PORQUE SURGEM TANTAS IGREJAS?

Denominações religiosas se sucedem pela mesma razão que surgem novas línguas – o desentendimento, a falta de sintonia entre os indivíduos das sociedades, a diversidade de interesses e a insubordinação.

Alguém poderá contestar tal afirmativa, mas basta observar a evolução da linguagem nos últimos vinte anos, onde novas palavras surgiram, palavras antigas fora associadas a outros significados e algumas até inverteram o significado, como xarope, por exemplo, que atualmente tem sido associada pelos jovens como bacana, legal, bom, etc.. Aliás, há muito que a palavra legal é usada como gíria na maioria dos casos, pois “lê” deriva de “lei” e o que está em conformidade com a lei é legal. Com o passar do tempo, os dicionários irão incorporando as novas palavras, bem como os novos significados das antigas, tornando essas distorções parte da língua clássica e após mais algumas décadas muitas dessas palavras já serão tidas por ultrapassadas, então desparecerão e quem ler um livro de cem anos já não compreenderá bo parte do que diz. Aliás, esse já é o caso de muitas gírias dos anos cinquenta e sessenta.

Os jovens inventam palavras ou fazem novas associações para terem no que se diferenciar dos mais velhos, patenteando sua discordância em relação aos conceitos já estabelecidos, bem como querendo evidenciar sua inteligência e modernidade, adotando também as palavras emblemáticas dos grupos insolentes para integrar-se a eles.

Todavia, isto não é de agora. Grande parte das palavras no espanhol são gírias do latim, sendo que o português em quase tudo é distorção do espanhol. Fora de Roma os soldados romanos referiam-se ao animal de montaria como caballo (cabajo – o V e o B no latim são os mesmos e no espanhol têm som de B), o nosso cavalo, mas a palavra formal era caballus ou equus. O que chegou desse clássico até nós é a fêmea do equus, a égua.

Entretanto, o latim já era uma evolução do outra língua, certamente o sânscrito, que também deu origem ao grego, ao indiano e às línguas célticas – as européias. Há registro que em tempos muito remotos havia três línguas, das quais se originaram todas as que já existiram e as que atualmente existem, simplesmente porque as pessoas iam inventando maneiras de se distinguir umas das outras, uns forçando a tradição, enquanto outros querendo mostrar-se mais evoluídos, ou talvez indo com partes das tribos para territórios isolados e desenvolvendo lá costumes e palavras locais.

O mesmo ocorre com a religião. Na verdade todas são originárias de uma, da primeira. A religião mais antiga, com toda a certeza é aquela que não possui ramos, cuja soberania não é disputada por mais de uma divindade, pois o natural é o tempo fazer que surjam novas versões de um mesmo objeto, de uma mesma história, de uma mesma filosofia, de uma mesma palavra, etc., e essas novas versões também produzirem suas variações, não o contrário, sair da multiplicidade para a singularidade. Jamais se viu isso. Portanto, o mais provável é que a religião original fosse a mesma descrita por Moisés no momento da Criação, no Gênesis, a religião de um Deus único em propósito, opinião e ação.

Observe que todas as religiões pagãs seguem a mesma estruturação original, tendo um ser supremo no início de tudo, acima de tudo e que originou a tudo. Todavia, segundo as lendas, pouco tempo após o momento inicial, quando as opiniões dos indivíduos começam a se multiplicar, surgem outras divindades, todas inicialmente subordinadas à primeira, com algumas se rebelando , mais tarde, chegando a rivalizar com a divindade suprema. É este o caso que bem pode ser observado na religião egípcia, por exemplo, bem como nas crenças babilônicas, gregas, indianas, entre os pagãos nórdicos, os primitivos americanos e todos os demais.

