Estrangeirismos

ESTRAGEIRISMOS

Se não bastasse toda a terminologia da Informática, que abusa das palavras em inglês (embora existam palavras em português com o mesmo sentido e entendimento), a cada dia surgem novos estrangeirismos (palavra ou expressão estrangeira usados em certos textos do vernáculo, tomada como tal e não incorporada ao léxico da língua receptora) empregados por alguma linha de novos (ou falsos?) intelectuais, jovens, artistas, universitários assim como marqueteiros de plantão. Embora tenha lecionado inglês condeno esse uso exagerado de estrangeirismos.

Existem verbetes da língua inglesa, usados por aqui, que são intraduzíveis, e para explicá-los seriam necessárias várias palavras. É o caso, por exemplo de marketing e banking (só para citar duas). É melhor entendê-las do que tentar uma tradução que vai demandar uma dezena de verbetes.

Há tempos, em um congresso que participei, escutei uma intelectualóide afirmar que “havia enviado um paper” (bilhete) a uma determinada autoridade universitária. Tal afirmação causou mal-estar e muitos risos na plateia.

Assim, me dispus a catalogar alguns estrangeirismos (existem mais) usados por aqui como break (parada, freio), break fast (café da manhã), cofee break (pausa para café), cofee shop (sala de café), delivery (entrega), design (desenho), drink (bebida, beber), fair play (ética no esporte), fashion (moda), happy hour (hora feliz, encontro no fim-de-tarde), indoor (dentro de casa), lounge (sala de estar), meeting (encontro), off (desconto), out of road (fora de estrada), outlet (liquidação), pack (pacote), paper (papel, bilhete), pet (mascote), pit-stop (pausa), rave (festa restrita), remake (refilmagem, refazer alguma coisa), remold (pneu recapado), report (relatório), selfie (a si mesmo), screw cap (tampa de rosca, para vinhos), sixties (relativo aos anos 60), stand by (em espera), stand up (de pé), test drive (teste de carro), top (acima), vibe (vibração).

No terreno da sociologia fala-se em “exportação da cultura” quando a sociedade maior exporta seus valores (música, língua, moral, costumes, economia e moeda) para as sociedades menores. Quanto mais subdesenvolvido um povo, maior o risco de ser achatado pela cultura mais forte. No Brasil, o aumento da adoção de estrangeirismo, parece demonstrar a pressão crescente que vamos sofrendo.

O contrário disto pode ser visto na França, onde são proibidas as expressões estrangeiras (especialmente o inglês) tanto que os produtos americanos (Ford, McDonald, Disney) não fazem muito sucesso por lá. Até a terminologia informática é traduzida para a língua de Lamartine, como ordinateur (computador), logiciel (sistema de software), la sourire (mouse).