História e Educação

Durante o decorrer dos séculos, o processo educacional, pelo menos no Brasil, teve como suporte do ensino da disciplina História uma atividade à semelhança de programas televisivos que transformam pessoas tornando-as mais belas para atender aos padrões estéticos aceitáveis. Dessa forma, aprendemos que invasores, conquistadores, usurpadores e colonizadores de terras alheias tomadas pela força personificam o herói, o bravo; a heroicidade e o gigantismo em todos os sentidos, inclusive éticos e morais. Além do que, esses conquistadores, cantados em prosa e bom e clássico verso, são assimilados e entendidos por legiões de alunos como benfeitores de povos considerados “bárbaros” _ como diziam os romanos referindo-se a toda e qualquer comunidade que não fosse pertencente à cultura deles.

Esse tipo de preconceito romano ainda é vigente, pois em todas as esferas, das menores às maiores e ao todo, o que é bom é o que algum grupo de poder determina. Até hoje bom é o Direito romano e a Igreja também. Os romanos aproveitaram muito da Grécia, mas parece que a noção de democracia ficou um tanto desentendida. Na questão linguística os romanos tiveram perdas, pois considerada língua universal é ainda a Língua Inglesa. Tiveram os romanos esta pequena contrariedade.

Uma leitura mais analítica demonstra que esses conquistadores, donos de exércitos, de navios e de seres humanos, saíam pelo mundo em busca de tesouros, riquezas que viam nas terras alheias e que lhes despertavam a cobiça.

Por tais motivos e outros sempre relacionados a interesses, principalmente econômicos, e formas de ampliar os seus domínios territoriais foi que esse grupo dos mais fortes se moveu em todas as direções que seus olhos conseguiram divisar. Por terra e por mar. Imagine se tivessem aviões, celulares e computadores. Às vezes fico pensando que história contaríamos de Cleópatra se ela tivesse acesso a esses itens da tecnologia moderna. Acredito que dos imperadores, só dispensaria Nero.

Por outro lado, havia um motivo para aquelas empreitadas por terras e mares sempre navegados, motivo esse que, se não fosse pelo fato da dominação e subjugação dos mais fracos, seria até compreensível: o comércio, a venda ou troca das mercadorias entre os que se locomoviam para outras terras e os naturais destes espaços. Cumpre notar que as constantes invasões, pacíficas ou não, sempre ocorreram e, tanto os bárbaros invadiram as terras romanas quanto os romanos precisaram se defender e revidar ao processo de invasões. Trata-se de uma longa história, é bem verdade.

E assim “caminha a humanidade” e assim se formou a chamada civilização e virou astro o progresso. Visto dessa maneira, até se pode imaginar que valeu a pena tanto sofrimento por parte dos que se aventuravam e por parte de quem era dominado. Esse mesmo tipo de atividade continua sem parar e, atualmente, sob o propósito da globalização e das livres zonas de comércio é que países poderosos tiram proveito dos mais fracos. Passado tanto tempo, Roma ainda é estrela e a Europa não perde a pose. Nem com fome.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 07/12/2011
Reeditado em 12/12/2011
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