CARMINHA MATOU MAX, SOZINHA?

Esta análise tratará de uma abordagem crítica reflexiva, o fechamento do clichê: QUEM MATOU MAX?

MAX: Personagem da Teledramaturgia, AVENIDA BRASIL.

Esperamos produzir um texto coerente, harmónico, capaz de preencher o horizonte de expectativas do leitor.

Ousaremos ajustar a inter-relação entre

Narrador X Telespectador X Max

Narrador: Um Ser conflitante, Observador.

Um Ente imaginativo, transformador da realidade.

Um provocador.

Telespectador: Uma entidade coletiva, complexa, construtora da assimilação, do nexo.

Fazedor das conecções.

Max: Uma criação literária, uma imagem fictícia, secundária.

Traçada como iluminador da personagem principal. Um contraste

Portanto, este tripé não passa de irrealidade.

As três personalidades são existências narrativas, sentidas em profundidade na esfera da Telenovela AVENIDA BRASIL.

Confabulemos …

MAX morreu, de imediato foi instaurado a polêmica: QUEM MATOU MAX? Durável por uma semana.

Haja vista, se não houvesse tempo para absorvição do fictício assassinato, nós telespectadores, na qualidade do Sujeito do agir X reagir, seriamos crédulo, não questionadores, pregariamos a submissão.

Porque nossos canais sensoriais não estariam completamente amadurecidos.

Agora, por estarmos aptos, capacitados e com desempenho do saber.

Prossigamos...

Toda narrativa tem uma estrutura de base.

E o narrador enveredou personagens chave para o espaçotemporal “lixão” “noite”.

De antemão sabia: - Nós telespectadores seriamos induzidos e conduzidos para o mesmo espaçotemporal “lixão” “noite”. Instigados pela curiosidade.

Partindo dessa observação, podemos concluir:

Fomos convencidos pelo narrador ao longo do enredo: Max é impróprio, mal caráter, frustrado, um escombro, um fraco.

Uma personagem conflitante, apresentador das alterações de conduta interior, da imoralidade, do escárnio, da falácia.

MAX seria então: Um modelo dinâmico. Um protótipo da realidade.

Uma representação simbólica da repulsa, do asco social.

Esta figura marginal foi sendo banida gradualmente da trama, até voltar ao local de origem.

Agora derrocada está no “lixão”, preparada para satisfazer nosso prazer obscuro, indecifrável... O Ser desprezível nos incomoda!

Estamos na instância do inconsciente.

Projetamos nessa personagem novelesca, nosso reverso sombrio, nossa tenebrosidade.

Afinal, MAX tem lá teus caprichos...

Articulado, possuidor um corpo escultural, branco de olhos claros, nome americanizado ( Maxwell).

Capaz de satisfazer duas mulheres ao mesmo tempo, um desavergonhado, típico cafajeste.

MAX se apodera do corpo feminino e nele bate, escurraça, chinga, barbariza.

Por esta razão, MAX pregoniza no inconsciente coletivo o Poder Fazer.

Comprazemos...

No recôndido de nós mesmos, encontramos no MAX a medida para satisfazer nosso primitivismo.

Não seria de bom tom considerar anomalia sentir gozo pelas misérias, desgraças e morte do gigolô.

Aceitamos matanças, perversões, fornicações e imoralidades, porque estamos numa zona de conforto, circulando dentro de uma obra ficcional.

E assim... Na telenovela Avenida Brasil...

CARMINHA matou MAX.