SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS, O FILME!

Existia muito mais que carisma no Professor John Keating. Existia conhecimento humano. Quando chega para lecionar no Colégio Welton, seus métodos são responsáveis por transformações interiores nos alunos, que não passariam despercebidas.

Ó Capitão! Meu Capitão! Quem assiste ao filme percebe que esta citação do poema de Whalt Whitmam não é em vão. Existe toda uma relação com o desenvolvimento dos fatos e com o desfecho da história.

O Professor Keating possui uma didática formidável, extraordinária e com dinamismo vai fazendo com que seus alunos compreendam conceitos, assimilem e construam conhecimentos, que se tornem pensadores!

Aproveite o dia! A famosa frase Carpe Diem não seria mais conveniente para ilustrar a produtividades das aulas do Professor de Inglês. “Pegue os botões de rosa enquanto pode”! Unir a leitura do poema à reflexão colocada através do quadro dos primeiros estudantes do Colégio foi uma didática funcional e produtiva para alcançar o objetivo da temática discutida na aula.

“Vejam os rostos do passado, a semelhança com os jovens alunos atuais, o mesmo corte de cabelo, os mesmos sonhos, invencíveis como vocês! Tudo é maravilhoso. Acham que foram destinados a fazer coisas grandiosas, como muitos de vocês. Os olhos deles estão cheios de esperança, como vocês. Eles esperam ser tarde demais para fazer uma parte do que são capazes? Porque, rapazes, esses jovens atualmente estão mortos” Carpe Diem! Tornem suas vidas extraordinárias!

O que o nobre Professor não pensou é que sua chamada à reflexão fosse pesar-lhe tanto mais tarde. Como ele mesmo coloca, em momento posterior: “Há hora para atrever-se e hora para ter cuidado!

O Professor buscava fazer seus alunos pensarem. Não apenas treiná-los para adentrar uma universidade, como demonstrava ser a filosofia de funcionamento do Colégio Welton. Isto fica claro em seus discursos.

“Devemos constantemente mudar nossa visão. O mundo é bem diferente daqui (afirma isto em cima de sua mesa). Quando você achar que sabe alguma coisa, você tem que olhar sob um outro prisma. Quando você ler, não considere apenas a visão do autor, considere o que você pensa. Você precisa encontrar a sua voz”.

Não se aceita trabalhar a poesia como se fossem regras ou uma matemática, apenas voltando-se para suas rimas e métricas. O Professor Keating mais uma vez afronta os princípios tradicionais do colégio onde leciona, ao mandar que seus alunos rasguem, não apenas uma página, mais toda a introdução escrita no livro adotado pela escola. Para se compreender e gostar da poesia, não se pode perder a sua essência.É preciso saborear as palavras e a linguagem. É o que os alunos percebem quando passam a ler os poemas.

“Fui a Floresta porque queria viver de verdade. Eu queria viver profundamente e tirar toda a essência da vida. (Thoreaw).”

Este trecho nos leva a perceber que o Professor não instigou a (re) convocação da Sociedade dos Poetas Mortos. Os atuais alunos também queriam viver, também queriam pensar. Eram ansiosos de conhecimentos, de sabedoria. Queriam aproveitar o dia! Queriam viver! Melhor exemplo é o aluno Neil Perry, que resolveu realizar o seu sonho, e mesmo contra a vontade do pai, atuou no Teatro. Satisfez-se, realizou-se. Não por influência de alguém, mas porque soube refletir e ter a liberdade de decidir. Quem errou, então? O próprio pai. Por não ouvi-lo, por não aceitá-lo. Por impor suas vontades somente. A morte de Neil veio, mas não antes que ele vivesse profundamente. E poderia ter vivido muito mais, não fosse por seu próprio pai, a barrar-lhe os sonhos. Somente em sonhos pode um homem realmente ser livre! (?).

A partir de então, tudo vem pesar contra o professor, que não baixa sua cabeça, simplesmente porque tem a certeza de um trabalho bem feito. Os alunos do colégio são obrigados a assinar um documento comprovando as afirmações da direção do colégio. Afirmações que colocam toda a culpa sobre o Professor Keating. Este é demitido da escola, expulso de forma injusta, desonesta. Mas sai com uma grande vitória! Percebe que seus alunos são capazes de ter uma outra visão... de olhar sob um outro prisma. Tudo fica evidente quando o aluno Todd Anderson, o mais tímido da turma, conta-lhe sobre a manipulação por parte da direção em relação aos documentos assinados. E mesmo contra as ordens do professor que está em sala, sobe em cima de sua mesa e chama ao professor:

Ó, Capitão! Meu Capitão!

Este gesto é seguido pelos demais alunos que pertenciam ao Clube Sociedade dos Poetas Mortos. O Professor percebe, assim, que suas aulas não foram em vão. Que seus alunos são capazes de pensar por si, que não consideram apenas a visão de outra pessoa que está numa hierarquia superior. Eles encontraram a sua própria voz. Satisfeito do seu dever cumprido, o professor responde:

Obrigado, rapazes! Obrigado!

Nonato Costa
Enviado por Nonato Costa em 03/07/2011
Reeditado em 10/07/2011
Código do texto: T3072870