A necessidade dos mitos


 Retrato do poeta Edson Gonçalves Ferreira pintado pela
artista plástica Be Cabrita
 
          Prof. Edson Gonçalves Ferreira (Ms)


 
 
         Quando investigamos a vida do homem sobre o planeta Terra, logo, de início, deparamo-nos com a criação do mito. Se você olhar no dicionário, encontrará: “ Mito: 1. Fábula que relata dos deuses, semideuses e heróis da Antiguidade pagã; 2. coisa que não tem existência real; 3. aquilo em que não se crê; 4. quimera, utopia”.
          Desde os primórdios da humanidade, o homem idealizou seu mito e, ao refletir o porquê disso, esbarramos apenas com a hipótese mais assertiva: ele, o homem, tem necessidade da existência de um ser superior para dar sentido a sua existência. Aí, voltaremos ao dicionário para encontrar a definição de fábula. E lá está: “1. Narrativa curta que contém uma lição de moral; 2. ficção, mito; 3. grande soma de dinheiro”.
          
Sem criticar qualquer crença, faremos alusão aos deuses da antiga Grécia e do antigo Egito que, depois, foram substituídos pelo único Deus no qual este escritor crê, mesmo sabendo que crê em algo que não se explica e que, também, segundo consta, não tem início nem fim.



            Quando se trata de ritos e vestes, também poderíamos fazer um paralelo com os diversos ritos que, durante séculos e mais séculos, ilustram a história da humanidade que, no seu anseio pela eternidade, cria e recria os mitos. É um estudo fascinante que, hoje, me inspirou para escrever este artigo.
            Nós todos temos necessidade de acreditar em algo superior para explicar a banalidade da nossa existência que, aqui na Terra, só se explica quando amamos. O amor dá sentido ao existir, porque perpetuamos a nossa passagem seja com a família, com filhos, com amigos e, até mesmo, com nossas obras.
            
   Não podemos criticar alguém por acreditar em tal crença. Afinal, não se comprova a existência de deuses, cientificamente, ou de Deus. Este artigo não é para tirar a grandeza dos mitos, mas apenas para ressaltar que eles são importantes por darem sentido a nossa existência. E, também, não precisam ser divinos. Quem não supervaloriza a figura dos pais. Eles mesmos viram mitos para nós.



                O homem, toda vez que se lembra que é pó e a pó voltará, retoma a figura do mito para aliviar sua miserável e adorável vida. Se alguém achar que este artigo é muito crítico, lembre-se de que, mesmo sabendo que vamos morrer, alguém quer morrer? A nossa curta passagem pela terra é ilustrada por nossas crenças em forças superiores e pela crença de que, além da matéria de que somos feitos, temos alma e essa ultrapassa tempo e espaço.
                   Sim, talvez, aí esteja a explicação para criação dos mitos e, ao mesmo tempo, para a nossa prodigiosa imaginação que nos torna místicos, ou seja, seres que cultivam a vida espiritual que é envolta de mistério. Os deuses ou Deus não dependem do homem, portanto, mas nós, homens, dependemos dos deuses ou de Deus no qual eu, pessoalmente, creio e que dá sentido a minha existência e, portanto, dá sentido existência de todos nós, porque sabemos que Deus existe antes de nós mesmos e Ele é onisciente e onipresente.
 

 
Divinópolis, 03.03.2010
 
 
                   
Obra consultada:
 
Amora, Antônio Soares, 1917-1999
Multicionário Soares Amora da língua portuguesa/Antônio Soares Amora – 19ª ed. – São Paulo: Saraiva: 2009.
edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 18/11/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T3342895
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