Sobre “Shikasta”, a “Fraternidade Branca” e outras coisas

Sempre tive interesse pelas questões que abordam as origens da Vida e a criação do mundo, assunto que, suponho, deve interessar a qualquer pessoa inteligente que se preza. Entretanto, avançando em conhecimento, terminamos (ou começamos?) por chegar à simplicidade do pensamento oriental, francamente oposto as conclusões das filosofias desenvolvidas pelos povos que viveram no lado ocidental do mundo; filosofias que, não raro, tendem a estimular processos reflexivos que, malgrado a importância esclarecedora que o oriente dá a intuição, como ela, poderá nos levar também à Sabedoria, embora tendenciosamente nos tenha levado à depressão, tendo em vista que, como já nos esclareceu o bíblico Rei Salomão, quando muito sabemos, podemos nos tornar presas fáceis da tristeza e um tanto desinteressados por certas convivências cotidianas.

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) observou o quanto há de sabedoria no fato de os homens (sic) serem superficiais, entre outras tantas coisas inquietantes sobre nós e nossas culturas. Contudo, pretendendo aprofundamentos a expansão de consciências – tendo escolas e técnicas de ensino nos esclarecido certos pontos sobre como o mundo e nós funcionamos, o que ele é e no que deve se tornar (uma vez que, por muitas razões, não nos foi conveniente ficar nus como “Deus” ou, mais acertadamente, como a Vida nos criou) – inventamos novos modos de ser e estar no mundo, malgrado certos prejuízos que, para serem levadas a cabo, tais invenções trouxeram a nós e ao meio ambiente.

Mas, é como dizem: não podemos ganhar certas coisas sem que percamos outras.

Para promoção de perdas e ganhos, então, a sensibilidade e a imaginação foram e são determinantes sobre o que é ou, muito além (ou aquém?) daquilo que a Natureza nos legou, o que pode se tornar real no mundo. Entre céticos e crentes, abismos de entendimentos e conclusões se abrem, e então nos separamos em universos de conhecimentos diferentes a deliberadas investigações sobre o que é e o que não é possível existir no infinito espaço do Nada.

Pensando em possibilidades, então, lembro sempre de meu pai, que dizia: “Aqueles que não acreditam na existência de mundos invisíveis e milagres como fundamentos de realidades não podem crer que respiram, ou que existam o rádio, a televisão ou o controle remoto”, tendo ele morrido sem que tivesse visto se desenvolverem as incríveis possibilidades de instantâneos contatos globais que atualmente fazemos via Internet e telefones celulares multi-usos.

Entre conjecturas metafísicas, entretanto, meu pai, de formação cristã e, ao mesmo tempo, um tanto niilista, muitas vezes duvidava das influências de um Deus na criação e administração do Universo e na vigilância dos movimentos interiores da alma dos homens (sic), da qual se diz que é fundamento a concessão de bençãos e/ou merecidos castigos.

Como o filósofo grego Epicuro (341 a.C.), meu pai não acreditava que pudesse haver um Deus essencialmente expressão de um “amor absoluto” que, naturalmente, “tudo perdoou, perdoa e perdoará” – sendo nós, entre todas as Suas criaturas, Seus mais significativos representantes – quando há tanta crueldade desumana a promover misérias no mundo. E não adiantava lhe dizer sobre as permissividades divinas aos maus feitos humanos (sic) como “oportunidades” que Deus nos dá a evoluções, concedidas no exercício diário de certo livre arbítrio.

“Se você fosse Onisciente e, como Deus, soubesse que, no futuro, uma criatura Sua se tornaria perversa e destrutiva, você a criaria?” – perguntava ele àqueles que argumentavam a favor da existência de Deus como criador administrador de tudo, sem que lhe importasse se, no “fim dos tempos”, todas as mazelas produzidas pela ignorância e pelo livre-arbítrio viessem a ser reparadas por Ele à purificação das almas dos homens (sic) e do mundo.

Entre os que creem em deuses administradores do cosmos e, consequentemente, vigilantes das consequências devastadoras das intempéries naturais que assolaram, assolam e assolarão este planeta – e, mais, das ações daqueles que deliberadamente parecem querer destruí-lo e destruírem-se – planeta que, no exercício de um insano sentimento de posse, inapropriadamente consideramos “nosso”, há os ditos “cristãos” que, paradoxalmente, malgrado peremptoriamente afirmarem que “um único filho de Deus VEIO DO CÉU para nos salvar”, não acreditam na existência de extraterrestres.

Entre os adoradores de ET’s, entretanto, abundam aqueles que afirmam categoricamente não apenas que eles existem, mas que foram muitos os que com eles tiveram verdadeiros casos de amor.

Em seu livro “O mundo assombrado pelos demônios”, o falecido astrofísico e escritor norte-americano Carl Sagan (1934 – 1996) diz não crer que os depoimentos daqueles que afirmaram ter mantido contatos de vários graus com extraterrestres sejam verdadeiros. Sua descrença em extraterrestres basicamente residia no fato de que, quando a usar corpos e mentes de pessoas como instrumentos de comunicações, apesar de nos parecerem extremamente sábios no que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias que lhes possibilitam construir naves capazes de cruzar galáxias em altíssimas velocidades, ninguém nunca lhe respondeu a nenhuma pergunta que fez sobre questões astrofísicas ou da física quântica, mesmo a mais elementar, observando que, geralmente, os supostos ET’s preocupam-se apenas em dar conselhos aos filhos da Terra sobre a necessidade do desenvolvimento da fraternidade universal e, consequentemente, do necessário cuidado que todos devem ter com a preservação das florestas, dos rios e dos mares que sustentam toda forma da Vida na Terra.

No grupo dos que não duvidam de antigas e novas possibilidades de contatos extraterrestres, meu querido amigo, o terapeuta holístico Tomáz Aldano, está entre os mais entusiasmados. Para ele, as vivências frustradas de Carl Sagan com pessoas que se disseram abduzidas porta-vozes de ET’s não prova que eles não existem, que não se comunicaram ou que não possam se comunicar verdadeiramente conosco, uma vez que, como o físico judeu-alemão Einstein também provou, como ele sabia, os extraterrestre provavelmente também sabem que, como observou “o pai da bomba atômica”, “o homem que domina o átomo e não tem amor no coração transforma-se num monstro”.

Baseado nesta e outras grandes verdades, nos pergunta Tomáz, que mantém a fé no poder redentor do Amor e certo preconceito sobre a natureza “inequivocamente benevolente” dos aliens baseado em sua admiração por um grupo de “mestres ascensionados” (hoje "ET’s engenheiros administradores bem-feitores planetários" que, a despeito do que possam pensar movimentos negros sobre o assunto, compõem o que muitos conhecem como “A Fraternidade Branca”): “Por que os Et’s revelariam para seres tão bárbaros como nós grandes segredos sobre como funcionam ou podem funcionar certas coisas no Universo se damos demonstrações de que sequer sabemos ainda lidar com as questões mais elementares à promoção de boas relações humanas e sobrevivências?” – pergunta Tomáz, e faz a ressalva: “Somente para que transfiramos nossa violência e nossa sede de dominações a outros quadrantes estelares”?

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