JANELA

Da janela eu vejo as nuvens se movimentando, se

se metamorfoseando em suas diversas formas.

Da janela eu sinto o movimento do vento batendo nos meus

olhos.

Da janela eu enxergo os carros passando, cada motorista à

procura de uma direção.

Da janela eu vislumbro o povo caminhando, planejando,

sonhando, tentando implementar seu objetivo.

Da janela me deparo com os pássaros, livres no seu voejar, sem

limites, à procura da liberdade que é o objetivo da natureza.

Da janela vejo as lágrimas em forma de chuva, o sorriso dos

raios solares, e a depressão ecológica em forma de escuras nuvens.

Da janela eu vejo a minha fantasia, nas estrelas, longe do

meu escuro universo.

Da janela eu sinto uma tristeza que se transformou em queda

livre, rápida na sua velocidade, dura na sua realidade, irreversível

como a morte que ela provocou.

Da janela eu já quase não vejo nada, os meus olhos

enterrados nas lágrimas que não param de cair.

Da janela eu enfrento o quase nada da minha ínfima pessoa,

navegando no espaço, à procura de uma saída, um porto seguro,

território sem dores, e perguntas com respostas.

Da janela eu acordo do meu sonho, e encontro a

inevitabilidade do fato de que ninguém é de ninguém, e na vida tudo

passa.

Da janela eu enxergo a figura de alguém que foi sangue do

meu sangue, razão do meu viver, filha que amei e continuo

amando.

No final da minha meditação, a janela eu fechei. Sentei-me

num lugar qualquer, e continuei a constante conversa com meus

fantasmas.

IRAQUE

Iraque
Enviado por Iraque em 31/10/2011
Código do texto: T3309122
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