Na ilha deserta: parte 2 (publicado originalmente em 19/9/2020)

Na semana passada escolhi alguns filmes que levaria a uma ilha deserta nestes tempos de pandemia, naquela pergunta típica dos jacus. No artigo de hoje, a minha veia kitsch prossegue e relato a vocês quais os longas-metragens brasileiros colocaria na mala rumo ao desconhecido, com o mesmo critério de antes: somente uma fita por diretor.

Sem dúvida, 'Terra em Transe' (1967), de Glauber Rocha, estaria presente, bem como 'Limite' (1931), de Mário Peixoto, 'Ganga Bruta' (1933), de Humberto Mauro, 'Maridinho de Luxo' (1938), de Luiz de Barros, e 'O Ébrio' (1946), de Gilda de Abreu.

Talvez na tal ilha tivessem 2 telões enormes de cinema, com uma poltrona superconfortável, pipoca à vontade e som estéreo. E por estes telões, cada qual em seu dia específico, eu assistiria aos filmes com a regra da alternância - um dia, o estrangeiro, no outro, o brasileiro.

Prossigo o catálogo dos tupiniquins com 'Senta a Pua' (1999), de Erik de Castro, 'Central do Brasil' (1998), de Walter Salles, 'Entreatos' (2004), de João Moreira Salles e, claro, 'O Pagador de Promessas' (1962), de Anselmo Duarte. Não esqueceria, por exemplo, de 'Cala a Boca, Etelvina' (1958), de Eurípedes Ramos, 'O Homem do Sputnik' (1959), de Carlos Manga, e 'A Hora da Estrela' (1985), de Suzana Amaral.

Não tem como. A bolsa ficaria bastante pesada com tanta fita. Se fosse ver um filme por dia, ou 2 ou 3, já que nada teria para fazer naquele lugar inóspito, teria de ser reabastecido a cada 10 dias. Como? Não sei.

Mas ficar sem 'Cabra Marcado para Morrer' (1984), de Eduardo Coutinho, 'Durval Discos' (2002), de Anna Muylaert e 'Festa' (1989), de Ugo Giorgetti, seria impensável, bem como 'Pixote: A Lei do Mais Fraco' (1981), de Hector Babenco, 'Glauber: Labirinto do Brasil' (2004), de Silvio Tendler, 'O Auto da Compadecida' (2000), de Guel Arraes, 'Tieta do Agreste' (1996), de Cacá Diegues, 'Tropa de Elite' (2007), de José Padilha e, por fim, mas não menos importante, 'Caro Francis' (2009), de Nelson Hoineff, 'O Jardim das Aflições' (2017), de Josias Teófilo, e '1964: O Brasil Entre Armas e Livros' (2019), de Lucas Ferrugem e Felipe Varelim.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 21/09/2020
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