A Filosofia de Wilhelm Dilthey.

Antes de Dilthey um grande teórico cujo nome Droysen, em 1873 formula um texto, importante, questionando a possibilidade da objetividade nas ciências sociais. Diz Droysen é praticamente impossível a objetividade nas ciências do espírito.

Com efeito, não existe objetividade, do mesmo modo neutralidade, as ciências do espírito são por natureza ideológicas, não tem com serem diferentes. O que existe do ponto de vista epistemológico, tão somente a convicção, desse modo, define a morfologia literária.

A primeira formulação científica, epistemológica, filosoficamente, a respeito da teoria da relatividade. Portanto, tudo que existe, a respeito da acepção técnica, não poderá ser objetiva.

Não há verdade objetiva, neutra, as verdades resultam de epistemologias particularistas, vinculadas as convicções individuais.

Sendo assim, Droysen reconhece que qualquer epistemologização, só poderá chegar a resultados particulares, aproximados, unilaterais, dessa forma, a ciência do espírito, ou seja, a fenomenologia só pode ser unilateral. Não existe o conhecimento como tal.

O segundo grande filósofo, a ser considerado, Wilhelm Dilthey, iniciou a escrever suas obras no final do século XIX e início do século XX, sua contribuição a separação as ciências sociais das naturais.

Importante ressaltar os critérios da referida separação. Primero, as ciências sociais, o sujeito e o objeto são idênticos, isso significa que o homem estuda a si mesmo, a cultura reflete a própria cultura.

Portanto, as ciencias sociais diferente, das ciências naturais, a segunda, a cognição analisa o objeto fora da cultura, exterior ao próprio homem, exemplos: o estudo da biologia, da química e da física.

Desse modo, na primeira, há uma relação de identidade entre sujeito e objeto, colocando o fundamento da objetividade em cheque, o grande problema da fenomenologia.

A segunda questão enfrentada por Dilthey, nas ciências do espírito, completamente diferente das ciências da natureza, os juízos de valor são inseparáveis dos juízos de fato.

Como se explica tal proposição, é que o sujeito cognitivo cultural tem seus valores que estão também presentes em sua análise cultural do fato fenomenológico.

Outro aspecto, a ser considerado, refere à epistemologia metodológica, especificamente ao historicismo, antes de explicar qualquer fato, a necessidade de compreendê-lo fenomenologicamente.

A ciência natural usa o método indutivo, pela teoria da comprovação das hipóteses, na explicação das leis naturais, não sendo possível o uso do mesmo método para a ciência do espírito.

Com efeito, a filosofia precisa compreender os fatos, os fenômenos em análise, uma explicação meramente exterior não possibilita entender a significação cultural do objeto.

O fenômeno precisa antes de tudo ter sua compreensão ideológica, dado seu caráter da não objetividade.

Dilthey chega à conclusão, que as ciências do espírito são produtos históricos produzidos pela cultura. Desse modo, limitados pela evolução do tempo e da cultura.

Com efeito, não existem verdades, o que existem são interpretações relativas. Portanto, vale também para as produções culturais.

As visões do mundo, são sistemas teóricos diversos e relativos, cada epistemologia como transitória a cultura e ao tempo, não existindo validade universal. A epistemologia é um complexo campo de destruições sistemáticas.

Com efeito, cada sistema tem como objetivo destruir o outro, a exclusão um do outro, como se fosse verdadeiro, uma espécie de cegueira epistemológica.

Conclui Dilthey, nenhuma epistemologia nas ciências do espírito consegue obter a verdade em definitivo, simplesmente porque não é possível a objetividade na fenomenologia.

Motivo pelo qual, a multiplicidade dos sistemas teóricos, diversas epistemologias, sendo a compreensão ilimitada e caótica, sem possibilidade para solução dos fenômenos em análises.

Dilthey considera que cada visão ideológica do mundo, tem valor historicamente condicionado, limitado e relativo à cultura em um determinado tempo histórico. O mundo é produto ideológico do seu momento.

Sendo assim, o conhecimento, é a limitação da cultura produzida pelo tempo histórico. Cada um dos sistemas epistemológicos é a unilateralidade de uma realidade complexa, diversa, apenas fragmento da complexidade.

Desse modo, o conhecimento é a projeção da particularidade, o que nega em síntese a verdade enquanto tal, a possibilidade de conhecer o objeto em sua totalidade.

Com efeito, é impossível ter o conhecimento objetivo, uma visão de conjunto da realidade propositada. O espírito deseja o conhecimento objetivo, válido, no entanto, é vinculado à subjetividade, a uma visão parcial de todas as coisas.

Então, conhecer significa criar um horizonte limitado e relativo. Todavia, Dilthey evita a ideologia do relativismo total, porque leva ao ceticismo, procedimento absolutamente não científico, negando a possibilidade do desenvolvimento da própria ciência.

No entanto, Wilhelm Dilthey, já velho confessa que durante toda sua vida, não conseguiu encontrar um conhecimento para dar as ciências do espirito, teor de objetividade. Porém, compreendeu a não possibilidade do uso positivista nas ciências do espírito, o que foi contamiando por Max Weber.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 02/10/2016
Reeditado em 04/10/2016
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