Teoria do Poder Absolutista em Jean Bodin.

Teoria do Poder Absolutista em Jean Bodin

1530-1596.

Nasceu na França, filosofo e jurista, autor de um livro famoso, República, que representava a mentalidade do seu tempo, o que seria hoje um pensamento reacionário.

Ele defendeu a seguinte tese, referente ao poder político, o conceito de soberano ligado à realeza por natureza era eterno, essa determinação vinha exatamente de Deus.

O poder político era perpetuo e soberano, absoluto, a justificativa era divina. Isso porque o rei representava a imagem de Deus.

Bodin viveu em pleno iluminismo, período em que representou a mudança de uma forma de Estado a outro, a superação do Antigo Regime, a mudança do feudalismo em benefício da burguesia nascente, os servos deixavam e ter uma função produtiva em seu lugar nascia o proletariado.

Ele até entendia o etimologia República no seu exato sentido clássico, aquilo que significa coisa pública, que vem exatamente do latim res=coisa.

Mas não aceitava a nova mentalidade nascente ou seja a superação de uma visão de mundo teocêntrica para o antropocentrismo.

Ele não admitia outra forma de governo se não fosse à monarquia, por ser a única forma que a autoridade representa de fato os interesses de Deus aqui na terra. Naturalmente que isso era uma ideologia do seu tempo histórico.

Se analisarmos a história, percebemos que o passado em relação ao futuro é sempre uma determinação ideológica. Nesse aspecto o presente também corresponde a essa análise.

Então para Bodin a forma única de governo admitida só seria possível racionalmente à monarquia, na qual a soberania teria que ser necessariamente absoluta, se concentrava naturalmente na figura do príncipe.

Qualquer outra forma de poder ou modelo de Estado era diabólico. Demo que significa povo, e povo satânico, cracia poder, isso significava para Bodin numa conceituação epistemológica, o conceito de democracia, o poder satânico, o que nascia com a burguesia, formulado pelos novos ideólogos, os filósofos iluministas.

Bodin foi um estudioso de Aristóteles e consequentemente de Tomás de Aquino, o mesmo modelo defendido por São Tomás, afirmava, com efeito, Jean Bodin, ser a monarquia o regime mais correto de acordo com o fundamento das coisas.

Seu fundamento era simplificado, sem teoria política formulada com consistência, dizia ele, no mundo é natural à família ter apenas um chefe, o pai. No céu existe apenas um sol, no universo existe um só Deus criador.

Ele nunca entendeu que nas sociedades existiram diversidades de deuses, que a ideologia de um Deus único foi fruto da concentração do poder. Fato exatamente do estabelecimento nobre nos Estados antigos.

Dessa forma argumentava ele em defesa da sua teoria do absolutismo, é mais que lógico e justo, que a soberania, força de coesão social do seu tempo, seja realizada naturalmente na monarquia, centralizada totalmente na pessoa de um princípio que é sagrado por Deus, questionar a soberania seria como ofender ao próprio Deus, isso era inadmissível politicamente.

Mas o pensamento de Bodin não era de tudo apenas reacionarismo, tinha algumas medições do mundo moderno nascente, como produto da filosofia iluminista.

Vejamos outras defesas da sua parte, a Monarquia não podia ser confundida, com um governo tirânico, se não era democrático não poderia ser totalmente absolutista. O monarca não tinha direito de desprezar as leis da natureza, abusar das pessoas livres ou até mesmo dos escravos.

Tinha que respeitar a propriedade privada, nas palavras dele mesmo, escreve não pode fazer uso dos bens das pessoas como se fossem da própria realeza.

O Estado, de certa forma não pertencia totalmente à nobreza, como se o rei fosse o próprio Estado, visão anterior de absolutismo.

Essa mudança era relativamente contraria ao absolutismo posteriormente que passou a fazer parte do conceito que denominamos de depostas esclarecidos.

Quanto as leis divinas e leis naturais todos os príncipes da terra estavam sujeitos, não está em seu poder transgredi-las, dentro dessas leis afirmava Bodin, destaca de modo particular o respeito que Estado sempre precisou ter em relação ao direito a liberdade das pessoas.

Mas também, com certo espírito burguês, desenvolvido na sua teoria de Estado, formulou Bodin, a propriedade privada era sagrada, de um modo geral todas as formas de riquezas ou bens materiais.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 02/09/2014
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