Uma animação típica (publicado originalmente em 2/7/2016)

Se você é telespectador assíduo da TV Cultura, está acostumado aos desenhos de ‘Shaun: O Carneiro’ durante a programação. São histórias curtas, de 15 minutos, bastante divertidas, às vezes educativas. Ano passado, como esperado, rodaram o longa-metragem dele. Com 85 minutos de duração, a trama conta a história do dono dos animais da fazenda onde vive Shaun, quando perde a memória.

Shaun e os amigos resolvem tirar um dia de folga para sair da rotina e, acidentalmente, levam o dono a ficar biruta, achar que é cabeleireiro celebridade. Assim, comandados pelo carneirinho, os demais animais correm atrás dele e nisso acontecem várias aventuras e confusões. Praxe.

Produzido em stop motion, sistema das massinhas de modelar, a fita é dirigida pelos estreantes Mark Button e Richard Starzak, que também roteirizaram. Foi finalista na categoria Melhor Animação do Oscar 2016, ao lado de ‘As Memórias de Marnie’, ‘Anomalisa’ (o de mais qualidade, em minha visão), o brasileiro ‘O Menino e o Mundo’ e o ganhador ‘Divertida Mente’. Pode-se afirmar que ‘Shaun: O Carneiro’ foi o mais simples dos cinco concorrentes, o mais singelo. Não é demérito algum. Pelo contrário.

Aos fãs de animações em geral, este modo manual do stop motion é rico pelos detalhes. Claro, o trabalho pode até ser além da conta, multiplicado por 50, porém o resultado é excelente. A expressão ‘menos é mais’ cabe nisso porque florear e esquematizar o script somente aos adultos é covardia. E as crianças entendem muito bem os passos do carneiro, com a sua boca torta.

‘Shaun: O Carneiro’ tem os traços da história típica de desenho: alguém perdido, o resto dos amigos em busca dele. Pra quem ama animais, prato cheio. Você pode até se emocionar em determinados pontos. Sempre apreciei mais esses trabalhos mouros, dificultosos, como são as massinhas de modelar.

Além dos traços habituais, antigos demais, onde de papel em papel a construção dos movimentos se formava, como uma mágica digna. Os computadores trouxeram a modernidade, mas também a facilidade, às vezes o desleixo. Não é o caso de ‘Divertida Mente’, mas há de ter cuidado. Profissionais especializados nas animações sabem o que fazem. Têm igual ou maior qualidade em relação aos cineastas de ‘humanos’.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 04/07/2016
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