A Escolha no Colapso Quântico, Quem faz?

INTRODUÇÃO

Em continuidade ao roteiro didático, que julgamos necessário para o entendimento da teoria “Evolução Criativa de Amit Goswami”, registrar-se-á dois experimentos mentais: Paradoxo de Schrödinger e o Paradoxo do Amigo de Wigner.

Esses dois experimentos mentais foram utilizados, para desenvolver argumentação sobre quem faz a escolha, na ocasião do colapso quântico, realizado pela presença do observador.

Entretanto, antes desses dois experimentos, faz muito sentido registrar sobre a corrente de pensamento científico a que pertence Amit Goswami bem como a orientação ao desenvolvimento de sua teoria “Evolução Criativa”. Antes, daremos alguns esclarecimentos necessários e suficientes para o entendimento dos dois experimentos mentais, utilizados para identificar quem faz a escolha no colapso quântico.

ESCLARECIMENTOS

Paradoxo não somente seria algo sem lógica, contraditório, mas uma proposição (ou, também, pensamento, argumento) que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.

O Paradoxo, ou Gato de Schrödinger é uma experiência mental, frequentemente descrita como um paradoxo, desenvolvida pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, em 1935.

O Paradoxo, ou Gato do amigo de Wigner, uma extensão do experimento de Schrödinger é um experimento mental proposto pelo físico húngaro, naturalizado estadunidense Eugene Wigner. Elaborado para destacar o ponto de vista dessa corrente de cientistas que defendem o primado da consciência sobre a matéria e que, no caso específico, defendem a necessidade da consciência para a mensuração quântica.

Com relação aos termos ego e consciência, registraremos os contidos no livro de Amit Goswami – “Evolução Criativa das Espécies”, no próximo artigo, “Consciência”. Por ora julgou-se como solução os dados por Eckhart Tolle, em seu livro “Um Novo Mundo – O Despertar de uma Nova Consciência” .

Afirma Eckhart Tolle: O ego compõe-se de pensamentos e emoções, de uma série de lembranças que reconhecemos como “eu e minha história”, de papéis habituais que sem saber e de identificações coletivas, como nacionalidade, religião, raça, classe social e orientação política. Contém, ainda, identificações pessoais com bens, opiniões, aparência exterior, ressentimentos antigos e auto conceitos.

Sobre a consciência diz ele: A consciência que é anterior ao pensamento, anterior ao espaço em que o pensamento, ou a emoção, ou a percepção sensorial acontecem.

A consciência é o princípio organizador por trás do surgimento da forma. É impossível se perder a consciência, porque é em essência quem nós somos. Só se perde aquilo que se tem, e não algo que, na realidade, somos.

Como um de nossos interesses é salientar o quanto a ciência dos homens vem concluindo saberes anteriormente revelados e registrados pela “Ciência Iniciática das Idades”, ciência dos deuses, nosso entendimento é que: o ego corresponde ao conceito de personalidade e consciência corresponde ao de projeção monádica, limitada às vibrações mais sutis do plano Físico Cósmico.

QUESTIONAMENTOS À CIÊNCIA MATERIALISTA

Muitos consideram o racionalismo científico como a essência do materialismo que permeia a ciência. Entretanto, fenômenos que discutem a essência das coisas, a possível existência de realidades paralelas ao nosso universo, e a física quântica têm produzido uma revisão nas abordagens científicas.

A matemática da origem da vida, a herança epigenética (termo que se refere a mudanças de alteração do gene, que não envolvem alteração no DNA), experimentos com percepção extra-sensorial, fenômenos de entrelaçamento quântico e de não localidade, bem como as modalidades alternativas de medicina vêm questionando os conceitos básicos da ciência ocidental.

Assim, por esses fatores ainda não compreendidos ou descritos, surgiu grupo de cientistas propondo mudanças de alguns paradigmas, hoje tratados, de forma extremamente conservadora, como dogmas.

