Jackie (2016) HBO MAX

Tem filmes que marcam pela dramaticidade do contexto em que estão inseridos. Esse aqui Jackie, dirigido por Pablo Larrain (indicado ao Oscar por melhor filme estrangeiro em 2013 e Globo de Ouro, em 2015), escrito por Noah Oppenheim, tem Natalie Portman, como a atriz principal, na interpretação marcante da ex- primeira dama dos EUA, Jacqueline Kennedy, que conta o história dos dias que antecedem e sucedem o assassinato do então presidente John F. Kennedy. Nessa narrativa, mergulhamos a fundo na dor que sente uma mulher ao ficar completamente sem chão ao perder seu cônjuge e ficar viúva, com dois filhos pequenos de uma forma inesperada.

Outra figura que tem grande destaque é Bob Kennedy (interpretado por Peter Sarsgaard), então ministro da Justiça e irmão do presidente. Natalie que ganhou o Oscar de melhor atriz pelo Cisne Negro, no papel de Jackie é entrevista por um repórter da Life, Theodore H. White e conta através da sua visão dos acontecimentos, como se sente naquele momento, tão conturbado da história, em que a guerra fria era o foco principal do mundo.

Orçado em 9 milhões de dólares a produção chileno-franco-estadunidense, esteve selecionada para competir pelo Leão de Ouro no 73° Festival de Cannes em Veneza.

O meu ponto de vista é que a película que tem uma duração de cerca de 1h30m, vem com esse foco no que se passa dentro de um grupo fechado de pessoas e como eles estão vivenciando. Não tenta desvendar quem matou. Como estava o país naquele instante. Tudo é para sentirmos o que a mulher e mãe e primeira dama estava vivendo ali.

O recorte é apenas da mulher do presidente. Nada de contar o futuro dela, que depois se casou mais duas vezes. Vemos como existe o glamour e o cerimonialismo nesse mundo de pessoas de status quo e como antes se dava mais valor a esse simbolismo que hoje está cada vez menos em evidência de um mundo em que o tradicional e conservador se perde em meio a um mundo mais globalizado. Aqui temos a visão erudita e clássica de uma mulher que tinha cultura e privilégios.