Juiz de Fora, uma breve história

Você sabe como surgiu a cidade de Juiz de Fora? Muitas pessoas não sabem, mas a nossa cidade já foi um arraial, depois se tornou uma vila, para então se tornar uma cidade, e além disso, ela se chamava Santo Antônio do Paraibuna.

E como foi o início de sua formação? Essa foi uma das perguntas que me levaram a pesquisar mais e mais sobre a origem dessa bela cidade. Consegui então reunir várias informações e fatos que relatam de forma bem interessante o nascimento de nossa cidade.

A origem

A partir da descoberta de ouro em Minas Gerais, onde se fez necessária a criação de um caminho para transportá-los, utilizou-se uma antiga trilha indígena chamada Caminho do Peabiru. Esse caminho, conhecemos hoje como Caminho Velho. Porém, devido ao contrabando e desvios de cargas, era necessário um novo caminho, pois o caminho velho, que ia de Outro Preto até Paraty, necessitava de uma viagem marítima até a Baia do Guanabara. Então, surgiu o Caminho Novo, que sai do Rio de Janeiro até Ouro Branco, onde a estrada se reencontra com o Caminho Velho. Foi a partir do surgimento do Caminho Novo que a história de Juiz de Fora começa.

Nas margens do Caminho Novo

O Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá Menezes, recebeu uma Carta-Régia em 1699, autorizando a criação de um novo caminho para a escoação do ouro das Minas Gerais, que visava uma rota mais segura para o transporte das riquezas. Então, a abertura do novo caminho, ficou a cargo do bandeirante Garcia Rodriguez Paes, que estava estabelecido como sesmeiro, com duas roças na região: uma às margens do Rio Paraibuna e a outra, na Borda do Campo, atual Barbacena. O sertanista conseguiu concluir a picada para pedestres em 1700 após uma série de dificuldades. A partir de então continuou a aprimorá-la para o trânsito de animais de carga visando explorar o privilégio de cobrança de pedágios. A via foi concluída em 1707.

Arraial de Santo Antônio do Paraibuna

O Caminho Novo era ladeado de muita mata fechada, e era também habitat de índios Coroados e Puris. Em suas margens, foram surgindo hospedarias, pequenos comércios e locais de parada para descanso dos cavalos, assim como postos de fiscalização e registros. Em um local, pertencente ao município de Barbacena, as margens do rio Paraibuna, começou a nascer um arraial, que em 1713 ficou conhecido como arraial de Santo Antônio do Paraibuna. Hoje, é o atual bairro Santo Antônio.

Vila de Santo Antônio do Paraibuna

Uma capela dedicada ao Santo Antônio foi construida no local, além de um cemitério, ranchos e pousadas, e com isso, veio a distribuição de sesmarias e formação de fazendas. Com isso, o arraial foi crescendo e se desenvolvendo, até se tornar uma Vila no inicio do século XIX, principalmente devido as fazendas de café, tornando-a então o principal núcleo urbano da região.

Com esse desenvolvimento crescente da Vila de Santo Antônio do Paraibuna, iniciou-se um projeto de construção de uma estrada mais larga, do outro lado do rio Paraibuna, com o objetivo de ser uma via alternativa ao Caminho Novo que passava pela Vila. O projeto foi de autoria do engenheiro alemão Henrique Halfeld (Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld), que se iniciou em 1836. Essa via alternativa foi de suma importância para o desenvolvimento da Vila, se tornando o centro de poder político e administrativo. A Estrada do Paraibuna, como ficou conhecida, teve vários nomes: Estrada Nova, Rua Principal, Rua Direita, e agora, Avenida Rio Branco.

Cidade do Paraibuna

Devido a isso, em 31 de maio de 1850, a Vila se desmembrou do município de Barbacena e em 1853 foi elevada a cidade, então, Cidade do Paraibuna.

O projeto de construção da Estrada do Paraibuna, era apenas uma parte do que se tornaria algo ainda maior, que era o seu principal objetivo.

Com todo o crescimento de produção de café na região, era necessário ligar a Cidade do Paraibuna à fazenda de veraneio do Imperador Dom Pedro II, atual cidade de Petrópolis. O projeto de criação dessa estrada ficou a cargo do engenheiro Mariano Procópio Ferreira Lage e se iniciou em 1854, e junto, se iniciou a construção da Vila Ferreira Lage, atual Museu Mariano Procópio e Quarta Região Militar, com o objetivo de hospedar os imigrantes alemães que trabalhariam na construção da estrada. Os trabalhos começaram em 1856. Em 1857, a fazenda de Petrópolis, foi levada a categoria de cidade e em 23 de junho de 1861, foi então inaugurada, por Dom Pedro II, Imperador do Brasil, a estrada, que até hoje é conhecida como Estrada União e Indústria.

Cidade de Juiz de Fora

Então, em 1865, a cidade passa a se chamar Juiz de Fora, nome que faz referência a um juiz de direito que ficou hospedado da região no tempo colonial, pois na época, não havia juiz em algumas localidades da região.

OBS: No tempo em que o arraial virou vila, o Brasil ainda era colônia de Portugal. Porém, na época que Juiz de Fora se tornou a Cidade do Paraibuna, o Imperador do Brasil era Dom Pedro II.

Com isso, a produção de café cresceu ainda mais e a cidade se tornou o principal centro urbano e comercial da Zona da Mata, onde então começaram a surgir estabelecimentos comerciais e fabris. Em 1867, a estrada de ferro Dom Pedro II (Atual Central do Brasil), se encontrou com a Estrada União e Indústria. Dois fatos importantes aconteceram em 1870, que foram a instalação do telégrafo e o inicio de circulação do primeiro jornal impresso conhecido sob o nome O Imparcial. Em seguida surgiu o jornal O Pharol, que foi publicado de 1872 até 1939.

Com isso, vieram para Juiz de Fora vários escravos e imigrantes de outras regiões próximas para trabalhar nas fábricas fazendo de Juiz de Fora a cidade mais próspera da região, atraindo vários empreendedores, entre eles, Bernardo Mascarenhas, que fundou em 1888 a companhia têxtil Bernardo Mascarenhas, seguido pela fundação da Companhia Mineira de Eletricidade, juntamente com seu sócio, Francisco Batista de Oliveira. A Cia Mineira de Eletricidade foi responsável pela implementação dos bondes elétricos. Bernardo Mascarenhas fez ainda mais e inaugurou em 1889 a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, a Usina de Marmelos, com o objetivo de fornecer energia para suas fábricas de tecidos e eletricidade à iluminação pública, que antes era a gás. Valeu o título de Manchester Mineira para Juiz de Fora. Em 1889, foi também a criação do Banco de Crédito Real.

No inicio do século XX, Juiz de Fora era uma cidade de indústria têxtil e de alimentos, se tornando o principal centro comercial do estado de Minas Gerais.

Bunicrin
Enviado por Bunicrin em 09/05/2017
Reeditado em 31/10/2022
Código do texto: T5994442
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