Amit Goswami pertence a esse pequeno grupo de cientistas e, em seu livro “Evolução Criativa das Espécies”, desenvolve teoria baseando-se em sua tese máxima: o primado da consciência sobre a matéria. Além de apresentar sua teoria, critica alguns pontos inconsistentes do darwinismo e lança proposições para uma nova biologia pautada no desenvolvimento criativo dos seres vivos.

PARADOXO DO GATO DE SCHRÖDINGER

Nesse “experimento mental”:

Um gato é posto em caixa opaca com uma porta, na companhia de um único átomo radioativo com meia vida de uma hora, o que significa que é de 50% a probabilidade de que o átomo se desintegre em uma hora.

Caso o átomo se desintegre ocorre o seguinte: um contador Geiger detecta a radiação, emitindo som. O som emitido aciona um martelo que quebra um frasco, liberando cianureto que mata o gato.

Se o átomo não se desintegrar o gato continua vivo.

Como a desintegração é probabilística, um processo quântico ocorre: no final de uma hora, o gato é uma onda de possibilidade, tendo duas facetas igualmente válidas, vivo e morto. O gato está literalmente meio vivo e meio morto!!!!

Naturalmente, quando observado, vê-se o gato vivo, ou morto.

Se for adotada a posição metafísica de que a consciência é a base e toda existência, então, de fato, a observação consciente é essencial para a escolha e causa colapsos.

PARADOXO DO AMIGO DE WIGNER

Neste experimento mental, idealizado por Wigner foi acrescentado ao mesmo esquema proposto no Paradoxo do gato de Schrödinger a presença de um amigo seu que o visita enquanto o gato aguarda na caixa sua sina.

Após uma hora Wigner convida seu amigo olhar por cima de seu ombro enquanto ele abre a caixa.

Como os dois estão olhando ao esmo tempo qual das duas observações vai causar o colapso. Em outras palavras quem escolhe a sina do gato?

O paradoxo fica ainda mais claro ao se afirmar que Wigner gosta de gatos e seu amigo detesta gatos. Qual escolha vai prevalecer? Após o colapso, o gato meio vivo e meio morto, vive ou morre?

A verdadeira solução quando surgiu causou muita agitação Três físicos trabalhando de forma independente – Ludwig Bass, na Austrália, Amit Goswami e Cassey Blood nos Estados Unidos em universidades em estados distintos encontraram a mesma solução: “A consciência que escolhe é cósmica é unitiva, transcendendo a individualidade.

Não se escolhe o destino do gato a partir de uma consciência individual comum. Escolhe-se a partir de um estado não-comum da consciência, no qual a individualidade comum cede lugar a uma unidade cósmica – uma consciência objetiva, além da natureza individual.

OBSERVAÇÃO FINAL

Acredita-se, com mais esse passo dentro de roteiro didático, criado para facilitar o entendimento da teoria “Evolução Criativa das Espécies”, ter identificado a linha de pensamento do autor, bem como ilustrado a presença do primado da consciência sobre a matéria com o os dois paradoxos, em especial o de Wigner.

Ou seja, em sua natureza básica, a consciência é cósmica, primeira e única. O ego é uma individualidade ilusória separada, que surge por causa da identificação da consciência com o cérebro e seu subsequente condicionamento.

FONTE

Livro “Evolução criativa das espécies” – Amit Goswami – Tradução por Marcello Borges

ENDEREÇOS RELACIONADOS

DICA DE LEITURA – EVOLUÇÃO CRIATIVA DAS ESPÉCIES – AMIT GOSWAMI

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/7531949

EVOLUÇÃO CRIATIVA DAS ESPÉCIES – LIVRO DE AMIT GOSWAMI – VISÃO GERAL

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/7585036

FUNDAMENTOS DA FÍSICA QUÂNTICA

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/7537724

J Coelho
Enviado por J Coelho em 08/09/2022
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