No tom do insuportável (publicado originalmente em 3/3/2018)

Saoirse Ronan é uma atriz peculiar. Em certo sentido, digamos assim. Protagonizou filmes densos e ao mesmo tempo românticos melados. Tem 15 anos de carreira, 24 de idade e 3 indicações ao Oscar, sendo que a última foi na festa do Oscar deste ano (se você lê esta coluna no

sábado, 3/2, ainda está o suspense sobre vencedores dos troféus).

‘Lady Bird’ (2017), que estreou há alguns dias, tem Saoirse na pele de uma adolescente prestes a entrar na vida adulta. Os conflitos com a mãe, o pai passivo nas atitudes mais rigorosas, as questões acerca dos namorados, e as decepções sobre essas figuras, tudo é confeccionado para atrair o público como se todos nós fôssemos fãs de séries teens, sejam elas quais forem. Argh!

De início, a fita nos pega por conta da agilidade do roteiro e da pretensão da diretora, a atriz Greta Gerwig, em desejar apresentar-se ao espectador como ‘novidade’ da sétima arte. Besteira. ‘Lady Bird’, já a partir dos 10, 15 minutos, começa a esburacar a nossa cabeça com infantilidades e as sequências monótonas de confrontos familiares.

Até agora não consegui entender os motivos pelos quais o longa-metragem recebeu tantos elogios. Ali há zero de inovação, atuações rasas e a Saoirse... Lembram-se de que escrevi no comecinho do artigo que ela é ‘peculiar’. Seus personagens são chatos, no que se refere a

incômodo realmente.

‘Desejo e Reparação’ (2007) e ‘Brooklin’ (2015), outras obras em que ela foi indicada ao Oscar, são trabalhos mais rebuscados na direção de arte e figurino, porém as interpretações da atriz são um verdadeiro porre. Esse negócio de ser ‘queridinha’ de Hollywood é a conversa mais fiada, em se tratando de Saoirse (não tenho ideia de como se pronuncia o seu nome). Jeniffer Lawrence, esta sim, pode ser chamada de ‘queridinha’.

Laurie Metcalf, que faz a mãe de Lady Bird, também está entre as

finalistas, como coadjuvante. E Greta, além de disputar no quesito diretor (a) também foi selecionada em roteiro original. Notem: o script não é ruim. Mas a sua execução é que compromete, no fim das contas.

A mesmice das situações imaginadas por Greta não dá a impressão de que ela quer que a gente engula cada palavra como se fosse um ensinamento magistral – seja ele de Lady Bird ou de Marion (a mãe).

Enfim, apesar de ter duração pequena, contam-se os minutos ao seu término. Duração: 94 minutos. Cotação: ruim.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 12/03/2018
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