Falando de Escravos Africanos

A História prova que a escravidão vem desde os primórdios de nossa civilização, pois os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores e muitas civilizações usaram o trabalho escravo para suas tarefas pesadas e rudimentares. 
Em nosso País a escravidão teve seu início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI, quando os portugueses buscavam nas colônias do Continente Africano, trabalhadores para escravizá-los. Estes escravos eram vendidos como se fossem mercadorias, cujo valor dependia da idade e do aspecto físico saudável. Eram usados porões dos navios como meio de transporte, onde em condições desumanas os negros viajavam e quando ocorria o óbito seus corpos eram jogados ao mar.

 
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro os escravos trabalhavam de sol a sol, acorrentados, mal alimentados, com vestuário de péssima qualidade e tendo como moradia as “senzalas”, galpões com grandes janelas cercadas com grades, o chão era de terra dura, forrado somente por palhas e internamente não havia cômodos, mas os homens dormiam separados das mulheres e das crianças. Os escravos saíam somente para trabalhar ou serem castigados, no pelourinho, um tronco com cordas, utilizado para castigar os rebeldes.
As mulheres negras foram usadas como mucamas, amas de leite, nos afazeres domésticos e, as mais bonitas, usadas e abusadas sexualmente por seus senhores.
No século XVIII uma minoria conseguiu comprar sua liberdade, mas enfrentavam a discriminação e o preconceito social.  Na metade do século XIX a escravidão passou a ser contestada pela Inglaterra, a qual aprovou a Lei que proibia o tráfico de escravos e, em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel, a qual não imaginou que estes escravos estavariam livres apenas das correntes, mas que carregariam por séculos a marca de sua cor e junto, o preconceito e a discriminação, a qual se mantém até hoje em nosso País e, uma das provas mais vergonhosas é a cota de vagas para “negros” cursar a Universidade. Muitas vezes me pergunto, a inteligência tem cor? A igualdade tem cor? A Alma tem cor?
Os negros não podem se escravizar novamente aceitando normas absurdas e oportunidades condicionadas, pois uma das bases fundamentais dos direitos humanos é o princípio que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, a discriminação e perseguição com base na raça ou etnia são claras violações desse princípio.
Hoje, a História se repete antigamente os negros quando se revoltavam em busca de uma vida digna, formavam os famosos Quilombos, onde tinham a liberdade de escolhas para sua vida, incluindo a liberdade religiosa. Hoje as senzalas são os cárceres, o pelourinho são palavras e os atos discriminatórios, os Quilombos, locais onde são aceitos pela sociedade e a carta de alforria é um Diploma Universitário.
verita
Enviado por verita em 12/05/2012
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T3664381
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