Que é conhecimento a priori e posterior em Kant.

Kant em sua grande obra, Crítica da Razão Pura, formula duas formas de conhecimento: conhecimento puro a priori e conhecimento empírico a posterior. Com efeito, a natureza epistemológica de cada um dos conhecimentos.

Então o que é conhecimento a priori, em síntese é o saber que não depende de dados empíricos, ou seja, existe antes de qualquer dado experimental. Sendo assim não depende de metodologia indutiva.

Portanto, nasce de uma operação racional, atende aspectos formais do pensamento, motivo de ser universal, exemplo: dois mais dois são iguais a quatro, duas linhas paralelas jamais se encontram.

Desse modo, toda afirmação a priori, não depende de nenhuma condição específica, trata portanto, de uma afirmação necessária, na aplicação fundamental do próprio entendimento.

Por outro, o que significa o conhecimento empírico a posteriori, em definição, aquele que a princípio, refere aos dados fornecidos pelos sentidos ou seja, necessariamente, posterior ao campo experimental, exemplo o carro é vermelho, primeiro o carro foi fabricado com essa cor.

Todo conhecimento puro leva objetivamente, afirmações necessárias, juízos universais, contrariamente, ao conhecimento empírico.

A segunda formulação desenvolvida por Kant refere aos juízos, classificados em duas tipificações, analíticos e sintéticos.

O que é um juízo analítico, o predicado está contido no sujeito, analisado o sujeito compreende imediatamente o predicado, tipificando, o quadrado tem quatro lados, na análise compreende o todos os pressupostos do raciocínio, ou da lógica formal.

Juízo sintético, contrariamente, o predicado não está contido no sujeito, portanto, acrescenta algo novo a respeito do conhecimento. Tipificando os corpos se movimentam.

Por mais que tipifica o corpo não entende o movimento.

Por último Kant, analisa o valor de cada juízo chegando à seguinte conclusão: os juízos analíticos servem apenas para explicitar aquilo que já conhece do sujeito.

Desse modo, não dependem do campo sensorial, atendendo apenas a racionalidade da lógica formal dedutiva, motivo pelo qual de serem universais e necessários, não produzem novos conhecimentos.

Sendo assim, derivam duas outras formas de juízos, sintéticos a priori e a posteriori.

O que é um juízo sintético a posteriori, ligado ao campo experimental, sua validade ao tempo e ao espaço, local onde efetivou a experiência, não produz conhecimento universal e sua lógica é essencialmente indutiva.

O Juízo sintético a priori, importante por não estar limitado a experiência, universal e necessário, seu predicado acrescenta informações ao sujeito. A Matemática e Física são ciências que trabalham com juízos sintéticos a priori.

Para Kant os juízos são organizados na memória seguindo categorias apriorísticas do entendimento humano. Sendo que o conhecimento, é o resultado de uma síntese dialética entre o sujeito e o objeto, que em última instância, o sujeito que conhece o objeto, apesar de uma certa relação dialética.

Dessa forma é impossível conhecer as coisas em si mesmas, o que denomina o ser em si. As coisas são o que percebemos delas.

Todavia há uma síntese entre o idealismo e o realismo, entretanto, o conhecimento, não é dado pelo sujeito, muito menos pelo objeto, mas em uma constante relação entre os opostos, não objetivamente.

Porém, existe certa prevalência do sujeito, o que podemos conhecer são os fenômenos ou sejam, os objetos como eles aparecem para nós, não como eles são em si mesmos.

Por que não existe o conhecimento em si? A resposta de Kant porque entendemos a realidade a partir das pressuposições das formas a priori de memórias formatadas projetadas ao entendimento dos fenômenos.

Portanto, as coisas são representadas em comum acordo com as ideologias presentes na memória, por meios das sínteses a priori, o mundo é o entendimento das memórias, motivos pelos quais o único conhecimento científico possível o indutivo empírico.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.