Inicialmente então, quando Adão e Eva começaram a ter seus filhos, a única divindade era Deus, o Criador, mas, crescendo os filhos, passaram a impor suas idéias novas, ensinando essas insubordinações aos seus filhos, que, insubordinando-se também a seus pais, esqueciam-se cada vez mais do princípio original, começando a idealizar divindades particulares, mais simpáticas à causa pessoal, dispostas a aprovar a opinião e ação particular. Ao final de mais ou menos 1250 anos, como se vê em Gênesis 6, o princípio original já estava tão deformado que não mais era possível perceber suas distorções e falhas, exceto alguém educado numa seqüência conservacionista, que não tivesse perdido de vista os princípios originais, como Noé (Gênesis), que provinha de uma linhagem que cultivara a religião inicial mantendo claro o princípio. Todavia, a religião original estava tão esquecida que aos olhos da maioria suas propriedades pareceram inovações, pelo que em seu tempo Noé foi tomado por exceção à regra – um louco.

No Dilúvio Deus interrompeu a seqüência deformadora da religião original, restaurando o antigo culto, como que reerguendo a coluna original, preenchendo as fissuras com o mesmo material, aplainando-a novamente, polindo e deixando exatamente com o mesmo peso e a mesma medida.

Então a religião que Noé pregou para os antediluvianos e ensinou a seus filhos, aos filhos e netos dos seus filhos e assim por diante nada mais era que a restauração da religião de Adão – a crença num único Deus, Soberano sobre todas as coisas e Criador de tudo. Todavia, muito cedo seus netos começaram a fazer adaptações na religião, adequando-a conforme os interesses de cada um. Então começaram a inventar, adorar e servir a novos deuses estranhos, doutrinas derivantes e formas de cultos variados, sendo que de cada uma dessas novas crenças surgiam outras deturpando as primeiras. Novamente, obliterada por seus intentos, a humanidade perdeu de vista o padrão original da fé e atitudes gerais, debatendo-se entre conceitos e ritos modernos sem princípio com os quais se guiar a uma crença racional.

Em meio à esse mar de deuses, crenças e ritos ocupando a mente das pessoas, Deus viu Abraão em Ur dos Caldeus, cujo pensamento era suficientemente independente para observar que as personalidades daquela multiplicidade de deuses em nada beneficiavam os seres humanos, pois em nada os melhoravam, fazendo que se voltassem cada vez mais para si mesmos, degenerando em vez de evoluírem.

Outra vez Deus reergueu a coluna derrubada, preencheu-lhe as brechas com o mesmo tipo de material, aplainou e poliu, deixando com a mesma medida e o mesmo peso, exatamente com os princípios e a forma originais. Mas, para disseminar a crença que outra vez parecia nova entre os errantes, não exterminaria novamente a humanidade, mas utilizaria a credibilidade de Abrão para influenciá-la, sendo que a esse discípulo associaria seus filhos e descendentes, como pretendeu fazer com as pessoas do círculo de relação de Noé antes e depois da grande hecatombe.

Entretanto, com o objetivo de reaver a religião original entre os egípcios, Deus fez os filhos de Abraão, juntamente com seu neto Jacó, passarem quatrocentos anos no Egito, enquanto aguardava que os cananitas (ou palestinos) interrompessem a deformação da religião original em suas sociedades, ou a deteriorassem ao nível máximo, o que Deus não poderia tolerar, pois a crueldade desses povos já era insuportável. Então Ele os destruiria pela mão dos hebreus quando os empossasse na terra após tirá-los da terra de Kan.

Poucos egípcios, porém, foram influenciados, ao passo que os israelitas perderam parte dos princípios, sem permitir, entretanto, que a coluna ruísse. Todavia, ao tirá-los do meio da influência egípcia, Deus não só preencheu as novas brechas com o mesmo material, aplainou e poliu a coluna deixando-a novamente com o mesmo peso e medida, mas também lhe deu um referencial permanente, a Lei Moral, grafada em rocha, que resiste ao tempo, o que serviria de parâmetro fixo aos hebreus, para não mais deformarem a religião original.

