 48 delas.

Os eruditos acreditam que Gutenberg imprimiu sua Bíblia de 42 Linhas entre 1450 e 1456 em Mogúncia (Mainz), na Alemanha. Uma página da Bíblia continha 400 a 500 peças de tipos. Um estoque de 15.000 a 20.000 peças de tipos foram fundidas para imprimir uma página enquanto outra estava sendo composta. Era tirada uma prova de cada página para revisão, portanto os erros saíam corrigidos em todos os exemplares do livro, possibilitando um produto consistente, diferente das versões copiadas à mão, que tinham vários erros diferentes em cada edição.

A Bíblia contém 73 livros, dividida em Antigo Testamento e Novo Testamento. Acredita-se que 180 cópias foram produzidas, 45 em pergaminho e 135 em papel. Elas foram impressas, rubricadas e iluminadas à mão em um período de três anos. A entrada na Europa foi feita pelas "caravanas" que transportavam a seda. Atualmente, a maior parte dos papéis (95%) é feita a partir do tronco de árvores cultivadas; as partes menores, como ramos e folhas, não são aproveitadas, embora as folhas e galhos possam também ser utilizados no processo. No Brasil o eucalipto é a espécie mais utilizada, por seu rápido crescimento, atingindo em torno de 30 m de altura em sete anos.

1 - Os troncos são descascados 2 - Picados 3 - Digestores: cozimento em soda cáustica 4 - Celulose e água 5 - Prensagem e secagem 6 – Bobina. Podem ser reciclados, mas existe uma regra para essa reciclagem: “Saco de Papel de escritório impresso, papel branco, papel misto, papelão embalagem longa vida, jornais e revistas. Aparas de papel Papelão Fotocópias Embalagens de ovo Envelopes Folhas de cadernos Rascunhos Formulários de computador Cartazes velhos Caixas em geral Papel de FAX (sem parafina) Cartões e cartolina. Existem os nãos recicláveis:” Papel engordurado, carbono, celofane papel plastificado, papel parafinado (fax) papel metalizado, papel laminado, papel toalha e higiênico, papel vegetal, papel siliconizado, etiqueta adesiva Fita crepe, papéis sanitários ou sujos guardanapos usados tocos de cigarro. Os papéis combinados com outros materiais (plastificados, metalizados, papel carbono, etc), ou muito sujos de graxa, gordura, alimentos, e também os papéis higiênicos, não devem ser misturados com os recicláveis, devendo ser descartados como lixo orgânico. Antes da criação do papel, o material mais utilizado para escrita, foi o pergaminho, feito com peles de animais.

Os antigos egípcios utilizavam o talo do papiro. Sua fabricação era penosa e rudimentar; a medula do talo era cortada em tiras que eram colocadas transversalmente, umas sobre as outras, formando camadas que eram batidas com pesadas marretas de madeira, resultando numa espessura uniforme e produzindo um suco que impregnava e colava as tiras entre si. Oficialmente, foi fabricado pela primeira vez na China, no ano de 105, por Ts'Ai Lun que fragmentou em uma tina com água, cascas de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pescar, roupas usadas e cal para ajudar no desfibramento. Na pasta formada, submergiu uma forma de madeira revestida por um fino tecido de seda - a forma manual - como seria conhecida.

Esta forma coberta de pasta era retirada da tina e com a água escorrendo, deixava sobre a tela uma fina folha que era removida e estendida sobre uma mesa. Esta operação era repetida e as novas folhas eram colocadas sobre as anteriores, separadas por algum material; as folhas então eram prensadas para perder mais água e posteriormente colocadas uma a uma, em muros aquecidos para a secagem. A idéia de Ts'Ai Lun, "A desintegração de fibras vegetais por fracionamento, a formação da folha retirando a pasta da tina por meio de forma manual, procedendo-se ao deságue e posterior aquecimento para secagem", continua válida até hoje.

Segundo nos informa o site: Fonte: www.bracelpa.org.br / Em 1798 teve êxito à invenção, segundo a qual foi possível fabricar papel em máquina de folha contínua. Inventada pelo francês Nicolas Louis Robert que por dificuldades financeiras e técnicas não conseguiu desenvolvê-la, cedeu sua patente, aos irmãos Fourdrinier, que a obtiveram juntamente com a Maquinaria Hall, de Dartford (Inglaterra) e posteriormente com o Engº Bryan Donkin. Assim a máquina de papel Fourdrinier (Máquinas de Tela Plana) foi à primeira máquina de folha contínua que se tem notícia.

