Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, assumiu toda a responsabilidade pela inconfidência, inocentando seus companheiros, que presos, aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo, sendo que algumas horas depois, todas as sentenças foram alteradas para degredo, por carta de clemência de D.Maria I, tendo como exceção, apenas Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, mas sem ser submetido à morte cruel como previam as ordenações do reino. Tiradentes por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior, morreu enforcado numa manhã de sábado, em 21 de abril de 1792.  Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Os historiadores apontam essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas. Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo dos lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta do Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado herói nacional.

             

Iara Franco
Enviado por Iara Franco em 21/04/2011
Reeditado em 21/04/2011
Código do texto: T2922158