MEMÓRIA POPULAR DIA DE REIS - SEIS DE JANEIRO - (RLessa/Jan/2015)

FOLIA DE REIS: Festança religiosa de origem lusitana de diversão popular, vindo ao Brasil no século XVIII onde assume seu caráter religioso deixando de ser tão somente uma diversão. Riqueza da cultura popular religiosa e folclórica que nos chega através dos antigos colonizadores, e que na "terra brasilis" assume características próprias e devocionais em diversas regiões no Brasil, seus autos e riqueza de versos são preservados transformando-se em tradição secular e abastada de riquezas simbólicas.

No período compreendido entre a véspera de natal (24 de dezembro) e dia de reis (seis de janeiro), cantando versos alusivos aos reis magos e ao menino Jesus e seguem pelas casas recebendo mimos, sendo elas das mais simples: o acolhimento com uma xícara de café ou doações maiores.

A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza. Os preciosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral.

O instrumental utilizados são normalmente: viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos, havendo variações em alguns casos. Nesse auto existem personagens somando minimamente pelo menos doze pessoas que vestem roupas coloridas, sendo os mais conhecidos: Mestre, Contra-Mestre, os Três Reis Magos, Palhaço e Foliões.

MESTRE E CONTRA MESTRE: são os que detém e nutrem a memória da tradição através de todo o seu conhecimento e vivência são os que comandam os foliões.

PALHAÇO: com sua forma brincalhona, dissimulada e muitas vezes provida de cinismo tem o dever e compromisso de proteger o Deus Menino, confundindo o exército de Herodes e com suas vestimentas engraçadas e com seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus distraem todos os que assistem a Folia, usando máscara confeccionada com pele de animal e vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia, nunca se adiantando à "bandeira". Apesar de seu simbolismo, é personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração.

FOLIÕES: aqueles que compõem são geralmente parte da população simples e devotas, de origem rural e enriquecem o momento com suas demonstrações de fé através de cantorias.

REIS MAGOS: representantes dos três sábios orientais que se empenharam em sua busca pelos novo Rei dos Reis que nascera em Belém seguindo a estrela que os conduziram.

A FESTA: ainda encontramos esse festejos em alguns lugares que os preservam, onde um grupo de cantadores e tocadores, trajando fardamento colorido, entoam versos que anunciam o nascimento do Menino Jesus e homenageiam os Reis Magos, peregrinando pelas ruas procurando acolhidas nas casas que tem presépio e guarda a é e devoção cristã. Levam além de instrumentos a "bandeira" (estandarte de madeira ornado com motivos religiosos), a qual tributam especial respeito, sempre liderados pelos mestres e contra-mestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os versos - são os puxadores do canto.

Os foliões cumprem promessa de, por sete anos consecutivos, saírem com a Folia e arrecadar em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas.

Um dos pontos mais alto da festa se dá quando dois grupos se encontram. Juntos, eles caminham em direção dos ao presépio da festa, o ponto final da caminhada.

Pesquisa e Texto: Roberta Lessa

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 07/01/2015
Código do texto: T5093449
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