Depois da máquina Fourdrinier se lançaram no mercado outros tipos de máquinas: A primeira etapa da fabricação de papel consta de: desfibramento para soltar as fibras numa solução de água, depuração destinada a manter a pasta livre de impurezas, refinação que dará as qualidades exigidas ao papel através da moagem das fibras. Na preparação da massa outras operações são levadas a efeito: Tingimento: são colocados corantes para se obter a cor desejada. Colagem: é a adição do breu ou de colas preparadas.

Correção do pH: (acidez ou alcalinidade) normalmente a celulose está em suspensão em água alcalina, cuja alcalinidade deve ser parcial ou totalmente neutralizada com sulfato de alumínio, que também vai ajudar na colagem e tingimento. Aditivos: colocação de outros ingredientes para melhorar a qualidade do papel. A segunda etapa da fabricação do papel é a formação da folha, feita através da suspensão das fibras de celulose em água, e que é colocada sobre uma tela metálica. A água escoa através da tela e as fibras são retiradas formando uma espécie de tecido, com os fios muito pequenos e trançados entre si.

A formação da folha poderá ser feita através de várias formas: Manual: onde a tela é simplesmente uma peneira. Mesas Planas: a tela metálica apoia-se sobre roletes e é estendida, para formar uma área plana horizontal. Esta tela corre com velocidade constante e recebe na parte inicial do setor plano, a suspensão das fibras, a água escoa através da tela deixando as fibras Cilíndricas: a tela metálica recobre um cilindro, que gira a velocidade constante em uma suspensão de fibras, a água atravessa a tela dentro do tambor e é daí retirada; as fibras aderem à tela, formando uma folha que é retirada do tambor por um feltro. A terceira e última etapa é a secagem que é conseguida inicialmente prensando-se a folha, para retirar toda a água possível, e depois, passando a folha por cilindros de ferro aquecidos, que provocam a evaporação da água. Feitas estas operações, o papel está pronto para uso, podendo ser cortado no formato desejado por quem for usá-lo. A primeira presença do papel no Brasil, sem dúvida, é a carta de Pero Vaz de Caminha, escrita logo do descobrimento de nosso país.

Mas a primeira referência à produção nacional consta em um documento escrito em 1809 por Frei José Mariano da Conceição Velozo ao Ministro do Príncipe Regente D. João, Conde de Linhares: "... remeto-lhe uma amostra do papel, bem que não alvejado, feito em primeira experiência, da nossa embira. A segunda que já está em obra se dará alvo, e em conclusão pode V.EXCIA contar com esta fábrica...". Este documento cujo trecho extraímos do livro: O Papel - Problemas de Conservação e Restauração de Edson Motta e Maria L.G. Salgado, encontra-se no Museu Imperial. Na amostra encaminhada com o documento constava: "O primeiro papel, que se fez no Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 1809". (Fonte: Fonte: www.bracelpa.org.br)

É também em 1809 que tem início a construção de uma fábrica no Rio de Janeiro cuja produção, provavelmente iniciou-se entre 1810 e 1811. Ainda no Rio de Janeiro temos notícias de mais três fábricas em 1837, 1841 e, em 1852, nas proximidades de Petrópolis, foi construída pelo Barão de Capanema a Fábrica de Orianda que produziu papel de ótima qualidade para os padrões da época até a decretação de sua falência em 1874. Ainda em 1850, o desenvolvimento da cultura do café, traz grande progresso para a então Província de São Paulo e, com a chegada dos imigrantes europeus, passa a vivenciar um grande desenvolvimento industrial gerador de vários empreendimentos.

Um deles, idealizado pelo Barão de Piracicaba, na região de Itu, pretendia criar condições para a instalação de indústrias aproveitando a energia hidráulica possível na região em função da existência da cachoeira no rio Tietê e, é neste local que, em 1889 a empresa Melchert & Cia deu início à construção da Fábrica de Papel de Salto que funciona até hoje, devidamente modernizada, produzindo papéis especiais, sendo uma das poucas fábricas do mundo fabricante papéis para a produção de dinheiro. Em alguns detalhes aqui inseridos fomos buscar direcionamento no Wikipédia. Esse é mais um trabalho de pesquisa, muito útil para quem deseja saber a origem do papel, como se formou a imprensa, a tipografia e vários qualidades de papel com suas inúmeras utilidades. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DO PORTAL CEN- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 11/09/2013
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