Leques

A provável origem do leque foi a China, onde se tornou parte integrante do costume nacional, sendo usado pelos reis como um sinal de dignidade. Da China passou para o Japão, onde também foi de uso constante.
O leque integrou, ainda, várias outras culturas: no Egito era uma honra poder-se abanar o Faraó, na Grécia, abanar a esposa durante o sono era uma grande prova de amor do recém-casado, garantindo-lhe o perdão por qualquer falta por ventura cometida. Roma tinha escravos especialmente designados para abanarem as patrícias e seus convidados em dias de intenso calor. Também o cristianismo adotou o leque, durante o ofício, dois diáconos protegiam o celebrante do calor.
Ao longo dos séculos, os leques foram feitos em diversos materiais e formatos. Primitivamente foram usados leques de folhas, penas, plumas, do feitio de nossas atuais ventarolas, quase sempre de grande tamanho. A partir do século XV foram confeccionados os leques propriamente ditos, reversíveis ou de fecho, constando de duas partes principais: a armação, pequenas hastes sobrepostas, e a folha, esta em papel, pergaminho, pano pintado, rendas e gaze, bordadas com lantejoulas, fios de ouro e dourados.
No Brasil, os leques chegaram com D. João VI, que, seguindo o costume francês, introduziu o hábito de perpetuar nestes delicados objetos os fatos mais notáveis do período em que eram fabricados. O uso destes leques comemorativos intensificou-se nos reinados de D. Pedro I e D. Pedro II, encomendados no Brasil às chamadas "Casas das Índias", numerosas na Rua do Ouvidor, traziam em uma das faces, o feito histórico e na outra, decorações com motivos puramente orientais. Através dos leques, acompanha-se toda a história do Brasil, desde a chegada de D. João VI.

verita
Enviado por verita em 21/02/2012
Código do texto: T3510654
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