Porém, indo morar em meio a povos pagãos, muitos que Deus ordenara que destruíssem até as sementes, mas eles se apiedaram, como os antigos palestinos, que já tinham deteriorado a religião original ao nível máximo, também se isolando em seus interesses pessoais, muitos israelitas foram perdendo de vista o parâmetro de conduta expresso na Lei, ao passo que outros, os mestres, foram fazendo adaptações nos princípios primordiais com vistas em favorecer-lhes os projetos pessoais, como se manter na posição de liderança e usufruir seus privilégios. Por fim, a coluna primordial quase não tinha fissuras, mas estava coberta de emendas, ressalvas, interpretações, adaptações e impedimentos que dificultavam sua prática, como era o Judaísmo do tempo de Cristo. E essas adições e interpretações afastavam os indivíduos do padrão e desviavam a maioria para objetivos mesquinhos, como praticar a fé por mera formalidade ou para ser notado pelos homens, além que muitos dos próprios israelitas tinham descambado para cultos a deuses inventados, admitindo adendos à divindade, os deuses imóveis dos povos vizinhos já há muito condenados.

Deus conseguira o que queria, ter guardiões permanentes da religião original, todavia, mesmo esses guardiões achavam que da forma como Deus a concebera não estava completa, formalizando-a mais, engessando os indivíduos nela, ao passo que a essência dessa religião é a conformação do indivíduo a ela pelo reconhecimento, pela escolha livre.

Mais uma vez a religião original fora perdida de vista, carecendo fazer-se nova restauração, desta fez raspando para retirar os resíduos superficiais, além de fechar algumas brechas, aplainando e polindo novamente até reduzir à medida e peso originais.

Com Cristo Deus não só restaurou a religião original cultuada por Adão, quanto encarnou a Lei Moral, que antes Ele gravara na Rocha. Por isto a Bíblia compara Cristo à Rocha Eterna, porque Ele é a personificação da Lei, sendo que é o próprio Eterno. Desse modo, nessa nova restauração da religião original, as pessoas influenciadas passariam a ter os parâmetros nos quais baseariam suas ações expressos sob duas formas: teorizados nas tábuas da Lei, nos Dez Mandamentos da Bíblia, como já era desde Moisés, e personalizados em Cristo, que as incorporara para praticá-las, fazendo-se exemplo vivo, humano, atrativo e conhecido, mais fácil de ser imitado. Sendo assim, porque é mais fácil afeiçoar-se a pessoas notáveis, Deus esperava que a humanidade não mais perdesse de vista a religião original, imitando aquele que a restaurou e deu o exemplo ao praticá-la.

Não obstante todas essas providências, a religião original novamente restaurada à forma da crença de Adão e Eva foi novamente sendo deformada para servir a interesses pessoais e já nas primeiras décadas do cristianismo ações deformadoras eram exercidas por membros da própria igreja inicial. Entretanto, as primeiras deformações somente foram incorporadas à doutrina medular da igreja após a intervenção legal de Constantino Magno em 21 de abril de 321 A.D., quando o imperador romano, então tido por convertido, editou lei fazendo a primeira retificação na Lei Moral, mudando o dia de guarda, o selo de Deus em seu povo, como quem toma talhadeira e malho e talha emenda na rocha, pois se a Lei foi escrita na rocha era porque não seria mudada. Observe que ao emendar-se um escrito feito em uma rocha literal (onde a Lei Moral foi escrita) não se consegue mascarar a ação, prevalecendo no lugar uma fenda, um sulco, uma lacuna, uma rasura eterna.

Após a igreja de Cristo tornar-se a religião oficial do império romano, foi acrescida das crenças pagãs dos romanos, incorporando um panteão de divindades segundo os interesses pessoais ou de grupos, mais simpáticas às causas específicas e dispostas a aprovar a opinião particular. Assim os 35 mil deuses do paganismo romano foram sendo substituídos por personalidades atribuídas aos santos mortos, igualmente subordinadas ao Supremo no sentido mitológico, mas possuindo cada uma seus poderes específicos, tendo poder, inclusive, de facilitar o acesso à divindade superior.

