A Teatralidade da morte sob a ótica de Tim Burton.
A tristeza, a dor e a morte, são versos para poesias, trechos de canções, manifestações artísticas, enredos para dramas Hollywoodianos, etc. Costumeiramente como se vê por aí, o rol da indústria cinematográfica transborda histórias tristes regadas de mortes precoces, solidão, injustiças, mentiras e traições. Elementos que cientificamente combinados a um bom roteiro, elenco e direção leva o grande público ao delírio. Quem nunca se derramou em lágrimas com "Titanic" (1997) (Amor + Drama + Morte) e "Sempre ao seu lado" (2009)? Hummm vai me dizer que não sentiu a garganta apertada?!

Tais emoções escapam das nossas percepções sensoriais quando se trata de um filme feito pelas mãos de Tim Burton. Não que seu longas não disponham desses elementos, "Edward mãos de tesoura" (1991), está ai, não me deixa mentir. Apesar do filme dotar de uma narrativa totalmente excêntrica, um jovem com mãos de tesoura, impossibilitado de tocar outras pessoas, ou até mesmo coçar a pontinha do nariz. É possível sentir a solidão de Edward, seu desespero e o incessante desejo de ser como as outras pessoas.

Suas produções intercalam do lúgubre à comicidade, em "Os fantasmas se divertem"(1988), o casal Bárbara e Adam viviam felizes, curtiam um descanso longe da jornada de trabalho. Mas, morreram em um acidente de carro. Pela perspectiva do filme, a morte não é o fim de tudo. Pelo contrário, é só o começo da eternidade, isso mesmo, juntos para sempre... E paralelo a essa longa jornada, Tim Burton, traça toda uma burocracia para o pós-morten. Como uma fila de espera para receber instruções de como se virar depois da morte. Com direito a gestão mortuária e um manual para assombrar os que ainda vivem.

Na animação "A Noiva cadáver", que antes de tudo é um conto escrito por ele mesmo baseado em uma lenda russo-judaica. No conto, um jovem prestes a se casar, viaja com um amigo para a vila onde sua noiva morava. Mas como a viagem estava sendo longa demais, os dois resolveram descansar nas margens de um rio. E explorando o lugar, o jovem noivo encontra um graveto semelhante a um osso na forma de um dedo. Os dois começaram a encenar um casamento, o noivo pegou o anel e colocou no graveto. Naquele instante a terra tremeu e de lá saiu uma mulher vestida de branco com seus ossos ainda expostos. E o resto você já sabe... É olhando por esse lado a simpática animação chega a ser horripilante e assustadora. Mas nosso gênio Timothy William Burton, fez com que "A Noiva cadáver" atingisse o público infantil e adulto também. Assim é possível apreciar essa animação carismática com a família sem esperar por pesadelos aterrorizantes.

A morte é o fim da vida, e o caminho para eternidade.
Claíse Albuquerque
Enviado por Claíse Albuquerque em 30/08/2016
Reeditado em 29/04/2018
Código do texto: T5744948
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