HERROS E ASSERTOS

Certo... Herraddo.

O que seria errado dizer que é certo?

O queria certo dizer que é errado?

Talvez um dia, pode ser daqui a pouco, alguns minutos. Talvez perto das próximas eleições, ou quem sabe ainda: nunca mais... Nós possamos descobrir o real significado destas duas palavras. E dentro disto tudo, como se já não o maior dos problemas, uma epopéia somada de duas cruzadas, mais meia guerra fria e um quarto de apocalipse entendê-las, tem gente que jura compreender a fundo ambas. Alguns pelo modo que falam é possível encontrar uma foto sua acenando, dentro do dicionário, ao lado da palavra correto. Já outros parecem merecer uma biografia totalmente dramática, com direito cena de choro em close e uma salva de palmas por uma platéia que preencha 2 ou 3 continentes de tanto que admitem e insistem na autoria de um erro.

E a verdade (esta é outra dúvida, mas de momento ignorem esta adolescente careta e demasiadamente séria), é que nós conhecemos o superficial dos erros e acertos.

Se algo está certo, nos conformamos e levamos como conceito por toda vida, no entanto se está errado só falta uma chibata e o tronco.

Observe, ou simplesmente lembre-se: na maioria dos lugares, e núcleos de nossa vida, quando alguém acerta. E falo é dos pequenos acertos do dia-a-dia, como por exemplo não queimar a comida, ou fazer seu trabalho da forma exata e no tempo esperado. Estes acertos, por serem rotina pouco são valorizados. Não que cada um deles necessite de um “parabéns a você”, “vivas” e bolo pra comemorar, mas aquele simples elogio, ou de algum forma um feedback que não seja muito comum e mecânico. Isto (segundo o que geralmente se considera certo) só alegra, valoriza e estimula.

E pare tudo, porque quando se erra, por segundos chovem olhares de desprezo, e lá dentro de você, seu ego se perde, na sua mente uma pulga é gigante diante do ser miserável em que você se transformou.

O nada é o maior tesouro da terra se comparado a você. Parece até mesmo a condenação de Hitler por um errinho bobo depois de tantas coisas boas que ele fez ao mundo... (Tudo bem, foi só uma brincadeira idiota, Hitler foi um monstro – vamos a uma comparação aceitável). Parece até mesmo a descoberta de que o Robin é a Mulher-gato, quando na verdade ele é tão especial quanto o Batman, mas esquecem de valorizar. E falando m super-herói, os erros tem a força de um deles, não sei se usufruem do espinafre de Popeye, ou da mente ardilosa de Sherlock, pois fazem qualquer verdade, ou uma série delas ir por água a baixo.

E isto acontece porque lá no fundo, bem distante mesmo, depois do arco-íris, mais 2 quilometros e 4 curvas seguidas a direita, atrás de um posto de gasolina abandonado e um monte de quinquilharias, na sua mente, está o conceito (certo ou errado?) de que as pessoas têm de ser perfeitas.

O errado é tão saboroso, tão mais fácil... O problema são suas conseqüências.

E nosso cérebro tem uma queda forte, um abismo pelo errado. O errado apaixona envolve, enquanto que o certo é tão bobo, sem graça, sempre com os mesmos modelos, cores e funções... O certo enjoa se você não souber mexer com ele. Já o errado muda todo o dia o seu estilo... Oh delícia!

Um exemplo da atração pelo errado é a popularidade das tragédias. Desastres e desgraças tem a preferência da maioria. Elas são a pura realidade, mas o que trazem de bom a nossa vida? Já vivemos a realidade constantemente, cada um a sua em particular. Por que depois de um dia recheadinho de realidades, ao invés de nos entretermos com os meios possíveis, queremos saber é de desgraça?

E ali na frente da TV, computador, lendo ou seja qual for a mídia, involuntariamente torcemos para que nos próximos momentos de nossa negra distração façam parte do fato mortes com muito sangue e desespero, pedaços e corpo e destruição... Não que desejemos isso aos outros, mas se acabar acontecendo, fica tão mais interessante!

E alguns veículos aproveitam e exploram esse sentido, construindo uma verdadeira formula do sucesso, com direito a imagens e depoimentos chocantes.

O fato é: noticia “ruim”, certa ou errada é sempre sucesso.

Mas claro, acabam construindo um ser humano triste interiormente, sem criatividade, esperança e nutrindo medo através de informações, estatísticas e lembranças negativas.

Uma das poucas vantagens destas desgraças, é ter noção do que é a realidade e do quanto vale a pena, sempre que possível, fazer o certo. Mas dosar é preciso.

O mundo não pede que sejamos mecânicos ou um robô, mas torcem pra isso. No entanto se isso sempre acontecesse, não haveria tristeza, nem alegria, nem fracasso ou sucesso, nem riqueza e pobreza.

E nós podemos e devemos errar... Pois muitos erros acidentalmente viram acertos de mestre! E coisas novas sempre surgem, e o planeta vai girar pra (corretamente ou erroneamente) a gente errar e acertar e construir a verdadeira perfeição!

Douglas Tedesco – SC. Janeiro de 2011.