Além de mais esse ato de profanação deformadora da religião original, uma nova deterioração institucional teve vez quando se tirou do Decálogo o segundo mandamento a fim de possibilitar a confecção de imagens de escultura e semelhanças do que há em cima, no céu, e embaixo, na terra, para as adorar e prestar culto, como o que agora se fazia e ainda se faz aos santos, o que o mandamento suprimido condena. E outra vez divindades que mão são Deus pegaram a talhadeira e o malho para produzir rasura nas tábuas de pedra da Lei, na Rocha Eterna.

Além do mais, assim como no romanismo pagão o imperador outorgava a sim atributos divinos, sendo o supremo pontífice da religião, reclamando, inclusive, o ser chamado de pai (a exemplo dos ateus comunistas da antiga União Soviética), no romanismo agora cristão o líder máximo da religião passou a ser chamado, não só de pai, mas de pai do pai (papai – papa), assentando-se como imperador no Sacro Império Romano e como representante de Deus sobre a humanidade.

Abaixo de Deus, só ele, fazendo-se por si só o conduto até Deus. Todavia, isto na teoria, pois na prática coloca-se acima, pois anula a intercessão sacrifical e sacerdotal de Cristo quando recebe confissões de pecados colocando-se como intermediário entre o pecador e Deus e exige do penitente sacrifício ou pagamento de indulto para o perdão.

Todavia, apesar de a coluna da religião original ser aí corroída até o cerne, predominando as partes corrompidas, ela não foi derrubada, pois, embora a igreja de Cristo como instituição legal estivesse completamente prostituída, tendo perdido de vista o propósito, sendo então um governo secular, uma bolsa de valores, uma fonte de luxúria e poder e um instrumento de repressão e tortura, no interior dessa igreja, embora que desacomodados, sempre houveram remanescentes fiéis aos princípios primordiais, mesmo que só na intenção, pois, apesar de que percebiam as incoerências, não possuíam parâmetros para identificar as falhas, pois, além do mais, as Bíblias foram proibidas, perseguidas e interditadas, sendo, inclusive proibido celebrar a missa na língua que a congregação local compreendia. Além desses remanescentes no interior da Igreja, houve remanescentes fora dela, que jamais chegaram a estabelecer denominações, sendo que por causa dos ataques dos prelados a mando dos pontífices essas comunidades cristãs clandestinas viviam em fugas por matos e cavernas, praticando a religião original em aberto desacordo para com a Igreja oficial, reproduzindo a forma de vida dos apóstolos, mas, apesar disso, sendo chamadas pelos papas e povo paganizado de hereges.

