A Epistemologia de Foucault.

Foucault muda radicalmente o modo de a Filosofia pensar, como método instrumental de análise. O que antes era visto na idade antiga, medieval e moderna, com influência do cristianismo, o conhecimento transcendente ao mundo sensível, o que é não específico da natureza empírica.

Nas ciências do espírito, a história torna-se necessária, para definição de qualquer verdade, a respeito do conhecimento humano. O uso do saber analítico por meio do estruturalismo passa ser o mecanismo para poder entender a origem do conhecimento.

A Filosofia de um algum modo influenciada pelo materialismo histórico, passa da teoria para o campo da prática, o conhecimento não é mais produzido apenas pelo mundo teórico.

O saber a respeito do homem, não pode ter a teoria mais como sujeito do objeto em relação ao próprio entendimento. A epistemologia precisa necessariamente considerar a relação imprescindível entre o ser e o tempo, pois a natureza humana é essencialmente histórica. A síntese desse conhecimento deve obedecer a critérios estruturais de uma razão histórica.

A partir do tempo e da existência do homem, a filosofia pode cumprir sua função de crítica social, como procedimento analítico da condição histórica do homem.

Com efeito, desse modo à filosofia não é mais para Foucault, linear como fora para a acepção anterior, o erro fundamental de Descartes formulou uma base racional humana sem levar em consideração a existência concreta do homem, obedeceu a um padrão metafísico universal.

É indispensável considerar a historia suas formulações se desejar alcançar a verdade a respeito da pessoa humana. A velha epistemologia fazia análise das teorias científicas seus paradigmas. Portanto, desejava entender os homens a partir de diversas acepções, não desconsiderando a sua natureza especificamente humana.

Desse modo analisava a origem das ideias, seus conteúdos históricos. Foucault questionou profundamente a forma clássica de entender a consciência humana, não se chega à verdade pelo caminho tradicional fundamentado na velha e nova Escolástica.

É um erro todos terem que submeter a um sistema de pensamento, esse modo de refletir originou na Idade média, fragmentando posteriormente em racionalistas e empiristas.

Tal entendimento partia do seguinte princípio a consciência é a fonte do conhecimento universal.

Entretanto, tal entendimento atendia somente a consciência do espírito, ou seja, tratava essencialmente do mundo religioso ético e político, estabelecido por um único princípio, não atendendo a perspectiva empírica.

O pensamento contemporâneo nasceu com o seguinte fundamento, não com a finalidade de definir algumas verdades, não fora esta a intenção dos estruturalistas.

No entanto, entender o sujeito na sua própria existência com seus fatores históricos, questionando os sistemas que deseja definir o mesmo a partir de uma teoria ou método, uma lógica do absoluto.

Eliminando, portanto, outras formas do pensamento, impossibilitando as diferenças, o ser humano era compreendido apenas em uma perspectiva. O que epistemologicamente fundamentava na ideologia da repressão.

Contrariamente aos idealistas que faziam uma leitura do cotidiano fundamentado no subjetivismo, a verdade apenas o que desenvolvera na consciência individual.

Foucault em seu livro clássico, Arqueologia do Saber, destrói as ciências que procuram determinar a essência humana por meio de uma teoria absoluta da própria ideia como sistema.

Os modelos anteriores procuravam definir o modo de o homem ser a partir de paradigmas existentes, não levando em consideração as diversidades. Portanto, o pressuposto filosófico, o homem é o centro de todo conhecimento, o que é obvio em decorrência de ser o detentor da linguagem.

Tal entendimento partia do fundamento que todas as verdades, tinham como objetivo determinar o modo do homem ser, o filósofo aquele que realizava as descobertas, determinando o modo como o homem deveria ser e comportar.

O idealismo, sobretudo o hegeliano, que influenciou em parte o materialismo histórico, o pensamento de Karl Marx. Hegel acreditava que o conhecimento parte das ideias sem considerar os aspectos históricos do tempo.

A razão era responsável no favorecimento da autonomia do sujeito na articulação das ideias, sem dar importância às questões indutivas, ou seja, o conhecimento empírico, os fenômenos sociais, desenvolvendo uma profunda contradição entre a empiria e a racionalidade, como também a fenomenologia. Com efeito, favorecendo tão somente a idealidade.

Heidegger em sua fenomenologia existencial não admite a uma realidade espiritual, devido a não transcendentalização do sensível.

O ser é o mundo real, aqui e agora, nada escapa do tempo, da realidade material, como pensara Karl Marx, desse modo entende sua obra o ser e o tempo.

O que denomina de o ser em si mesmo, o que faz parte da existência, nada está esta além da temporalidade e da intencionalidade da história. Desse modo o ser heideggeriano é o presente manifestado, compreendido de certa forma o conhecido, preso ao Dasein.

Foucault parte da concepção de Heideggeriana da história, na superação da filosofia tradicional como prática para resolver os problemas, sobretudo, a questão da fenomenologia social.

Abordagem fenomenológica de Heidegger influenciou profundamente Foucault no entendimento das previsões humanas. Portanto, faz uso da história com a finalidade de questionar o conhecimento positivista.

Portanto, não se entende a espécie sapiens sem considerar suas diferencias em referencia aos diversos aspectos. A sociedade é composta por múltiplos grupos sociais.

Em síntese Foucault deixa de buscar a verdade no objeto propositivamente indo em direção a analise que determina o objeto, o conceito. Com efeito, o conhecido que dá significação as coisas, levando sempre em consideração a condição humana dentro da sua historicidade.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 21/05/2015
Reeditado em 21/05/2015
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