BASTA DE QUEIXAS!

A tônica das conversas cotidianas é a reclamação. Preste bem atenção, as pessoas recorrente e reiteradamente reclamam o tempo todo. Qualquer conversa informal, quando alguém fala de si mesmo, sobre as questões que mais se relacionam consigo mesmo, invariavelmente, trata-se de uma reclamação, ou, como queiram, uma queixa.

E a queixa, a reclamação, versa sempre sobre o “outro”, e este “outro” ou é uma pessoa ou circunstância que insiste em atrapalhar, travar, a vida e conseqüentemente a felicidade do queixoso.

Repare bem, você muitíssimo raramente ouvirá alguém dizer que tudo em sua vida vai muito bem, e que se as coisas não estão como deveriam estar é porque seria uma falta de eficiência ou adaptação dele mesmo às pessoas e ao mundo. Isso soa estranho e até, em nossa cultura, um pouco prepotente, arrogante.

Ou seja, alguém que se responsabiliza pela sua vida e pelos seus sentimentos em relação a ela, única vida, que só o interessado maior pode operar com alguma margem de acerto.

Costumamos inconscientemente a entregar nossa felicidade e alegria de viver às circunstâncias e as outras pessoas como se elas fossem capazes de se ajustar a nós tal qual as desenhamos no âmbito restrito de nossa mente.

Formulamos como deveria ser o mundo, temos nossa versão personalizada e idealizada de vida boa. Detalhe, essa versão, apesar de ser personalizada, depende de outros fatores para ser bem-sucedida; o sim do mundo, o sim das circunstâncias, o sim das pessoas, o sim...

Entretanto, há um conflito permanente entre o indivíduo e o mundo; ele, o mundo, a despeito do que muitos pensam, não foi feito para nos servir e nem para atender nossas necessidades, o contrário disso é que é fato. Olhe para sua própria vida.

Chega de antropocentrismo, de medir tudo à nossa medida e de esperar por messias e por “outros”, pessoas e circunstâncias, que se ajustem à nossa versão da realidade. Deixar de reclamar da vida e de tudo é sinal de maturidade, de responsabilidade, caminho para uma vida mais qualificada, única e original.

Em verdade, é preciso não acreditar em demasia na nossa versão da história e deixar sempre uma margem para dúvida.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 03/02/2011
Reeditado em 04/02/2011
Código do texto: T2769185
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