Tal período perdurou até o século XIV, quando uma nova ação restauradora da parte de Deus deu fim ao período desprovido de liberdade de consciência, de raciocínio e de expressão conhecido como Idade das Trevas. A exemplo da restauração iniciada por Jesus Cristo no Judaísmo, Deus deu início a esta nova restauração de dentro para fora, do interior de Sua Igreja estabelecida. Porém, a reforma saiu da Igreja sem ter conseguindo reformar o seu interior – sua cabeça, mas acabou operando a reforma do lado de fora, entre parte de seu corpo. Através de Martinho Lutero e outros tantos reformadores Deus começou a preencher as brechas da coluna da religião original novamente com o mesmo tipo de material. O protestantismo nada mais era do que o início do retorno à religião praticada por Adão e Eva. As igrejas protestantes iniciais surgiram com vários nomes porque surgiram em locais diferentes pela ação de pessoas que não se conheciam. Embora que a Luterana, Metodista, Anglicana, etc., discordassem em muitos pontos entre si, a reforma que seus fundadores tinham promovido era a mesma que resultara em todas elas. Entretanto, era só o início. Com esse movimento da Reforma inicial Deus fechava apenas a primeira brecha. Como se viu, as partes corroídas predominavam sobre a coluna da religião original. Muitos outros itens teriam que ser restaurados até que a igreja pudesse dar o primeiro passo em direção à faze final (o Tempo do Fim – o Juízo Investigativo) antes da volta de Cristo. Todavia, ao morrerem os primeiros reformadores, as igrejas que eles fundaram adormeceram em nível de avanço reformista, mal seguiram preservando a primeira reforma e zelando por ela. Por fim, foram perdendo as características distintivas da igreja mãe, sustentando apenas o nome de protestantes ao final de trezentos anos. Algumas, como a Igreja Anglicana, a exemplo da mãe Católica, muito antes disso tinham se tornado, inclusive, inquiridoras, tanto que os colonizadores dos Estados Unidos da América do Norte formaram as treze colônias da Nova Inglaterra ao cruzarem o Atlântico para o Novo Mundo em fuga da religião estatal inglesa por discordarem de seus princípios de imposição. Justamente por isto, seus descendentes, ao independerem-se da Inglaterra e fundarem os Estados Unidos, fizeram a Primeira Emenda na Constituição determinando que a Nação jamais sustentaria uma religião, sendo que nesse país a religião oficial seria a liberdade de consciência. Então se multiplicaram nele as denominações protestantes, muitas surgidas da intenção de dar novo paço em direção à completa Reforma, havendo um tempo em que muitos cristãos estiveram investigando os livros proféticos em busca de que futuro os aguardava. Todavia, até o início do século XIX nem mais um passo se deu em direção à restauração da religião original, a não ser quando esses estudantes entenderam finalmente quando era o momento de reparar a coluna da fé, preencher suas brechas e restabelecer os itens danificados nas tábuas de pedra da Lei Soberana de Deus.

Ao final do século XVIII e início do século XIX muitos estudiosos da Bíblia começaram a redescobrir a promessa de Jesus de voltar pra estabelecer Seu Reino de justiça. Tal entendimento fora deformado pela Igreja Católica com a crença papal de que o Reino de Cristo na terra se estabelecera a partir do ano mil, quando entendiam que terminara o reino de mil anos do anticristo do milênio anterior, período de degradação moral, econômica e social em que as cidades também se extinguiram, passando então a esse período do novo milênio onde o domínio do Sacro Império era pleno, pois nele o papa tornara-se o absoluto vigário de Cristo.

Com base no entendimento da profecia das 2300 tardes e manhãs de Daniel 9, até o outono de 1844 pregou-se na América do Norte a volta de Cristo para esse ano. Quanto ao futuro da humanidade, nenhuma denominação cristã apresentava perspectiva. Todas estavam exatamente como as protestantes originais tinham ficado. Todavia, dentro de todas assas congregações havia pessoas sedentas de uma esperança, sendo que muitas estavam a investigar nas profecias. Por isto a boa nova pregada pelo movimento Milerista teve tanta repercussão, causando tão grande reavivamento. Após o grande desapontamento causado pelo não retorno de Cristo a esse povo esperançoso, conforme as pregações mileristas anunciavam, entendeu-se que o final do período profético da Daniel 9 marcava o momento final para a restauração da religião original, coincidindo com a tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14: 6 a 10, a qual manda que se abandone a mãe de todas as meretrizes, obedecendo e adorando, não a papas, imagens e santos, mas ao Criador de todas as coisas, como fora no início, como fizeram Adão e Eva, Noé, Abraão, Jacó, Moisés, Davi, Jesus e os apóstolos.

