SOMBRAS DAS LEMBRANÇAS
Oito andares, arquitetura vertical, a queda livre que oblitera um começo de existência.
Na alma o inferno cinza-escuro, mescla que faz da vida isso que se vê por aí...
Ao longe os acordes de uma canção. Junto a mim uma lágrima provocada pelo inesperado, dado que a vida é essa avalanche de sonhos que já não são, de alegrias levadas pelo incessante movimento do calendário...
Na garganta o espaço é inadequado para conter a maquiada gargalhada, a autêntica dor que o tempo vai trazendo, asfixiada no silêncio da madrugada...
A cachoeira parida pela tragédia, os ponteiros do relógio esticam a angústia que procura uma saída.
No peito a certeza do absurdo, da caminhada conduzindo ao nada, nos olhos a umidade que machuca como punhal, no rosto a cor do sofrimento, na boca a vontade de gritar: ONDE ESTÁ A ESTRELA QUE PAROU DE BRILHAR??????????????
IRAQUE