REVOLUÇÃO FARROUPILHA



Desde o século XVII que o Rio Grande do Sul vinha sendo palco das disputas entre portugueses e espanhóis. Os líderes locais queriam o fim dos conflitos, desejavam que o governo central incentivasse o crescimento econômico do sul. Seria isso, uma forma de pagar às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país fazia muito tempo. Porém, isso não ocorreu. Eis aí, a causa da Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835-1845). Esta foi a maior guerra que eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. A taxação pesada de impostos por parte do governo central, sobre os produtos gaúchos, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc, foi feita a partir de 1821. Em 1830, o governo proporcionou incentivos para que fosse importado o charque do Prata, enquanto que o nosso charque sofria a cobrança de uma taxa extorsiva. Além disso, também aumentou a taxa de importação do sal, que era básico para a fabricação do charque. Para agravar mais o descontentamento dos sul rio-grandenses, as tropas que lutavam eram gaúchas, mas seus comandantes eram oriundos do centro do país. Era mais uma coisa para fazer explodir a grande revolta na elite rio-grandense.
 
Após a batalha de Seival, em 11 de setembro de 1836, o general Antônio de Sousa Neto, das tropas sulistas, proclamou a República Rio-Grandense, naquele momento denominada “República de Piratini”, pois este era o nome da primeira capital ao novo país. O presidente aclamado da nova república foi Bento Gonçalves, pecuarista que havia lutado na Guerra da Cisplatina, contra o Uruguai, e a constituição da República Rio-Grandense foi aprovada em 1843, em Alegrete. 
A República Rio-Grandense teve cinco capitais em seus nove anos de existência: Piratini, Caçapava do Sul e Alegrete (oficiais), Bagé (somente por duas semanas) e São Borja. Seus presidentes foram Bento Gonçalves da Silva e Gomes Jardim. 


Santa Catarina se uniu aos revolucionários. Após as vitórias das tropas comandadas por Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, o Estado se declarou independente em 1939, com o nome de República Juliana e capital na cidade de Laguna. 
Ao assumir o trono do Império do Brasil, em 1840, Dom Pedro II tentou estabelecer a ordem política no país e para isso decidiu anistiar os revoltosos. Porém, a revolução continuou e foi preciso que o então Barão de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, comandasse as tropas federais contra os revoltosos. 
Com habilidade, Caxias conseguiu entrar em acordo com os revoltosos e a paz – através do Tratado de Poncho Verde – foi assinada no dia 1 de março de 1845, mesmo dia em que foi dissolvida a república Rio-Grandense, dando fim à mais longa guerra civil brasileira. Os revoltosos foram anistiados e os soldados e oficiais farroupilhas foram incorporados ao exército imperial. Para efeito legal, a República Rio-Grandense ou de Piratini, nem chegou a existir, pois não foi reconhecida por nenhuma nação.
Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que apesar da vitória militar do Império do Brasil contra a República Rio-Grandense, significou a consolidação do Rio Grande como força política dentro do país.


Iara Franco
Enviado por Iara Franco em 14/09/2010
Reeditado em 15/11/2010
Código do texto: T2496637