Então, ao passar os desapontados para o capítulo 10 de Apocalipse, experimentaram o doce na boca e amargo no estômago que João sentiu ao comer o livrinho que tomou do anjo que estava com os pés sobre a terra e o mar, como eles se achavam, sendo oriundos do mar grande, a cristandade que estabelecera o Sacro Império, mas estavam sobre a terra antes deserta do cristianismo. Esse livrinho doce e amargo representava o desapontamento pelo qual tinham passado, o qual lhes fora primeiro doce, tanto que produziu tal reavivamento, mas depois amargo, por ser tão grande o desapontamento. Mas, vendo essa profecia, perceberam que não estavam errados, entendendo que Jesus voltaria sim, a despeito de que não se pudesse marcar data, pois Ele mesmo dissera que nem o Filho sabia, nem os anjos do céu, a não ser o Pai. E, sendo que viria, antes deveria haver um juízo, o que de fato a profecia de Daniel 9 se referia, e se haveria um juízo, a coluna da religião original deveria ser completamente restaurada, significando isso preencher novamente as fissuras, aplainar e polir até ficar com o peso e medida originais, sendo isso reparar as brechas deixadas pelas talhadeiras dos papas nas tábuas de pedra da Lei moral – norma de vida que norteara os verdadeiros crentes desde Adão –, indo justamente ao mundo cristão e pagão para restaurar em todo ser humano a religião original, reerguendo a coluna para aqueles cujas crenças a tinham derrubado e simplesmente reparando as brechas para aqueles que a tinham corrompido.

A partir dessa nova restauração da religião original o povo de Deus partiu para o mundo com o nome de Adventistas do Sétimo Dia, incorporando em seu corpo de doutrinas o que era certo nas denominações protestantes de onde saíra e restaurando o que estava deturpado conforme o Espírito de Deus lhes dava compreender através do estudo da Bíblia.

Todavia, o reavivamento e desapontamento milerista causou impacto nas antigas denominações protestantes, onde se levantaram pretensos reformadores e profetas ao longo do tempo, sendo que pequenos movimentos nessas denominações foram produzindo dissidências. O próprio grupo de desapontados se dividiu entre persistentes, que foram pesquisar para entender o que de fato a profecia das 2300 tardes e manhã apontava; desistentes, que se tornaram, inclusive, anticristãos; e itinerantes, que foram fundando grupos aqui e ali, adequando o entendimento da volta de Jesus a crenças convenientes e marcando novas datas para a Sua volta. Da mistura destes com os dissidentes das antigas denominações protestantes surgiram os da “super fé”, esses conhecidos por pentecostais, que crêem tanto na volta de cristo, quanto na invalidação da Lei pela morte do Salvador, bem como na capacidade mágica do templo do Espírito Santo (o corpo do indivíduo) de não ser afetado pelas atitudes em desacordo com as leis de Saúde, pelo que produzem falsos milagres, além da falsa manifestação do Espírito de Deus no falso dom de línguas, resultando com isso uma reação contrária do próprios incrédulos à restauração da religião original. E da corrupção desses, sugiram novas deturpações, que são as crenças da “nova super fé”, conhecidos por neo-pentecostais, que, com o espetáculo das flasas curas, das falsas língua e dos falsos profetas revertem o desejo do povo sofrido em riqueza para líderes oportunistas, tornando mais efetiva ainda a reação contrária dos descrentes a restauração da fé de Adão.

Todavia, a exemplo de como fez Noé, a pregação da restauração da religião original vencerá as couraças do catolicismo, pentecostalismo, judaísmo, islamismo, espiritismo, satanismo e paganismo, não convertendo nem batizando a muitos, mas dando a todos escolher entre o bem e o mal, entre a vida eterna e a morte eterna, propiciando assim que se proceda ao julgamento de vivos e mortos, vindo depois Jesus pra levar os que tiverem aceitado Sua oferta de Salvação, para depois executar a sentença de morte a todo que insistir em acariciar e alimentar o mal. E todo que desejar ser salvo deverá ouvir, praticar e pregar a religião original restaurada, restaurando também ele as rasuras feitas pelas talhadeiras do papas nas tábuas de pedra da lei de Deus, ensinando os seres humanos a reverenciar e submeter-se à soberania do Criador do Universo, pois Ele morreu na cruz em satisfação e defesa da Sua Lei, pois ela é Eterna, a Rocha Eterna da Salvação e manutenção da harmonia e da vida.

Wilson do Amaral

Autor de Os Meninos da Guerra e Os Sonhos não Conhecem Obstáculos.