A perfeição existe: Gabriela

A perfeição existe: Gabriela

Oxê !!! Não se avexe não!!! Tava tudo nos conformes!!! Lindo por demais...

É amigos, estou feliz e orgulhoso de ser Brasileiro e saber de nossa beleza cultural imensa, além de termos os artistas que nos premiaram com a série Gabriela da TV Globo. Jorge Amado, um monstro de nossa literatura, e uma televisão com uma qualidade de cinema francês fez o que vimos: um show! Obra prima que posso dizer que é a perfeição. Os personagens eram vivos nas feições perfeitas de artistas velhos e novos. Os cenários muito realistas e da época; a música, sim a música, essa não dá prá se falar nada de incerto. Tudo perfeito! Agora resta aguardar a obra em vídeo para podermos rever quando quisermos e, quem sabe, mostrarmos com muito orgulho aos nossos netos.

Os coronéis existiram e ainda há resquícios dessa cultura no nordeste. A simplicidade que se tratava da morte em função do poder. Lavar a honra! Matava-se e ainda se mata por traição em nosso País. Naquele tempo os homens podiam tudo: “mulher, hoje vou te usar!” A mulher escrava e quase uma “ jumenta” na vida do homem, para representá-lo na” sociedade” e mais nada. Casamentos por interesse, mulheres desgraçadas por amantes vivaltinos que as desonravam, mulher feias fadadas a serem solteironas (caso fosse pobres). Tudo é mostrado com riqueza de detalhes e dentro de uma estória de amor: a obra de Jorge Amado vai mais á frente trazendo costumes e a vida como ela era. Cada personagem tem seu peso e se misturam em um enredo de expressão social, sempre com o bom humor como cartão de visita, vou falar de alguns:

- Juliana Paes – A beleza morena que condiz com a Gabriela e o jeito solto de ser encantaram, embora a “outra” foi melhor.

- Humberto Martins – Um dos melhores! Seu Nacib saia da alegria para a tristeza com facilidade. Emburrava quando não entendia seu desespero de viver entre as exigências da sociedade e a liberdade da Gabriela. Foi genial em seu andar arrastadinho e cansado de um comerciante apaixonado pelo dinheiro, sociedade e o amor livre. Adorei!

- Mateus Solano – Primo distante, um verdadeiro Carneiro da Cunha no sorriso lindo e iluminado (meu pai tinha) e as mãos mais lindas da televisão. Foi ótimo ator, impecável no porte que o personagem pedia. Show!

- José Wilker – Coronel Jesuíno foi brindado pelo ator, às cenas de dor que o homem duro e macho do sertão trazia no rosto talhado, seus olhos desesperados em afirmar que matou pela honra e tinha a condenação maior de ver seu amor crescer infinitamente, foram marcantes.

- Ivete Salgado- Uma surpresa agradável, mostrou ser uma atriz.

- Antonio Fagundes- Dizer o que? Foi coronel até os ossos! Com a raiva no rosto e a certeza da impunidade do paletó branco engomado. Um monstro em cena!

- Maitê Proença – Papel difícil que ela, com muita doçura, tirou de letra. Seios ainda magníficos!

- Marcelo Serrado – Sair de um “ Crô” para ser o garanhão da cidade foi uma prova de capacidade. O queixinho para frente com um bigodinho obsceno completou o personagem Tonico Bastos. Bastou-se!

- Laura Cardoso – Fantástica! A melhor da novela! Deu show e roubava as cenas, com olhos vivos e expressão facial incomparável na beata Dorotéia. Divina!

- Gero Camilo- Fez o papel de uma bichinha (Miss Pirangi) como nunca! O cabelo escorrido com um “pega rapaz” bem na testa e os trejeitos que marcaram o personagem. Um dos melhores!

- Ary Fontoura, Chico Dias, Mauro Mendonça, e outros – Foram os coronéis. Velhos atores com energia de jovens. Encantaram.

Não dá prá falar de todos. Só afirmar que todos foram PERFEITOS! A novela foi além do que se poderia fazer: uma obra prima, rica em detalhes, colocando a música como um vento dentro das cenas, e os atores escolhidos apropriadamente.

Algumas cenas ficarão na minha memória emocional. O professor com óculos suados esperando a condenação do coronel traído; a morte do casal de amantes Sinhazinha e o dentista; os coronéis sabendo (dentro da igreja) que a beata era uma quenga; o banho de mar de seu Nacib com seu pijama branco; Chico moleza comendo escondido e outras. Foi bom, alegrou minha alma e trouxe alegria para minha família e amigos. Que bom ter visto e relembrado os termos do nordeste como “avexado”, "caçoou de mim “, “ nos conformes “, “ pode não “, “ invertido e quenga”. Bom ter sangue nordestino para melhor saborear essas delícias de nossa cultura popular, além de ter babado nos quitutes da Gabriela!

Foi bom por demais!

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 27/10/2012
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