24º capítulo
A revelação
Uma semana antes de Bete voltar de Denver , o senhor will recebeu uma mensagem do senhor Jacob. Esta dizia que tinham mais um servicinho a fazer numa cidade afastada ,no sudoeste do colorado. Precisamente numa cidade de nome Montain City . O Senhor Will ficou apreensivo, pois já havia uns três anos que ele não era requisitado para fazer mais esse tipo de serviço com o senhor Jacob. Mas como os dois eram comparsas em vários roubos de gado em várias partes do colorado, desde muitos anos antes, o Juíz temia participar de mais essa missão fraudulenta e ser morto por algum dos vaqueiros que sempre levavam o gado de um para outro lado. A marca desse tipo de roubo de gado era sempre a mesma. Muitas mortes de vaqueiros inocentes e roubo de uma quantidade enorme de gado. Mas como já haviam suspeitas pelo governo de Denver , já haviam enviado o agente federal George para investigar os crimes. O grupo organizado pelo senhor Jacob já esperava pelas ordens do patrão. Eles não denunciavam , ficavam de boca fechada , pois eram bem pagos pelo rancheiro, sem contar a proteção do Juíz Will. Desde que ficara viúvo o Juíz já havia colocado os olhos em Bete, quando ela ainda era mocinha. E ameaçou o senhor Jacob de denunciá-lo se ele não aceitasse em dar-lhe a mão de Bete em casamento. Mas os fatos começaram a se modificar desde que Bete demonstrou o seu desinteresse pelo Juíz. O mesmo não queria perdê-la de jeito nenhum. Mas ele não contava que a quadrilha estava prestes a ser descoberta pelo agente, e ainda que a sua escolhida amava o homem que chegara para destruí-lo e levá-lo à forca. Temendo represália por parte do senhor Jacob , enviou pelo mensageiro dele que estava preparando tudo e que dentro de três dias sairiam para encontrar o grupo de ataque em Montain City, povoado distante de City Fort. Seria mais um povoado que abrigaria o bando do senhor Jacob. Então antes de Bete chegar ele viajou. Avisou para a senhora Sara que seria uma viagem de negócios, como as que ele sempre fazia. Deixou Robson Haullins tomando conta da fazenda e George do escritório. Mas ele mal sabia que aquela seria sua última viagem de negócios escusos. Robson desconfiava do pai, mas não podia ter certeza de nada, apesar de ter puxado o lado egoísta e sem personalidade dele. Dona sara previa alguma desgraça , mas não sabia o que era. O marido partira acompanhado de uns quatro peões do rancho, bandidos que ele contratara para mantê-los sempre por perto quando precisasse. Bete também ficava desconfiando de alguma coisa, mas não suspeitava do mal que o seu pai fazia para as pessoas, envolvido em crimes, roubos etc. Bete estranhou ter chegado de Denver e não ter encontrado o pai, também achou esquisito o comportamento da sua mãe, como se a pobre mulher estivesse prevendo alguma coisa ruim. Mas apaixonada como estava por George, logo a sua preocupação foi passando e ela lembrou-se que tinha de ver George. Depois de haver descansado um pouco a moça desce do quarto e vai para o encontro marcado. Já estava entardecendo e um pouco mais e seria noite. Bete o viu em pé debaixo da árvore onde já tinham se encontrado antes. George a viu , quando Bete se aproximou, se abraçaram apaixonados. Eles já não podiam viver separados. Mas George não queria continuar com a mentira . Tinha que dizer a ela o motivo que o trouxera ao rancho. Depois de beijá-la ardentemente ele diz com a voz rouca.
-Bete, minha querida, preciso confessar algo que já não consigo guardar aqui comigo. E aponta do lado esquerdo do seu peito.
-Por favor, George, não se atormente assim. O que tem de tão grave para me contar? Pergunta Bete desesperada.
George a abraça e pergunta se ela confia nele. Diz que nunca faria nada para magoá-la, mas que se ela o ama compreenderia o que ele iria falar.
-sim George, eu te amo. Também confio em você. Diz o que é. Estou aflita e pronta para te ouvir.
George enche de coragem e conta a verdade sobre a sua vida. Primeiro conta que foi casado, que sua esposa morrera e também revela que ele é um agente federal e que está ali para investigar a vida de seu pai, que é suspeito de vários crimes. Pede a Bete para compreendê-lo. Diz a sua amada que agora que trabalha no escritório ,já começou a investigar os documentos que comprovarão os golpes do senhor Jacob. Então depois de revelar tudo a Bete percebe que ela chora copiosamente. George a abraça e pede que o perdoe. Ela também o abraça e diz que já desconfiava dos negócios escusos do pai. Diz também que sente muito pela morte da sua esposa, mas que o ama muito e não vai abandoná-lo. Sempre ficaria do lado dele. Bete pede a George para não falar a verdade a sua mãe. Teme pela saúde dela. Dona Sara tem mostrado sinais de cansaço muito antes dela ir a Denver. E isso a estava preocupando muito. George promete que não falará nada a sua mãe. E assim ficam abraçados um bom tempo. A lua deslizava lentamente no céu naquela noite. Fazia uma suave brisa que os envolvia e os convidava ao amor. George quase não resiste ao amor de Bete, seu corpo colado ao dele, mas ao ouvir o som do canto de algum pássaro noturno a moça sai do seu torpor e vai para o rancho. George volta lentamente para o alojamento. Estava feliz, se sentia leve, só temeroso que Bete deixasse de amá-lo. Aquela noite seria longa para ele. Os pensamentos negativos, medo de perder a sua Bete o afligia. Bete dormiu chorando...chorando por saber que as suas desconfianças tinham um fundamento. Então seu pai, o rico, famoso e respeitado senhor Jacob Haullins era um procurado da justiça há muitos anos. Não sabia se poderia perdoar o seu pai algum dia. Não o odiava ,mas não apoiava o que fazia. Então os fatos se encaixavam para Bete. O senhor Will era cúmplice do seu pai, e ela seria oferecida numa bandeja para aquele homem. Isto era a vontade daquele horrível Juíz. Mas o amor de George por ela a salvaria das mãos daquele delinquente. Disso ela tinha certeza e adormeceu logo em seguida.
Autora : Margareth Rafael