Marmelada de Goiaba

No Facebook, no meio de uma discussão sobre a imposição pretendida pelo governo da lei de igualdade de gêneros sobre as crianças das primeiras séries escolares, minha amiga Maria Lúcia escreveu uma pérola de verdadeira sabedoria a respeito do assunto: “Parece até a Emília no Sítio do Picapau Amarelo querendo mudar a natureza, só que ela era de pano e miolo de macela…"

A citação de Maria Lúcia acendeu uma luz que permite ver o tipo de loucura que acomete um grande número de pessoas.

Parece impossível que alguém queira revogar a lei natural só porque considera que, por questão subjetiva de justiça, as pessoas deveriam escolher a tendência sexual desde a mais tenra idade e não assumir o sexo biológico com o qual tenha nascido. Os adeptos dessa ideia asseguram que ser menino ou menina é questão de imposição cultural, que desde bebê a comunidade em torno, estabelece os gostos e comportamentos que devam ser seguidos por cada indivíduo.

Diante do que consideram grande injustiça, tais pessoas estabeleceram uma empreitada em defesa de tal ideal digna do Dom Quixote, que Cervantes concebeu e publicou na inauguração do século XVII.

Elas se consideram um primor de bondade! Aos próprios olhos, conseguem ser melhores e mais humanas do que toda a humanidade que viveu até aqui; portanto, desejam condenar, por motivo de “desumanidade", um infinito número de seres humanos que viveram assim, durante milênios.

A bondade delas é tamanha, que chegam a se ver no direito de abolir as leis das ciências físicas e biológicas, enquanto manipulam verbalmente as ciências humanas, enunciando seus desejos como se fossem leis. Tudo por bondade…

Como bem observa minha amiga Maria Lúcia, essa não é uma atitude de um ser humano adulto, responsável, que encontra sua alegria na produção de bens que, pouco ou muito, beneficia sempre a outrem, daí fazer jus à recompensa.

Parece mais atitude de adolescentes movidos à energia hormonal que os impele a contínua manifestação dos sentimentos e a contestação de toda autoridade, no afã de autoafirmação como indivíduo. Mas a autoafirmação num meio ambiente em que os próprios paradigmas naturais da espécie são continuamente questionados, vão se afirmar perante quê e quem?

Muitos adultos e jovens têm se comportado como adolescentes em situação de retardo. Parecem mais crianças, incapazes de perceber as reais e naturais razões para que tudo neste mundo seja como é, por mais birrento que se possa ser.

É disponível no Youtube, um documentário produzido pelo humorista e sociólogo norueguês Harald Eia, que expõe fatos e estudos mostrando que o ser humano é muito mais complexo do que pode avaliar nossos muito jovens em espírito, mesmo que já possuam cabelos brancos e trabalhem como pesquisadores em importantes universidades. Fica explicito no documentário que, nos países onde a igualdade social já é praticamente estabelecida, as pessoas fazem suas escolhas baseadas nas naturais e velhas diferenças entre masculino e feminino. Fazem porque o podem fazer.

Concluímos então, que a humanidade está ameaçada por leis que contrariam as leis da natureza,

elaboradas, cultivadas e difundidas de maneira quase sempre carente de ética, por uma minoria que se comporta como crianças birrentas e carentes de atenção. Causa mais preocupação quando se observa que tais ideias partem de importantes órgãos internacionais.

Se pelo menos fossem crianças como as de Monteiro Lobato, dotadas de saudável criatividade, que usam dos conhecimentos como instrumentos de brincadeira, como Pedrinho e Narizinho do Sítio do Pica-Pau Amarelo…

Mas, as crianças do Sítio não vivem a mercê de si mesmas ou do Estado, chefiado por crianças loucas que pretendem conferir às crianças autonomia sobre a própria indigência de conhecimentos sobre a vida e os próprios corpos. No Picapau Amarelo, Pedrinho e Narizinho obedecem às queridas Dona Benta e tia Nastácia, e ao sábio tio Barnabé.

Como qualquer animal, o ser humano tem carências naturais à própria espécie. Entre elas está um lar onde possa dar vazão às aptidões da natureza, estimuladas e formadas pelos seres mais interessados no seu progresso natural, os mais propícios “coaches”, seus pais, mesmo se considerarmos apenas o conhecimento vindo por meio do DNA.

Crianças naturalmente desenvolvidas podem se dar ao luxo de viver aventuras no rico mundo da imaginação, onde pode existir "marmelada de banana, bananada de goiaba e goiabada de marmelo”, cantadas por Gil. Elas sabem que é tudo brincadeirinha…

Que Deus defenda nossas crianças, as livre de serem abandonadas à mercê de si mesmas, num louco e real mundo infantil, habitado por monstros de toda espécie, sob o reinado de “Chucky”…

Link para o documentário citado: https://youtu.be/G0J9KZVB9FM