INVEJA, OLHO GORDO, MAL OLHADO, SAI ZIQUEZIRA!

Ateu e cético, extremamente cético, às vezes tenho que recorrer à metafísica para explicar alguns eventos de minha vida.

“Se você não for até Deus pelo amor, irá pela dor”. Diz um provérbio crente de nossos dias.

Bem, se vou até Deus eu não sei. Não estou preparado para ele. Ele é um cara bem difícil de crer. Contraditório ao extremo, todos falam por ele, contudo o próprio deu as caras por aqui apenas na Antiguidade e nessas igrejas de periferia de hoje em dia.

A mim ele nunca se apresentou. Tentaram me convencer da sua existência, da sua infinita bondade e preocupação com minha pessoa. Sinto em dizer que os eventos da minha vida têm contrariado todos os dias a boa vontade dos representantes de Deus com suas conversas amenas e, na maioria das vezes, desprovidas de qualquer profundidade. Para não dizer que a frivolidade é a maior tônica dessa gente, enfim.

Já ouvi dizer e li em muitos livros, que a felicidade é o que devemos buscar nessa vida. Que o ser humano nasceu para ser feliz, e sua busca pela felicidade deve ser a prioridade de sua vida.

Tudo bem.

Contudo, caros amigos e amigas infelizes, quando as pessoas vêem que você está feliz, que está conseguindo o que quer, que a pessoa que está ao seu lado te ama, te admira e morreria por você e vice-versa, os olhares começam a ser outros.

Felicidade incomoda.

Principalmente se essa felicidade for amorosa e financeira. E é aqui que eu queria chegar. A história da descrença, do ateísmo, do extremo materialismo ainda vale, eu acho, aqui.

Inveja.

Sempre ouvi falar sobre a inveja. Contudo, nunca dei bola para a inveja. Sempre achei uma bobagem sem tamanho o medo das pessoas com relação ao tal “olho gordo”, “mal olhado”, “quebranto”, enfim...

Eu, de fato, nunca senti inveja de nada e nem de ninguém. Sentia admiração pelas pessoas inteligentes, mas nunca pelo que elas tinham. Sempre quis superar a todos em sabedoria e cultura, e se porventura tivessem algo que me agradasse, tinha certeza de que se quisesse de verdade conseguiria tal objeto por meus próprios méritos.

Duas coisas que sempre quis foi ser muito inteligente e ter um grande amor. Um amor que fosse realmente gratificante. E modesto não sou mesmo, por isso afirmo que consegui ambos, a inteligência e o meu grande amor.

Até mesmo as finanças melhoraram de forma visível, uma área de minha vida que nunca me preocupei muito. Tudo isso tem causado um impacto enorme nas pessoas à minha volta, o impacto da inveja, do olho gordo, do mal olhado e do quebranto.

Sai ziquezira!

Ateu com esse tipo de conversa?

É meus amigos. Estou com esse tipo de conversa. Nem eu acredito. Mas fiquem tranqüilos. Prometo que, no máximo, viro budista ou espírita. Se ficar feia mesma a coisa eu viro católico e não se fala mais nisso.

Um belo dia fui ao dicionário ver o que significa exatamente o vocábulo “inveja”.

Inveja. Substantivo feminino. Dor, pesar pelo sucesso alheio.

No amor, bem sucedido que sou hoje, o impacto nas pessoas é visível.

Teve gente que até parou de falar comigo do nada. Quando estou com minha esposa andando por aí, conversando e rindo (rimos muito, muito mesmo) os olhares são de admiração e estranhamento.

Sentimos dores, náuseas, dores de cabeça, enjôos, bebemos um gole de vinho e ficamos bêbados, com insônia, calorões... Tudo após os check-ups dizerem que não temos nada clínico. Tudo inexplicável.

Minha esposa me explicou que, de forma bem profunda, somos todos energia. Somos matéria energética, nossa essência é energética, feita de átomos que possuem prótons, nêutrons e elétrons; e essa energia está em constante mutação e interação com todas as outras que circulam pelo universo.

Ou seja, a interação energética, física, faz com que os males e as maldades dos outros nos afetem, nos deixem doentes e fracos, a tal da inveja. O fato de se doer e de sentir ódio e pesar pela felicidade alheia.

Ai ai, sai ziquezira braba!

Felicidade incomoda, e muito.

Principalmente porque é preciso ser muito corajoso para se fazer o que quer. É preciso pagar um preço enorme para que se viva um grande Amor. O que demanda muito trabalho, dedicação e uma grande dose de sorte.

Se esse for o preço que tenho que pagar para viver um grande amor, eu pago. Pago até mais se for necessário. Tenho hoje o que muita gente almeja e não se conforma com isso. Não se conforma com o sucesso alheio.

Ser invejado também é um sinal de que não sou um medíocre, pois, quem teria inveja de alguém medíocre? Pelo menos uma constatação boa nessa história de figas, ferraduras e pés-de-coelho.

Apesar de tudo estou feliz com minha conquista, estou feliz com a minha esposa e com perspectivas para o futuro. Boas perspectivas.

E para os invejosos de plantão digo que a inveja não conquista nada. Faz o outro sofrer, isso faz, mas tenho certeza que mesmo em sofrimento tenho muitos momentos felizes, bem felizes.

Momentos esses que o invejoso nunca têm, pois somente quer o que não tem coragem nem capacidade para conquistar. Portanto tomem vergonha na cara, e vão lutar pelas coisas que tanto querem.

Xô ziquezira, xô da minha vida!

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 07/12/2011
Código do texto: T3376592
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